Antonio Carlos Schilling Minuzzi Filho, Eduardo Chem, Pedro Bins Ely, Andre Alves Valiati, Marcelo Fauri, Tiago Falcão Cunha
INTRODUÇÃO
Criado em 2005, o Banco de Pele Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre (BP) encontra-se, hoje, em pleno funcionamento. Inicialmente dedicado à elaboração de seus Protocolos Operacionais Padrão (POPs), desde 2006 começou o preparo de tecidos. Atualmente, o BP é o único banco de tecidos autorizado pelo MS a realizar a retirada de pele. Os critérios de inclusão nos protocolos de doação são determinados pelo MS, e seguidos integralmente pela equipe de captação. O preparo do tecido é feito com base nas diretrizes da American Association of Tissue Banks (Associação Americana de Bancos de Tecidos AATB), conferindo padrões internacionais de qualidade aos tecidos disponibilizados pelo BP.
OBJETIVO
Revisar e apresentar as estatísticas do Banco de Pele do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre desde a obtenção da autorização da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para a captação de pele de doadores de múltiplos órgãos e doadores cadáveres, em fevereiro e agosto de 2008, respectivamente.
MATERIAL E MÉTODOS
De fevereiro de 2008 a julho de 2010, foram realizados 35 procedimentos de retirada em doadores que se enquadravam dentro das exigências da CNT, e cuja família concedeu autorização. As doações foram divididas em 108 lotes, com uma média de 3,08 lotes por doador.
RESULTADOS
Dos 108 lotes, 22 (20,04%) foram descartados, número condizente com a média de bancos de tecido internacionais. Os 86 lotes restantes forneceram um total de aproximadamente 47.756,1 cm2 de tecido viável para transplante, com uma média de 555,3 cm2 por lote e 1364,46 cm2 por doador. Foram enviados, e utilizados em pacientes queimados, 35.415 cm2 de pele alógena, em 4 regiões do país. Restam, liberados para uso, 12.341,1 cm2 de tecido conservado em glicerol e resfriado. O Banco de Pele do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre está em funcionamento e com estatísticas equivalentes às apresentadas na literatura até o presente momento, porém ainda enfrenta dificuldades devido ao pequeno número de doadores.
CONCLUSÃO
Apesar de uma melhora proporcional no número de doadores e da utilização de pele alógena no país, em comparação ao mesmo período de 2008, os números referentes à doação e utilização de pele para transplante estão abaixo do esperado, comparando- se com a doação de múltiplos órgãos e outros tecidos.