Gustavo Pereira Vaitsman, Cláudia Regina Fontenele Bonadia, Gustavo Felix Cardoso, Karina Elisa Porter Barona, Fernando Esbérard, Marcos Aurélio Leiros da Silva
INTRODUÇÃO
No Brasil, não existem dados exatos quanto ao número de acidentes referentes às mãos. Porém, sabe-se que é a região mais acometida nos acidentes de trabalho, levando a perdas significativas de dias de trabalho. O tratamento correto acarretará menor quantidade de sequelas e preservação funcional das mãos.
OBJETIVO
Demonstrar diversas opções de retalhos para reconstruções de quirodáctilos com intuito de evitar redução no comprimento dos dedos e prejuízo funcional para o paciente.
MATERIAL E MÉTODOS
São mostrados 11 casos de pacientes submetidos a reconstrução de dedos. Foram realizados 2 enxertos cutâneos exclusivamente, 3 retalhos de "crossfinger", 2 para reconstrução de amputação parcial de falanges distais e 1 para reconstrução de polpa digital devido a queimadura, 1 retalho V-Y central (Atasoy), 2 retalhos de Kutler, sendo um bilateral e outro unilateral e 2 retalhos à distância (retalho torácico e inguinal) devido a maior perda tecidual e 1 retalho "KITE" neurovascularizado. Em alguns casos, houve necessidade de complementação com autoenxertia cutânea, devido ao tamanho da lesão.
Figura 1 - Caso 5: amputação volar; zona 2. Reconstrução: retalho de Kutler.
RESULTADOS
São demonstrados os resultados do procedimento no pós-operatório imediato, após ressecção do pedículo, mostrando regularização das lesões e a preservação funcional. A maior parte das lesões de mãos cursam com exposição óssea e tendinosa, devido à tênue cobertura desta região. Desse modo, faz-se necessária a realização de retalhos para promover cobertura resistente e manutenção da sensibilidade da área afetada. A utilização de enxertos não é indicada, pois não suprem tais necessidades e por não haver integração sobre superfície óssea e não preencherem áreas com perda de substância. A maior parte das regularizações feitas em emergências acarretam diminuição do comprimento dedo, podendo haver prejuízo funcional. Nestes casos, preferimos a realização de retalho de "cross-finger" com liberação do pedículo com 21 dias. Em lesões com perda de substância, a realização de retalho mais espesso é requerida como retalhos à distância. Nas amputações com preservação da polpa digital, realizamos retalho de avançamento em V-Y, com resultados satisfatórios.
Figura 2 - Caso 7: amputação volar; zona 3. Reconstrução: cross-finger.
CONCLUSÃO
Devido ao grande número de acidentes que cursam com amputações ou perdas de substância em quirodáctilos, torna-se fundamental o conhecimento de técnicas de simples execução e que apresentem resultados satisfatórios. Da mesma forma, a realização de reabilitação e curativos e controle adequado da dor no pós-operatório são fundamentais.