ISSN Online: 2177-1235 | ISSN Print: 1983-5175
Body and Chest -
Year2010 -
Volume25 -
(3 Suppl.1)
Luiz Eduardo Toledo Avelar, Lena Lapertosa, Marcelo Tavares Versiani
INTRODUÇÃO
Os autores, além de cirurgiões plásticos, médicos legistas, fizeram um levantamento no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte (referência de todo o Estado de Minas Gerais) nos últimos 10 anos, levantando todos os casos de morte que deram entrada ao IML após a realização de lipoaspiração. Vale ressaltar que não é obrigatória a realização de necropsia nestes casos, desta forma, o número de óbitos encontrados não corresponde à realidade.
OBJETIVO
O principal objetivo seria o levantamento das reais causas de morte nestes casos, bem como suas prevenções. Se existe ou não diagnóstico de embolia gordurosa ou de outras causas e se existe possibilidade de medidas profiláticas.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram levantados todos os casos de óbitos que deram entrada ao IML de Belo Horizonte, desde janeiro de 2000, o que corresponde a aproximadamente 60.000 necropsias. Dentre elas, separamos as que foram decorridas do procedimento de lipoaspiração, por meio de especificação ou relatório médico anexo à guia para realização de necropsia emitida pelo delegado responsável pelo caso.
RESULTADOS
Foram levantados sete casos de óbitos pós-lipoaspiração que deram entrada no Instituto Médico Legal de Belo Horizonte, entre eles: 1 caso comprovado de embolia gordurosa, 1 caso de perfuração de alça intestinal, 3 casos de tromboembolismo pulmonar, 1 por hemorragia e 1 de causa indeterminada. Cada um destes casos com peculiaridades próprias. O único caso de causa indeterminada ocorreu em uma lipoaspiração sob anestesia local, com injeção de grande volume de anestésico tópico, nestes casos, a causa sai como indeterminada, apesar do forte indício de cardiotoxicidade provocada pela droga anestésica. Um trabalho similar realizado pelo órgão correspondente aos nossos IMLs de Nova York verificou que a mudança da técnica "seca" para a tumescente diminuiu a incidência de embolias gordurosas, porém o aumento do uso de anestesia local nos Estados Unidos, principalmente por médicos não cirurgiões plásticos, tem aumentado os óbitos provocados por intoxicações anestésicas na lipoaspiração. O uso de medicamentos anticoagulantes, o uso de meias pneumáticas e a movimentação precoce (deambulação), entre outras, são medidas úteis e de grande importância profilática.
Figura 1
Figura 2
CONCLUSÃO
De acordo com os dados encontrados, concluímos que a lipoaspiração não é uma técnica isenta de complicações, podendo, inclusive, causar o óbito. Além disso, a escolha da técnica é de fundamental importância para o êxito da cirurgia. A técnica tumescente comprime os vasos sanguíneos, diminuindo a possibilidade de embolia gordurosa; as medidas profiláticas para prevenção da TEP (tromboembolismo pulmonar) contribuem satisfatoriamente diminuindo sua probabilidade; e a realização da lipoaspiração sob anestesia local deve obedecer a critérios rigorosos dentre a dose tóxica do medicamento.
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