ISSN Online: 2177-1235 | ISSN Print: 1983-5175

Previous Article Next Article

Body and Chest - Year2010 - Volume25 - (3 Suppl.1)

INTRODUÇÃO

O músculo reto-abdominal é um dos veículos mais utilizados de retalhos miocutâneos, principalmente na reconstrução mamária pós-mastectomia, mas um inconveniente destes retalhos é a fraqueza deixada na parede abdominal, sobretudo abaixo da linha semicircular (LSC). A LSC é o marco anatômico de transição da bainha do músculo reto-abdominal, sendo tal bainha formada por um componente anterior e um posterior acima da LSC e apenas por um componente anterior abaixo da mesma. A artéria epigástrica profunda inferior se origina na artéria ilíaca externa, dirigindo-se para a borda lateral do músculo retoabdominal e se dividindo em dois ramos logo abaixo do umbigo, que se anastomosam com os ramos da artéria epigástrica profunda superior. Esta é ramo da artéria torácica interna e, junto com a artéria epigástrica profunda inferior, emitem ramos perfurantes para o tegumento, principalmente na região periumbilical.


OBJETIVO

O reconhecimento da localização da linha semicircular e dos elementos a ela relacionados anatomicamente tem grande importância cirúrgica durante as reconstruções mamárias com retalho miocutâneo de retoabdominal e foram o motivo deste estudo.


Figura 1 - Rebatendo-se o músculo reto-abdominal identifica-se o trajeto dos vasos e a linha semicircular.



MATERIAL E MÉTODOS

A parede abdominal de 17 cadáveres formolizados foi dissecada por planos, identificando-se a LSC, os vasos epigástricos profundos inferiores e sua interseção com a borda lateral do músculo reto-abdominal. A cavidade abdominal também foi aberta e visualizada a LSC sob transiluminação. Mediu-se a distância da LSC à cicatriz umbilical e ao púbis, além da distância de uma linha imaginária entre as espinhas ilíacas ântero-superiores.

Figura 2 - Linha B: linha biespinhal; Linha S: ponto mais alto da linha semicircular; X: distância do umbigo à linha S; Y: distância da linha S ao púbis; W: distância da linha S à linha B.



RESULTADOS

Em 64% das dissecções, a LSC localizava- se no 1/3 superior da distância compreendida entre a cicatriz umbilical e o púbis. A média da distância da cicatriz umbilical à LSC foi de 4,2 (± 1,6 cm). A da LSC ao púbis foi de 10,4 (± 1,5 cm). A linha biespinha estava localizada sempre abaixo da LSC, exceto em um caso, estando disposta a cerca de 2,7 (±1,4 cm).


CONCLUSÃO

A projeção da LSC a partir da linha biespinha, assim como da cicatriz umbilical ou do púbis, nos oferece pontos externos de referência importantes para a localização da LSC e, portanto, para um planejamento pré-operatório mais seguro nas reconstruções de mama.

 

Previous Article Back to Top Next Article

Indexers

Licença Creative Commons All scientific articles published at www.rbcp.org.br are licensed under a Creative Commons license