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Original Article - Year 2009 - Volume 24 - Issue 4
Mamaplasty after massive weigth loss
Mamaplastia pós grande perda ponderal
ABSTRACT
After the massive weight loss, resultant from gastroplasty or severe regimes, the breast suffer the consequences: accentuated laxity and ptosis, resultant of the absorption of the mammary adipose tissue. Although, a few patients can maintains the original shapes and volume, before massive weight loss. We present our surgical planning, treatment, results and conclusions of 40 patients.
Keywords: Mammaplasty. Obesity, morbid. Breast/surgery. Surgery, plastic/methods.
RESUMO
Após grande perda ponderal, resultante de gastroplastias ou de regimes dietéticos rígidos, além de todo corpo, as mamas também sofrem consequências: acentuada flacidez e ptose, resultantes da absorção do tecido adiposo mamário. Algumas pacientes, no entanto, podem manter as formas e volumes mamários anteriores à redução ponderal. Apresentamos nosso protocolo de atendimento, planejamento cirúrgico (baseado nas formas mamárias encontradas), os resultados e conclusões do tratamento de 40 pacientes.
Palavras-chave: Mamoplastia. Obesidade mórbida. Mama/cirurgia. Cirurgia plástica/métodos.
O resultado do tratamento da obesidade mórbida, por meio da gastroplastia ou regimes dietéticos rigorosos, trouxe ao cirurgião plástico um novo e desafiador campo de atuação. Diversas deformidades corporais estão agora presentes, uma delas é a dismorfia mamária pós-gastroplastia e após grandes reduções ponderais com dietas alimentares. Apesar de todas as pacientes obterem expressiva redução ponderal, as consequências sobre as mamas são muito diversas: atrofia mamária, ptose, combinação das anteriores, ou mesmo, pouca alteração das formas mamárias pós redução ponderal. Essa diversidade nos obrigou a adotar para cada caso em particular uma tática/técnica cirúrgica, utilizando ou não os recursos dos implantes mamários e dos retalhos de pedículo inferior, areolados ou não. Mesmo após a realização da mamaplastia, podemos observar excessos adipo-cutâneos na porção lateral das mamas. Esses excessos são tratados, por nós, em outro tempo cirúrgico, normalmente combinado com a braquioplastia.
Diversos autores propuseram tratamento para as deformidades mamárias1-21, sem, no entanto, indicar o tratamento específico para cada caso em particular. Não encontramos na literatura artigos que tivessem essa abrangência por nós proposta.
Esse estudo tem por objetivo apresentar o protocolo de programação das cirurgias, critérios de escolha das técnicas/táticas cirúrgicas e demonstrar os resultados obtidos no tratamento das pacientes ex-obesas mórbidas, submetidas à mamaplastia com as condutas adotadas pelo autor.
MÉTODO
Durante o período de março de 2007 a agosto de 2009, 40 pacientes foram submetidas à mamaplastia pós-gastroplastia e pós redução ponderal importante.
Essas pacientes tiveram sua cirurgia programada após seguirem o protocolo de liberação da Equipe Multidisciplinar da Obesidade Mórbida do Hospital Regional Hans Dieter Schimit:
Cirurgia bariátrica: pacientes com cirurgia realizada há 1 ano, peso estabilizado há 3 meses, índice de massa corpórea (IMC) abaixo de 30, adoção integral das recomendações de pós-operatório (ingesta dos suplementos vitamínicos, atividade física, acompanhamento médico);
Psicologia: aceitação e compromisso de cumprir as regras do Serviço; verificamos abandono de acompanhamento, transtornos psicológicos, problemas familiares;
Nutrição: seguir todas as orientações sobre as reposições dietéticas, vitaminas, suplemento de ferro. Toda a rotina dos exames pré-operatórios foi avaliada. Atenção aos níveis protéicos e hemáticos (albumina acima de 3,5, hematócrito acima de 35);
Avaliação do cirurgião plástico: diagnóstico da deformidade mamária, indicação das técnicas e táticas cirúrgicas:
RESULTADOS
Nossos resultados foram satisfatórios, obtivemos boas formas do cone mamário, cicatrizes de boa qualidade e extensão apropriada a cada caso (Figuras 1 a 7).
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Figura 1 - Mamaplastia em L com implante. A: pré-operatório, vista ântero-posterior; B: pós-operatório, vista ântero-posterior; C: pré-operatório, vista oblíqua direita; D: pós-operatório, vista oblíqua direita.
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Figura 2 - Mamaplastia vertical com implante. A: pré-operatório, vista ântero-posterior; B: pós-operatório, vista ântero-posterior; C: pré-operatório, vista oblíqua esquerda; D: pós-operatório, vista oblíqua esquerda.
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Figura 3 - Mamaplastia L-T. A: pré-operatório, vista ântero-posterior; B: pós-operatório, vista ântero-posterior; C: pré-operatório, vista oblíqua direita; D: pós-operatório, vista oblíqua direita; E: pós-operatório, vista oblíqua esquerda; F: pós-operatório, vista oblíqua direita.
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Figura 4 - Mamaplastia em L. A: pré-operatório, vista ântero-posterior; B: pós-operatório, vista ântero-posterior; C: pré-operatório, vista oblíqua direita; D: pré-operatório, vista oblíqua esquerda; E: pós-operatório, vista oblíqua esquerda; F: pós-operatório, vista oblíqua direita.
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Figura 5 - Mamaplastia L-T com retalho de pedículo inferior. A: pré-operatório, vista ântero-posterior; B: pós-operatório, vista ântero-posterior; C: pré-operatório, vista oblíqua direita; D: pós-operatório, vista oblíqua direita; E: pré-operatório, vista oblíqua esquerda; F: pós-operatório, vista oblíqua esquerda.
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Figura 6 - Mamaplastia L-T com implante. A: pré-operatório, vista ântero-posterior; B: pós-operatório, vista ântero-posterior; C: pré-operatório, vista oblíqua direita; D: pós-operatório, vista oblíqua direita; E: pré-operatório, oblíqua esquerda; F: pós-operatório, vista oblíqua esquerda.
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Figura 7 - Mamaplastia T com retalho inferior areolado. A: pré-operatório, vista ântero-posterior; B: pós-operatório, vista ântero-posterior; C: pré-operatório, vista oblíqua direita; D: pós-operatório, vista oblíqua direita; E: pré-operatório, vista oblíqua esquerda; F: pós-operatório, vista oblíqua esquerda.
Como complicações, tivemos 1 caso de hematoma tardio, unilateral, em paciente submetida à enxertia do CAM, além de 1 caso de seroma unilateral.
Nenhum caso de infecção foi observado, tampouco necrose tecidual das mamas.
DISCUSSÃO
O ex-obeso mórbido nos chega repleto de queixas e solicitações. As dismorfias mamárias pós grande redução ponderal não se enquadram nas classificações clássicas. O tratamento, portanto, não é o mesmo para todos os casos.
O excesso cutâneo na porção lateral das mamas, normalmente exige um segundo tempo cirúrgico, combinado ou não com a braquioplastia. O recurso do retalho de pedículo inferior, como prescrito por Liacir Ribeiro, é uma tática muito interessante e útil para as pacientes com sobra de pele, mas que ainda têm algum tecido mamário restante.
A inclusão do CAM, no pedículo inferior, nos permitiu a eliminação da enxertia do mesmo em alguns casos. A indicação dos implantes, em casos selecionados, pode nos dar resultados muito bons, satisfazendo tanto a paciente quanto ao cirurgião.
CONCLUSÃO
As pacientes ex-obesas mórbidas submetidas à gastroplastia ou regime dietético rígido estão trazendo a nós cirurgiões plásticos muito trabalho, tanto manual quanto intelectual. No tocante às mamaplastias, nossos resultados serão melhores, desde que indiquemos corretamente a tática ou técnica cirúrgica para cada caso em particular e que utilizemos todos os recursos disponíveis. Todo cirurgião que se propuser a realizar essas cirurgias deverá levar em consideração: experiência, domínio das várias técnicas a serem utilizadas, curva de aprendizado, casuística, apoio do serviço e um bom relacionamento médico-paciente.
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1. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica; Cirurgião Plástico do Hospital Regional Hans Dieter Schimit - Joinville, SC.
Trabalho realizado no Hospital Regional Hans Dieter Schimit - Joinville, SC.
Correspondência para:
Fernando Sanfelice André
Rua Osvaldo Cruz, 128 - Bairro Boa Vista
Joinville. SC, Brasil - CEP 89295-240
E-mail: sanfi@brturbo.com.br
Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBCP.
Artigo recebido: 9/7/2009
Artigo aceito: 23/10/2009