INTRODUÇÃO
O polimetilmetacrilato (PMMA) é um material de preenchimento permanente (PP),
constituído por pequenas esferas suspensas em diferentes veículos como o ácido
hialurônico, ácido ascórbico, colágeno bovino, polietilenoglicol e
carboxigluconatoidrolático de magnésio. Seu uso na face, à semelhança de qualquer
outro preenchedor, pode levar a complicações. A crescente demanda por procedimentos
não cirúrgicos para o rejuvenescimento, estímulo à formação de colágeno e aumento
de
volume da face, incluindo a injeção deste produto, trouxe consigo um aumento dos
casos de complicações. O diagnóstico das complicações relacionadas a este material
é
normalmente clínico, obtido através da história e avaliação do paciente e exames de
imagem como a ultrassonografia, ressonância magnética e tomografia
computadorizada1.
As complicações relacionadas ao uso de PMMA na face podem ocorrer de maneira
imediata, precoce, tardia ou muitos anos após sua aplicação inicial. As principais
complicações são representadas por formação de granulomas por corpo estranho ou
nódulos, levando a deformidades, reação inflamatória, infecção, edema intermitente,
pigmentação, neovascularização, limitação funcional ou deformidade de estruturas
como boca ou pálpebras, lacrimejamento, fístulas, cegueira e necrose, entre
outras2.
Apesar da maior parte da literatura médica abordar as diferentes complicações e seus
tratamentos, são escassos os estudos mostrando a relação destes problemas com
variáveis como sexo, faixa etária, quantidade de aplicações do produto e a relação
destas variáveis com o tempo de surgimento de complicações. Este fato mostra a
carência de um entendimento mais amplo quanto às complicações e outros fatores que
levem a uma melhor compreensão, prevenção e tratamento destes problemas.
O momento de surgimento, região anatômica e tipo de manifestação continuam sendo
pouco conhecidos e imprevisíveis. Não raros são os casos de pacientes que apresentam
problemas muitos anos após a injeção inicial. Dessa forma, múltiplos são os fatores
que determinarão a terapia ou conjunto de terapias mais adequadas a cada caso.
Os principais tratamentos propostos para as complicações relacionadas à injeção de
PMMA na face são a aplicação de medicamentos e a abordagem cirúrgica. A injeção de
corticosteroide intralesional é o recurso mais utilizado. A maior parte de relatos
de complicações relacionadas ao PP é baseada em estudos retrospectivos, relatos ou
série de casos. Isto leva a estimativas muito variáveis das complicações. Formação
de granulomas é uma das mais relatadas na literatura médica3.
OBJETIVO
Realizamos um estudo retrospectivo de série de casos de pacientes portadores de
complicações pré-estabelecidas relacionadas à aplicação de PMMA na face. Duzentos
e
nove pacientes foram avaliados. O objetivo principal foi determinar o tempo mediano
de ocorrência de complicações. Os objetivos secundários foram identificar as áreas
mais comprometidas, os tipos de complicações e tratamentos mais realizados. Além
disso, foi determinado se o número de aplicações teve relação com o tempo de
surgimento mais precoce de complicações, se havia diferença quanto ao tempo de
ocorrência de complicações segundo o sexo e se havia diferença quanto ao tempo de
ocorrência de complicações segundo grupo etário.
MÉTODO
Em uma revisão retrospectiva de série de casos, foram revisados 209 indivíduos
portadores de complicações após injeção de PMMA na face e que buscaram tratamento
em
consultório privado do autor correspondente no período de janeiro de 2000 a junho
de
2021. Procedeu-se à busca nos prontuários eletrônicos, a partir do software de banco
de dados “Personal Med (TOTVS)” das seguintes palavraschave: PMMA,
polimetilmetacrilato, Artecoll, Metacril, Bioplastia, Biossimetric, Metacrilato,
Newplastic, Artefill, LinneaFace, Bioplastia, Arteplast, Bellafill. A partir daí,
apenas pacientes que apresentaram alguma complicação foram incluídos no estudo.
Os critérios de exclusão foram: indivíduos cujos prontuários apresentassem uma ou
mais destas palavraschave, mas que a causa da consulta não estivesse relacionada à
complicação decorrente da aplicação prévia de PMMA. Foram igualmente excluídos do
estudo pacientes cuja história clínica não estivesse clara se realmente o produto
aplicado foi o PMMA, que tenham aplicado pelo menos mais de um produto ou quando a
injeção do material foi realizada por não médicos.
O diagnóstico das complicações ocorreu através da história clínica, exames de imagem
como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, análise
fotográfica, histológica e exame clínico. Baseado na data da aplicação inicial e o
momento de surgimento da complicação, foi calculado o tempo decorrido até o
aparecimento da complicação.
As seguintes informações foram coletadas na revisão: sexo, idade, número de injeções
de PMMA realizadas no paciente, quando foi realizada a aplicação, intervalo de tempo
até surgir a complicação, tipo de complicação, região comprometida com a complicação
e tratamento realizado. Dados quantitativos gaussianos foram descritos por média e
desvio-padrão. Na quebra de pressupostos distribucionais optou-se por mediana e
percentis. Dados categóricos foram expressos por contagens e percentuais. Para
descrever a ocorrência de eventos ao longo do tempo, foram elaboradas curvas de
Kaplan-Meier com comparação entre os grupos pelo teste de log-rank.
Os grupos foram separados por sexo e faixa etária de até 50 anos e mais de 50 anos.
Valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente
significativos. A análise dos dados foi realizada com o programa IBM-SPSS versão
25.0. Por se tratar de um estudo descritivo, não foi calculado um tamanho amostral
para testar hipótese. Foram incluídos 209 indivíduos que preencheram todos os
critérios de inclusão. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
PUCRS, sob o número CAAE 26778719.3.0000.5336, e parecer de aprovação número
3.786.448.
RESULTADOS
A idade apresentou média (±DP) de 44,6 (±12,2) anos. A mediana foi de 43. O indivíduo
mais jovem tinha 23 anos e o mais idoso 79 anos. Destes, 172 eram mulheres (82,3%)
e
37 homens (17,7%) (Figura 1).
Figura 1 - Histograma representando a distribuição da idade. A média de idade
dos pacientes analisados foi de 44,6 anos. A idade de maior incidência
de casos de complicações foi de 35 anos.
Figura 1 - Histograma representando a distribuição da idade. A média de idade
dos pacientes analisados foi de 44,6 anos. A idade de maior incidência
de casos de complicações foi de 35 anos.
O tempo mediano de surgimento de complicações após a aplicação inicial de PMMA na
face foi de 71 meses, com amplitude interquartil de 23 a 132. Os tempos mínimo e
máximo de aparecimento das complicações foram 1 e 330 meses (Figura 2).
Figura 2 - Ocorrência de eventos mostrando um tempo mediano de aparecimento de
complicações após a injeção inicial de PMMA de 71 meses.
Figura 2 - Ocorrência de eventos mostrando um tempo mediano de aparecimento de
complicações após a injeção inicial de PMMA de 71 meses.
A regiões malar e mandibular foram as mais comprometidas com complicações, seguidas
da região zigomática. Aproximadamente metade dos pacientes apresentou complicações
na região malar (48,8%) ou mandibular (47,8%). A região zigomática apareceu como a
terceira área mais comprometida com complicações (43,5%) (Tabela 1).
Tabela 1 - Distribuição de complicações segundo a área de ocorrência.
Área
comprometida
|
Número de pacientes e
frequência
|
Malar |
102
(48,8%)
|
Mandibular |
100 (47,8%) |
Zigomática |
91
(43,5%)
|
Mento |
58 (27,8%) |
Lábio |
57
(27,3%)
|
Sulco nasogeniano |
46 (22%) |
Nariz |
21
(10%)
|
Pálpebra |
18 (8,6%) |
Glabela |
18
(8,6%)
|
Temporal |
15 (7,2%) |
Frontal |
4
(1,9%)
|
Orelha |
2 (1%) |
Tabela 1 - Distribuição de complicações segundo a área de ocorrência.
Na população estudada, foram evidenciadas 501 complicações distribuídas em várias
áreas da face. A complicação mais frequente foi granuloma, seguido pelo edema e
inflamação (Tabela 2). Se levarmos em
consideração apenas o tipo de complicação, o granuloma foi o mais frequente,
observado em 135 (64,4%) pacientes da população avaliada. Por outro lado,
considerando o número total ou absoluto das 501 complicações, os granulomas
representaram 26,9%. As complicações comprometeram uma ou mais regiões anatômicas
da
face. Estiveram presentes de maneira isolada ou associadas a outras complicações
(Tabela 3). A maior parte dos pacientes
apresentou apenas um tipo de complicação, fato observado em 84 (40,1%)
pacientes.
Tabela 2 - Tipo e frequência de complicações.
Tipo de
complicação
|
Número de pacientes e
frequência
|
Granuloma |
135
(64,6%)
|
Edema |
120 (57,4%) |
Inflamação |
78
(37,3%)
|
Função |
42 (20,1%) |
Nódulo |
40
(19,1%)
|
Neovascularização |
40 (19,1%) |
Pigmentação |
12
(5,7%)
|
Lacrimejamento |
12 (5,7%) |
Infecção |
12
(5,7%)
|
Necrose |
6 (2,9%) |
Fístula |
4
(1,9%)
|
Tabela 2 - Tipo e frequência de complicações.
Tabela 3 - Número de complicações por paciente.
Nº pacientes |
Número de
complicações
|
84
(40,1%)
|
1 |
51 (24,1%) |
2 |
31
(14,8%)
|
3 |
21 (10,0%) |
4 |
10
(4,7%)
|
5 |
5 (2,3%) |
6 |
7
(3,3%)
|
7 ou
mais
|
Tabela 3 - Número de complicações por paciente.
Na avaliação da relação entre o número de injeções de PMMA na face com o aparecimento
de complicações, utilizou-se o teste de log-rank para comparação dos grupos. O
número de aplicações variou de 1 a 5. O valor p do teste de log-rank (p=0,73) não
foi significativamente estatístico, não mostrando relação entre as variáveis número
de aplicações de PMMA e o surgimento de complicações (Figura 3).
Figura 3 - Curva de Kaplan-Meier representando ocorrência dos eventos de
complicação por número de aplicações. O teste de log-rank não evidenciou
relação entre a quantidade de vezes em que o produto foi injetado e o
tempo até a ocorrência de complicações (p=0,73).
Figura 3 - Curva de Kaplan-Meier representando ocorrência dos eventos de
complicação por número de aplicações. O teste de log-rank não evidenciou
relação entre a quantidade de vezes em que o produto foi injetado e o
tempo até a ocorrência de complicações (p=0,73).
Na população avaliada, 82,3% eram mulheres. Não foi encontrada diferença entre homens
e mulheres no tempo de ocorrência de complicações (p=0,27) (Figura 4).
Figura 4 - Tempo de ocorrência de complicações segundo o sexo. Não houve
diferença no surgimento de complicações quando comparados os sexos
(p=0,27).
Figura 4 - Tempo de ocorrência de complicações segundo o sexo. Não houve
diferença no surgimento de complicações quando comparados os sexos
(p=0,27).
Pacientes com idade menor do que 50 anos tiveram manifestação de complicações mais
precoces do que aquelas de idade maior do que 50 anos (p<0,001)
(Figura 5).
Figura 5 - Tempo de ocorrência de complicações segundo a idade. Grupo com menos
de 50 anos apresentou complicações mais precoces do que o grupo com mais
de 50 anos (p<0,001).
Figura 5 - Tempo de ocorrência de complicações segundo a idade. Grupo com menos
de 50 anos apresentou complicações mais precoces do que o grupo com mais
de 50 anos (p<0,001).
O tratamento realizado por mais da metade da população avaliada (111 pacientes,
53,1%) foi a injeção de corticoide na área comprometida pela complicação. O segundo
recurso mais utilizado na tentativa de tratamento das complicações foi a remoção
cirúrgica, realizada em 40 (19,1%) dos pacientes (Tabela 4).
Tabela 4 - Tratamentos mais realizados no manejo das complicações.
Tipo de
tratamento
|
Número de pacientes e
frequência
|
Corticoide injetável |
111
(53,1%)
|
Cirurgia |
40 (19,1%) |
5-fluorouracila |
23
(11%)
|
Ozônio |
23 (11%) |
Aspiração |
14
(6,7%)
|
Bichectomia intraoral |
13 (6,2%) |
Xilitol |
8
(3,8%)
|
Alopurinol |
3 (1,4%) |
Laser |
2
(1%)
|
Tabela 4 - Tratamentos mais realizados no manejo das complicações.
DISCUSSÃO
A aplicação de PMMA como PP na face pode apresentar resultados indesejados e
complicações. A população avaliada já apresentava como variável preditora a injeção
prévia de PMMA e complicações já estabelecidas e relacionadas a este material em
pelo menos uma área da face.
O diagnóstico das complicações relacionadas à injeção de PMMA na face deve seguir
critérios de avaliação e diagnóstico consagrados. A diferenciação entre nódulos e
formação de granulomas por corpo estranho é evidenciada principalmente na avaliação
anatomopatológica. Sob o ponto de vista clínico, este diagnóstico diferencial entre
nódulos e granulomas é fundamental, pois possibilita abordagem terapêutica mais
específica e adequada a cada caso.
Geralmente, os nódulos costumam surgir logo após a aplicação do PMMA e podem
desparecer após involução do edema. Aparecem como nódulos únicos ou solitários,
geralmente nos lábios, com dimensão de poucos milímetros. Normalmente, os nódulos
estão relacionados a erro técnico de aplicação como injeção muito superficial ou de
quantidade exagerada de produto. Em contrapartida, os granulomas costumam aparecer
de modo súbito, geralmente entre 6 e 24 meses após sua injeção. As lesões
granulomatosas são evidenciadas ao mesmo tempo em todas as áreas em que este produto
foi aplicado e não apenas em uma região4,
5.
Salienta-se em nosso estudo a avaliação de indivíduos portadores de complicações
surgidas muitos anos após a injeção inicial, 14 destes 20 anos ou mais, e sua
importância na identificação dos desfechos primário e secundários. Outro fator
relevante ainda em relação ao período de seguimento é o fato de que estes pacientes
realizaram seu tratamento inicial com diferentes médicos.
Desta forma, diferentemente da maioria das publicações, que mostra a experiência
pessoal de um único autor ou mesmo de um pequeno grupo de médicos na aplicação e
manejo de complicações com PMMA, os pacientes arrolados neste estudo retrataram
complicações advindas de vários profissionais. Muito provavelmente, este universo
de
médicos apresenta distinto grau de experiência em relação ao método de aplicação,
segurança, conhecimento anatômico e possíveis intercorrências em momento
indeterminado com este material.
O tempo mediano de 71 meses com amplitude interquartil de 23 a 132 meses encontrado
no estudo é maior do que praticamente todos os estudos já publicados até o momento.
Muitas surgiram de maneira precoce, outras bastante tardiamente, evidenciando a
pouca previsibilidade do momento de ocorrência da complicação. A incidência de
granulomas esteve presente na maioria dos pacientes. Esta complicação tardia
coincide com os relatos da literatura após a injeção de PMMA2, 6.
Os granulomas foram as complicações mais frequentes, diagnosticados em 135 (64,6%)
pacientes. Edema, inflamação, alteração funcional, formação de nódulos e
neovascularização representaram outros tipos frequentes de complicações relacionadas
ao uso de PMMA na face. As três regiões mais comprometidas foram a malar, mandibular
e zigomática. Esta distribuição de complicações segundo área de ocorrência na face
coincidiu com a maior parte dos relatos na literatura7. Apesar de não ter sido avaliada no estudo, a quantidade de PMMA
injetado em cada paciente ou em cada região anatômica isoladamente poderia estar
relacionada com a maior ocorrência de complicações nestas três áreas8.
Fatores relacionados com o surgimento tardio de granulomas como a presença de
biofilme, qualidade e características do material injetado, manifestações
sistêmicas, autoimunes ou hormonais não foram avaliadas.
O estudo mostrou um tempo médio de surgimento das complicações de 71 meses,
praticamente 6 anos após a injeção inicial de PMMA na face. A complicação mais
tardia ocorreu após 330 meses. A maioria das publicações na literatura médica mostra
surgimento de complicações em período mais precoce6, 9.
O número de vezes em que o PMMA foi injetado não apresentou relação com surgimento
das complicações descritas. O fato de um indivíduo haver sido submetido a mais de
uma injeção do produto em momentos diferentes não significa obrigatoriamente que
tenha sido utilizada uma quantidade maior do mesmo, outro fator que poderia estar
associado às complicações. O desenho deste estudo retrospectivo, entretanto, não
incluiu dados de volume injetado na população estudada.
As mulheres representaram a maioria dos indivíduos estudados (172 casos, 82,3%).
Quando avaliado o momento de ocorrência entre os sexos, entretanto, não houve uma
diferença significativa no tempo de surgimento de ocorrência quando comparadas aos
homens. A população com menos de 50 anos apresentou manifestação de complicação mais
precoce do que aquelas com idade maior que 50 anos. Apesar da hipótese de que este
grupo de indivíduos mais jovens possa apresentar um sistema e reação imunológica
mais ativos, não foram avaliados fatores relacionados a esta diferença estatística
que justificassem este achado.
O estudo demonstrou ser o uso de corticoide injetável o tratamento mais frequente.
Este achado coincide com a maior parte da literatura10, 11. Apesar da injeção local
de corticoide apresentar riscos como atrofia do tecido celular subcutâneo, alteração
de pigmentação da pele e neoformação de vasos, a aparente simplicidade deste
recurso, seu baixo custo e, algumas vezes, rápida ação, provavelmente fundamentam
a
opção por ele, tornando-o o mais frequente na tentativa de controle das
complicações. A abordagem dos granulomas representa uma complicação tardia de
difícil manejo.
A remoção cirúrgica costuma diminuir o aspecto inflamatório e outros sintomas
relacionados à presença de biofilme2, 12. Em nosso estudo, a cirurgia representou o
segundo recurso mais utilizado no tratamento das complicações. Apesar de muitas
vezes resolutiva, esta abordagem não é isenta de riscos e complicações em função da
rica e complexa anatomia da face e das possíveis alterações produzidas pelo material
como fibrose, irregularidades ou granulomas relacionadas ao PMMA. No entanto, este
aspecto é pouco relatado na literatura.
O uso do laser no tratamento das complicações relacionadas por PMMA foi utilizado
em
nosso estudo de série de casos em apenas 2 pacientes. Fatores como publicações ainda
escassas e recentes, desconhecimento da tecnologia laser e sua aplicação na medicina
ainda limitada a poucas especialidades médicas, disponibilidade geralmente restrita
a grandes centros urbanos, aliados ao elevado custo dos equipamentos, possivelmente
estão relacionados a este pequeno número de pacientes submetidos ao tratamento com
laser13, 14, 15, 16, 17.
Apesar de não incluídos neste estudo, variáveis como tabagismo, testagem de
biomarcadores inflamatórios e anticorpos evidenciando comprometimento ou interação
imunológica para determinadas complicações ou ainda reações pós-covid poderiam
esclarecer outros fatores potencialmente relacionados aos efeitos indesejados com
PMMA18, 19. Além disso, a presença de biofilme, intercorrências clínicas,
inflamatórias ou infeciosas, qualidade do material ou expertise do médico injetor
poderiam também ter relação com complicações.
CONCLUSÃO
O estudo mostrou dados importantes quanto a incidência, tempo de surgimento, região
anatômica comprometida, manejo das complicações, entre outros aspectos relevantes.
Apesar de representar apenas uma pequena parcela da população acometida com
problemas relacionados à injeção de PMMA na face, os resultados servem como base de
conhecimento para uma melhor compreensão destes problemas de difícil previsão e
tratamento. Mais estudos se mostram necessários para melhor esclarecer as
complicações e fatores a elas relacionados.
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do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil
3. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São
Leopoldo, RS, Brasil
Autor correspondente: Alberto Goldman
Av. Augusto Meyer 163, conj. 1203, Porto Alegre, RS, Brasil. CEP: 90.550-110,
E-mail: alberto@goldman.com.br
Artigo submetido: 11/11/2023.
Artigo aceito: 30/04/2024.
Conflitos de interesse: não há.
Instituição: Hospital São Lucas da PUCRS; Clínica Goldman Cirurgia Plástica,
Porto Alegre, RS, Brasil.