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Original Article - Year2022 - Volume37 - Issue 4

http://www.dx.doi.org/10.5935/2177-1235.2022RBCP.634-pt

RESUMO

Introdução: Queimaduras são consideradas problemas de saúde pública global e apresentam maior incidência nos países subdesenvolvidos. No Brasil, estima-se que anualmente aconteçam 1.000.000 de acidentes envolvendo queimaduras. No paciente pediátrico, as queimaduras são a segunda causa mais comum entre os incidentes que ocorrem na infância, sendo a terceira causa de morte nas mesmas. O presente estudo teve por objetivo analisar as taxas de internações hospitalares por queimadura em pacientes pediátricos nos estados da região Sul, no período de 2016 a 2020.
Métodos: Estudo ecológico de séries temporais, com dados obtidos na Região Sul do Brasil, utilizando o banco de dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde, no período de 2016 a 2020. Para análise das tendências temporais, foram utilizados os coeficientes de morbidade padronizados e o método de regressão linear simples.
Resultados: No período de 2016 a 2020, foram realizadas 8.256 internações de crianças e adolescentes vitimadas por queimadura na Região Sul do Brasil, tendo o estado do Paraná como o responsável pelos maiores índices durante todo o período estudado. A principal faixa etária envolve crianças pré-escolares de 1-4 anos (n=4748); quanto ao sexo, a maior parte da amostra infantil tem predominância do sexo masculino (n=5.205).
Conclusão: Há tendência de estabilidade na taxa geral de internação. O sexo masculino e a faixa etária de 1-4 anos são os mais acometidos por queimaduras no Sul do Brasil. O Paraná tem maiores taxas de internação quando comparado aos outros dois estados.

Palavras-chave: Cirurgia plástica; Queimaduras; Hospitalização; Pediatria; Epidemiologia.

ABSTRACT

Introduction: Burns are considered global public health problems and have a higher incidence in underdeveloped countries. In Brazil, it is estimated that 1,000,000 accidents involving burns occur annually. In pediatric patients, burns are the second most common cause among incidents that occur in childhood, being the third cause of death in them. This study aimed to analyze the rates of hospital admissions for burns in pediatric patients in the southern states, from 2016 to 2020.
Methods: Ecological time series study, with data obtained in the southern region of Brazil, using the database of data from the Hospital Information System of the Unified Health System, from 2016 to 2020. To analyze temporal trends, standardized morbidity coefficients and the simple linear regression method were used.
Results: From 2016 to 2020, there were 8,256 hospitalizations of children and adolescents victimized by burns in the southern region of Brazil, with the state of Paraná being responsible for the highest rates throughout the study period. The main age group involves preschool children aged 1-4 years (n=4748); regarding gender, most of the child sample is predominantly male (n=5.205).
Conclusion: There is a trend towards stability in the overall hospitalization rate. Males and the age group of 1-4 years are the most affected by burns in southern Brazil. Paraná has higher hospitalization rates when compared to other states.

Keywords: Surgery, plastic; Burns; Hospitalization; Pediatrics; Epidemiology.


INTRODUÇÃO

Por definição, queimadura é uma lesão tecidual causada por qualquer forma de calor, contato com corrente elétrica ou substância química1, gerando efeitos locais, sistêmicos e metabólicos, cuja profundidade e extensão dependem da intensidade e duração do agente térmico2.

Queimaduras são consideradas um problema de saúde pública global e apresentam maior incidência nos países subdesenvolvidos, sendo responsáveis por aproximadamente 180.000 mortes por ano3. No Brasil, estima-se anualmente que aconteçam 1.000.000 de acidentes envolvendo queimaduras, sendo que 100.000 pacientes procuram por auxílio médico e, destes, cerca de 2.500 resultam em óbito em função da gravidade das lesões4.

No paciente pediátrico, as queimaduras são a segunda causa mais comum entre os incidentes que ocorrem na infância (principalmente menores de 14 anos), sendo a terceira causa de morte nas mesmas5. Entre os agentes causais mais frequentes, a escaldadura se consolida como sendo o principal, seguido por líquido inflamável e superfície aquecida2,6,7.

Dentre os fatores de risco atrelados ao desenvolvimento deste trauma, destacam-se a idade inferior a 5 anos, sexo masculino, ambiente doméstico, líquidos superaquecidos e uso de álcool líquido8,9.

As queimaduras podem ser classificadas em relação à extensão e à profundidade. Quanto à extensão, há vários métodos disponíveis para o cálculo dessa porcentagem10, sendo considerado um grande queimado a criança com mais de 10% da superfície corporal afetada7,11. Em relação à profundidade, a queimadura de 1º grau é aquela que acomete apenas a epiderme, 2º grau quando atinge parte da derme e 3º grau quando todas as camadas da pele, assim como tecidos profundos são atingidos12. A morbidade a curto e longo prazo, assim como a mortalidade, estão relacionadas com a extensão e profundidade das lesões13,14, a abordagem inicial e o tratamento instituído15, tendo a infecção como a principal complicação16,17. Devem ser também consideradas as implicações psicossociais18,19 no indivíduo e na família, afim de minimizá-las.

A elaboração de protocolos de atendimento20, a abordagem multiprofissional21, assim como a estruturação de centros especializados22 e unidades de terapia intensiva capacitadas para acolher este paciente têm contribuído para a redução da mortalidade, redução das sequelas funcionais, estéticas e psicológicas, melhorando a qualidade de vida destes pacientes23.

A pandemia de COVID-19 constitui uma das mais impactantes questões de saúde pública no Brasil e no mundo. A permanência da criança e do adolescente no ambiente domiciliar aumenta os riscos de acidentes domésticos24, situações, em sua maioria, não intencionais e evitáveis.

A cozinha25,26 representa grande perigo, assim como a utilização frequente do álcool27, principalmente neste momento para higiene das mãos, superfícies e objetos, altamente inflamável, o que o torna igualmente perigoso28, sem mencionar o uso de celulares e tablets durante o carregamento.

Nesse sentido, o presente estudo tem por objetivo analisar as taxas de internações hospitalares por queimadura em pacientes pediátricos nos estados da Região Sul, no período de 2016 a 2020, visando enriquecer o conhecimento epidemiológico sobre a queimadura no Brasil e possivelmente auxiliar em políticos de prevenção e atendimento ao paciente queimado em nível local, estadual, regional e nacional.

OBJETIVO

Objetivo geral

Analisar as taxas de internações hospitalares por queimadura em pacientes pediátricos nos estados da Região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), no período de 2016 a 2020.

Objetivos específicos

    Descrever as características socioepidemiológicas das vítimas;

    Verificar a tendência anual no período estudado;

    Verificar tempo médio de permanência das vítimas nos hospitais;

    Analisar taxa de mortalidade deste trauma durante o período estipulado;

    Examinar o desfecho clínico (óbito) desse trauma em crianças e adolescentes.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo de série temporal (ecológico), descritivo e retrospectivo das taxas de internações por queimaduras em pacientes pediátricos na Região Sul do Brasil no período de 2016 a 2020. A população em estudo está de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo composta por 8.256 crianças e adolescentes, na faixa etária de 0 a 14 anos, que tiveram hospitalização registrada nas Autorizações de Internação Hospitalar (AIH) por queimaduras e registrada no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) na região Sul do país, no período de 2016 a 2020. Foram excluídos dados incompletos.

Foram incluídos todos os pacientes, na faixa etária de 0 a 14 anos, contidos nas AIH, da Região Sul do Brasil que foram hospitalizados e registrados pelo SIH/SUS por queimaduras, o qual está disponível no Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Os dados foram estratificados por sexo e faixa etária.

Os dados foram obtidos do DATASUS, provenientes do Sistema de Informação Hospitalar (SIH), sendo que esses dados foram agrupados ao sistema por meio dos registros das AIH. Os dados foram acessados através do tabulador de dados Tabwin e, posteriormente, convertidos em arquivos compatíveis com o programa Excel. Para a construção do banco de dados, foram consideradas todas as internações por queimaduras na faixa etária de 0 a 14 anos no período de 2016 a 2020, segundo a Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID-10), na Região Sul.

Os dados foram organizados em um banco de dados criado e analisado com o auxílio do software Microsoft Excel® versão 365. As variáveis quantitativas foram descritas por meio de medidas de tendência central e dispersão dos dados. As variáveis qualitativas foram descritas por meio de frequência absoluta e percentual. A tendência temporal foi realizada por meio de regressão linear. O nível de significância estatística adotado foi de 5% (valor de p<0,05).

O autor declarou que os dados utilizados na elaboração do manuscrito intitulado “Série temporal das internações hospitalares por queimaduras em pacientes pediátricos na região sul do Brasil no período de 2016 a 2020”, foram obtidos a partir do banco de dados on-line e de acesso livre, do SIH/SUS, disponível no DATASUS, o que justifica a ausência do parecer do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Essas informações estão disponíveis na Internet para consulta livre na forma de dados agregados por estados e municípios, ou seja, as mesmas não foram coletadas de maneira individualizada e nominal.

Nesse sentido, não há qualquer possibilidade de dano de ordem física ou moral nas perspectiva do indivíduo e das coletividades, por terem sidos respeitados os princípios contidos na Resolução 466, de 12 de dezembro de 2012.

Desse modo, o presente artigo não demandou submissão ao CEP da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL).

RESULTADOS

No período de 2016 a 2020, foram realizadas 8.256 internações de crianças e adolescentes vitimadas por queimadura na Região Sul do Brasil, tendo o estado do Paraná como o responsável pelos maiores índices durante todo o período estudado, em oposição ao estado do Rio Grande do Sul, com os menores. Em 2018, o estudo mostrou seus piores dados (n=1848), em relação ao número de internações (Figura 1).

Figura 1 - Internações hospitalares por queimaduras em pacientes pediátricos na Região Sul do Brasil no período de 2016 a 2020.

A principal faixa etária (Figura 2) envolve crianças pré-escolares de 1-4 anos (n=4748), seguidas por crianças da terceira infância de 5-9 anos (n=1588). Quanto ao sexo (Figura 3), a maior parte da amostra infantil tem predominância do sexo masculino (n= 5205). Em relação à cor/raça (Figura 4), tem-se predominância da cor branca com 6263 dos envolvidos, com prontuários sem essa variável (SI) obtendo números superiores a cor preta, parda, indígena e amarela no total (n=929), principalmente no estado do Paraná (n=766).

Figura 2 - Faixa etária das internações hospitalares por queimaduras em pacientes pediátricos na Região Sul do Brasil no período de 2016 a 2020.

Figura 3 - Sexo das internações hospitalares por queimaduras em pacientes pediátricos na Região Sul do Brasil no período de 2016 a 2020.

Figura 4 - Cor/raça das internações hospitalares por queimaduras em pacientes pediátricos na Região Sul do Brasil no período de 2016 a 2020.

Em relação à tendência anual, conforme escala de Pearson (Tabela 1), nota-se que não houve correlação linear significativa nos casos com a ocorrência dos anos (Figura 5) do período estudado, dado os números apresentados não estarem próximos ou ultrapassarem o valor absoluto de 1.

Tabela 1 - Correlação das variações anuais na Escala de Pearson das internações hospitalares por queimaduras em pacientes pediátricos na Região Sul do Brasil no período de 2016 a 2020.
PR SC RS
R 0,493 -0,184 -0,64
P 0,398 0,767 0,244
N 5 5 5
Tabela 1 - Correlação das variações anuais na Escala de Pearson das internações hospitalares por queimaduras em pacientes pediátricos na Região Sul do Brasil no período de 2016 a 2020.

Figura 5 - Tendência anual das internações hospitalares por queimaduras em pacientes pediátricos na Região Sul do Brasil no período de 2016 a 2020.

Conforme a taxa de letalidade por 100 mil habitantes (Figura 6) e o número exato de óbitos (Figura 7), tem-se que o estado do Paraná lidera tais variáveis, exceto pelo ano de 2018, quando é ultrapassado pelo estado do Rio Grande do Sul em taxa de letalidade (n=1227,0), em quase todos os anos avaliados, tendo seus maiores números obtidos no ano de 2016 - sendo estes, respectivamente, 3091, 4 e 23. Em contrapartida, os menores índices foram obtidos no ano de 2019, com taxa de letalidade 0,0 para os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, devido a não ocorrência de óbitos nos mesmos durante esse período.

Figura 6 - Taxa de letalidade das internações hospitalares por queimaduras em pacientes pediátricos na Região Sul do Brasil no período de 2016 a 2020.

Figura 7 - Número de óbitos das internações hospitalares por queimaduras em pacientes pediátricos na Região Sul do Brasil no período de 2016 a 2020.

Analisando a média de permanência das internações por queimaduras pediátricas na Região Sul do Brasil entre os anos 2016-2020 (Figura 8) tem-se que o estado do Rio Grande do Sul tem as maiores médias chegando próximo de 7 dias, principalmente nos anos de 2016 e 2019. Por outro lado, apesar do Paraná liderar os índice de internações durante todo o período estudado, este figura apenas com a média superior a 5 dias no ano de 2016.

Figura 8 - Média de permanência das internações hospitalares por queimaduras em pacientes pediátricos na Região Sul do Brasil no período de 2016 a 2020.

DISCUSSÃO

As queimaduras têm sido consideradas um grave problema de saúde pública em países subdesenvolvidos, incluindo no Brasil. O conhecimento de dados epidemiológicos é de suma importância para fornecer subsídios aos programas de prevenção e tratamento delas, bem como ajuda a definir um paralelo entre as experiências de centros nacionais e internacionais11.

Os dados obtidos no presente estudo demonstraram uma tendência temporal de estabilidade no número de internações pediátricas por queimadura na Região Sul do Brasil no período estudado (2016-2020). Contudo, um estudo semelhante realizado em todo território do Brasil entre os anos de 2008 e 2015 apresentou um aumento do número de casos na Região Sul18. Assim como, ao analisar a taxa de internação por queimadura em cada estado, verificou-se que o Paraná apresentou as maiores taxas em relação a Santa Catarina e Rio Grande do Sul para todas as faixas etárias em acordo com outros autores15,29.

Em relação ao sexo, ocorreu predomínio do sexo masculino, com 63,04% (n=5205) dos casos, achado semelhante ao descrito por diversos autores2,5-8,11,15. O fato pode ser justificado pela diferença entre o comportamento das crianças do sexo masculino e feminino, dado os meninos serem educados para serem mais independentes, possuindo maior liberdade em realizar atividades e brincadeiras de maior risco, ficando mais expostos a tais acidentes7.

Historicamente, as queimaduras são lesões potencialmente evitáveis, preponderantemente na classe pediátrica, requerendo cuidados básicos e essenciais de seus tutores e das próprias crianças6. Isso demonstra-se no fato de que 57,5% (n=4748) das queimaduras ocorreram em crianças de 1-4 anos, faixa etária na qual devido ao desenvolvimento neuropsicomotor não há noção adequada de perigo e segurança. Tal dado está em concordância com outras pesquisas já publicadas, em que a média de idade inferior a 5 anos corresponde à maior parte dos queimados2,7,8,11,15. Nesse sentido, faz-se necessário um aumento na vigilância por parte dos pais e outros familiares, além da adoção de algumas medidas preventivas, como não deixar líquidos inflamáveis no campo de visão das crianças, em busca de diminuir tais índices na devida faixa etária.

Em várias publicações2,6-8,11, ficou demonstrado que o líquido superaquecido foi o maior agente etiológico de queimaduras em crianças no Brasil, superando o álcool líquido. Tal fato pode ser explicado por um artigo do ano de 2009, dado este mostrar uma significativa redução de 10,16% na incidência de queimaduras pelo álcool líquido em crianças no ano imediatamente subsequente à proibição da comercialização do mesmo30.

Analisando a média de internação por estado, notou-se que, mesmo a maior delas, correspondente ao estado do Rio Grande do Sul, está de acordo com outras literaturas, limitando-se a um número inferior ou próximo a duas semanas2,7,11,22. Entretanto, um outro estudo epidemiológico realizado entre os anos de 2010 e 2017, em um hospital da Região Sul do Brasil, verificou médias de permanência superiores às descritas neste artigo6.

Quanto ao desfecho ocorrido nesse período, 0,76% (n=62) dos pacientes foram a óbito, resultado que pode estar relacionado tanto a um melhor acesso ao serviço especializado e notificação por parte dos estados dessa região18, quanto a iniciativas governamentais e não governamentais na prevenção deste celeuma como a Política Nacional para Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências, implementada em 2001 pelo Ministério da Saúde, com propostas de ações específicas em todas as esferas públicas, cujas diretrizes visam à promoção da adoção de comportamentos e de ambientes seguros e saudáveis31.

Também é digno de nota, em âmbito não governamental, as campanhas nacionais de prevenção de queimaduras desenvolvidas pela Revista Brasileira de Queimaduras (RBQ) e da Organização Não Governamental (ONG) Criança Segura, filiada da International Safe Kids Worldwide, com base em Washington, nos Estados Unidos. Tais idealizações são agentes positivos na redução dos casos de queimaduras que necessitaram de internação hospitalar, visto que a maioria ocorre de forma acidental18.

De maneira geral, todos os estudos epidemiológicos são passíveis de viés. Os dados correspondentes aos três estados do Sul demonstram tendência de estabilidade no número de internações pediátricas por queimaduras no decorrer dos anos, no entanto, algumas limitações devem ser ressaltadas na interpretação. O fato de ter incluído somente dados de internações provenientes do bando de dados do DATASUS é propenso a vieses, ou seja, pode haver subregistro de internações por causas externas e algumas distorções em relação aos tipos de causas no SIH.

Somado a isso, outra limitação refere-se à fonte de financiamento destas internações, pois o presente trabalho incluiu somente internações financiadas pelo SUS, o que exclui, portanto, as internações por particulares e por seguros de saúde, não evidenciadas nesse estudo. Como a grande maioria dos atendimentos são feitos via SUS, acredita-se que o presente trabalho pode oferecer um bom quadro da realidade da região Sul do Brasil de internações por queimaduras.

CONCLUSÃO

No período entre 2016 e 2020, ocorreram 8256 internações por queimaduras em crianças de 0 a 14 anos na região Sul do Brasil. A maioria destas (63,04%) ocorreu na população masculina e na faixa etária de 1-4 anos (57,5%). No período estudado não houve variação anual significativa no número de internações hospitalares por queimaduras no Brasil, quando analisada faixa etária de 0 - 14 anos de cada estado da Região Sul. Separadamente, o estado do Paraná apresentou os maiores índices de internação pediátrica durante todo o estudo. Em contrapartida, no estado do Rio Grande do Sul verificou-se os menores índices.

Assim sendo, não menos importante, faz-se necessária a conscientização dos pais e outros familiares, no intuito de aumentar a vigilância e o cuidado com as crianças e adolescentes, buscando a adoção de medidas preventivas contra tal algoz. Ademais, contra as queimaduras, a prevenção é o melhor tratamento.

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1. Universidade do Sul de Santa Catarina, Curso de Medicina, Tubarão, Santa Catarina, Brasil

Autor correspondente: Thiago Gonçalves Souza Rua vigário José Poggel, 588, ed Torre di Fiori, ap 204, Tubarão, SC, Brasil. CEP: 88704-240, E-mail: thiago_goncalves_220@hotmail.com

Artigo submetido: 19/09/2021.
Artigo aceito: 13/12/2021.

Conflitos de interesse: não há.

 

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