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Articles - Year2019 - Volume34 - (Suppl.3)

http://www.dx.doi.org/10.5935/2177-1235.2019RBCP0189

RESUMO

Introdução: Ao longo da história da cirurgia plástica, várias técnicas de mamoplastia redutora e mastopexia foram descritas, sobre a mastopexia/mamoplastia redutora com abordagem vertical, o conceito de ressecção de pele e de tecido mamário pode ser considerado tridimensional: unidimensional se referindo à remoção de pele periareolar; bidimensional incluindo os componentes periareolar e vertical; ou tridimensional ao incluir os componentes periareolar, vertical e horizontal (cicatriz em T, J, L ou T longa).
Método: Pesquisa nas bases de dados Pubmed, Bireme, Scielo.
Conclusão: A técnica de mamoplastia redutora com abordagem vertical apresenta boa aplicabilidade, tanto em mamas de volume expressivo, bem como para correção de mamas com volumes menores. O presente estudo ressalta a importância do diagnóstico pré-operatório para a adequada indicação e abordagem cirúrgica. A manutenção do preenchimento do colo mamário por mais tempo pode ser atribuído à utilização do pedículo inferior (pedículo de Liacyr tipo I).

Palavras-chave: Mamoplastia; Mama


INTRODUÇÃO

Ao longo da história da cirurgia plástica, várias técnicas de mamoplastia redutora e mastopexia foram descritas. No início do século XX, Lexer (1912) e Kraske (1923) iniciaram a prática da redução das mamas, por meio de ressecções em bloco. Em 1925, Passot aplicou o método de grande descolamento e transposição do complexo areolopapilar (CAP)1. Tal procedimento foi adaptado para mamas menores, por Gilles e McIndoe (1939). O grande avanço, contudo, ocorreu quando Schwartzman publicou, em 1930, um novo conceito para realização de mamoplastias redutoras, de modo a preservar a derme periareolar - mantendo assim a vascularização da aréola. A partir da década de 1950, a mamoplastia redutora vive sua época áurea com Arie (1956), Stromberck (1960), Pitanguy (1961), Dufoumentel-Moly (1961), Skoog (1963)2. Em 1975, Ribeiro, et al., iniciaram as mamoplastias realizadas por meio da técnica de pedículos com base inferior, contribuindo assim muito para o avanço das mastopexias. A partir de então, outros procedimentos foram sendo aperfeiçoados para a redução e pexia das mamas3.

Sobre a mastopexia/mamoplastia redutora com abordagem vertical, o conceito de ressecção de pele e de tecido mamário pode ser considerado tridimensional: unidimensional se referindo à remoção de pele periareolar; bidimensional incluindo os componentes periareolar e vertical; ou tridimensional ao incluir os componentes periareolar, vertical e horizontal (cicatriz em T, J, L ou T longa)4.

OBJETIVO

O objetivo do presente estudo é realizar uma revisão da técnica de mastopexia e redução mamária pela técnica vertical, inicialmente descrita por Arie, avaliar os resultados a médio e longo prazo, e sistematizar o procedimento.

MÉTODO

Pesquisa nas bases de dados Pubmed, Bireme e Scielo.

Sistematização da técnica cirúrgica:

    1) Marcação

    2) Infiltração

    3) Desepitelização

    4) Lipoaspiração

    5) Excisão cirúrgica e criação de uma nova elevação mamária

RESULTADOS

De acordo com a sistematização da técnica e da pesquisa em bancos de dados, os autores puderam observar uma boa evolução pós-operatória e satisfação das pacientes (conforme Figuras 1, 2 e 3).

Figura 1 - Foto de pré-operatório, à esquerda. Pós-operatório de 1 ano à direita.

Figura 2 - Foto de pré-operatório, à esquerda. Pós-operatório de 1 ano à direita.

Figura 3 - Foto de pré-operatório, à esquerda. Pós-operatório de 1 ano à direita.

DISCUSSÃO

A mamoplastia redutora com abordagem vertical, usando o pedículo superior ou inferior de Liacyr, tem a vantagem de uma melhor projeção de longo prazo das mamas, como também deixa menos cicatrizes em comparação com as técnicas de redução de mama em T invertido5. Acreditamos que é a ressecção em cunha inferior do tecido mamário redundante que contribuiu para a ptose de mama e subsequente sutura dos pilares mediais e laterais que resultam em cone da mama e são responsáveis pela forma a longo prazo.

Três medidas devem ser avaliadas em cada visita pós-operatório: a menor distância entre a borda inferior da clavícula e a posição pós-operatória planejada da borda superior do CAP; a menor distância entre a borda inferior da clavícula e o mamilo; e a distância entre o sulco inframamário e a borda inferior do CAP6. Comparado com as marcações da pele no pré-operatório, o CAP foi localizado significativamente mais alto tanto no acompanhamento a curto prazo quanto no acompanhamento a longo prazo. Podemos atribuir o movimento superior do complexo areolopapilar à excisão de tecido mamário dos polos central e inferior, o que reduz a força exercida pelo tecido mamário remanescente, incluindo o CAP, e permite o recolhimento elástico da pele do polo superior. Além disso, a sutura dos pilares medial e lateral produz remodelagem da mama e empurra o mamilo superiormente. Após 3 anos, a distância entre o sulco inframamário inferior e a borda inferior do CAP foi significativamente menor, confirmando que não ocorre pseudoptose após mamoplastia de redução com abordagem vertical7.

CONCLUSÃO

A técnica de mamoplastia redutora com abordagem vertical apresenta boa aplicabilidade, tanto em mamas de volume expressivo, bem como para correção de mamas com volumes menores. O presente estudo ressalta a importância do diagnóstico pré-operatório para a adequada indicação e abordagem cirúrgica. A manutenção do preenchimento do colo mamário por mais tempo pode ser atribuída à utilização do pedículo inferior (pedículo de Liacyr tipo I).

REFERÊNCIAS

1. Robbins TH. A reduction mammaplasty with the areola-nipple based on an inferior dermal pedicle. Plast Reconstr Surg. 1977 Jan;59(1):64-7. PMID: 831241 DOI: https://doi.org/10.1097/00006534-197701000-00011

2. Courtiss EH, Goldwyn RM. Reduction mammaplasty by the inferior pedicle technique. An alternative to free nipple and areola grafting for severe macromastia or extreme ptosis. Plast Reconstr Surg. 1977 Apr;59(4):500-7. PMID: 847026 DOI: https://doi.org/10.1097/00006534-197704000-00004

3. Georgiade NG, Serafin D, Morris R, Georgiade G. Reduction mammaplasty utilizing an inferior pedicle nipple-areolar flap. Ann Plast Surg. 1979 Sep;3(3):211-8. DOI: https://doi.org/10.1097/00000637-197909000-00003

4. Saldanha OR, Maloof RG, Dutra RT, Luz OAL, Saldanha Filho O, Saldanha CB. Mamaplastia redutora com implante de silicone. Rev Bras Cir Plást. 2010;25(2):317-24.

5. Bezerra FJF, Moura RMG, Silva Júnior VV. Mamoplastia redutora e simetrização de mama oposta em reconstrução mamária utilizando a técnica de pedículo inferior. Rev Bras Cir Plást. 2007;22(1):52-9.

6. Wallace WH, Thompson WO, Smith RA, Barraza KR, Davidson SF, Thompson JTII. Reduction mammaplasty using the inferior pedicle technique. Ann Plast Surg. 1998 Mar;40(3):235-40. DOI: https://doi.org/10.1097/00000637-199803000-00007

7. Arié G. Una nueva técnica de mastoplastia. Rev Latinoam Cir Plast. 1957;3(1):23-31.











1. Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Independência, Porto Alegre, RS, Brasil.
2. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, Brasil.

Endereço Autor: Thiago Melo de Souza, Rua Campos Velho, Bairro Cristal, Porto Alegre, RS, Brasil. CEP 90820-000. E-mail: thiagosouza.md@gmail.com

 

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