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Extremities - Year2013 - Volume28 - (3 Suppl.1)

OBJETIVO

Avaliar a técnica de cruroplastia em L em pacientes submetidos a cirurgia de gastroplastia realizada no Hospital das Clínicas da Unicamp (Campinas, SP), considerando suas vantagens do ponto de vista de resultados e complicações.


MÉTODO

Estudo retrospectivo realizado por meio de análise de prontuários dos pacientes submetidos a cruroplastia após gastroplastia redutora no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Unicamp, no período de 2009 a início de 2013. Realizamos 32 cruroplastias, sendo 5 pacientes do sexo masculino e 27 do sexo feminino. A média de idade foi de 43 anos, variando de 26 anos a 70 anos. O peso médio pré-cirurgia bariátrica foi de 133 kg, variando de 96 kg a 185 kg, com IMC médio de 51,6 kg/m2. A perda ponderal média dos pacientes foi de 61,5 kg, variando de 23 kg a 10 kg, resultando em peso médio pós-gastroplastia redutora de 72 kg, variando de 57 kg a 109 kg, com IMC médio de 27,6kg/m2. Os pacientes aguardaram, em média, 4 anos entre a gastroplastia redutora e a cruroplastia,com 8 (25%) pacientes realizando a cirurgia reparadora 2 anos após a gastroplastia. A maioria dos pacientes (75%) não possuía comorbidades na época da cruroplastia; entre os 8 (25%) pacientes com comorbidades, a principal era hipertensão arterial (n = 8), seguida por hipotireoidismo (n = 2) e dislipidemia, artrite reumatoide, líquen simples e taquicardia supraventricular por reentrada nodal (1 paciente cada).


RESULTADOS

Iniciamos a marcação com o paciente em posição ortostática, localizando a linha da prega inguinal (na raiz da coxa) até a borda do tendão adutor da coxa. Por manobra bidigital, sentimos a quantidade de tecido a ser retirada da face medial da coxa, iniciando uma linha partindo do ponto do tendão adutor da coxa, no sentido longitudinal caudal, na borda do referido músculo, até o ponto necessário para ressecção de tecido variável em cada paciente. Assim terminamos com uma marcação em L invertido (prega inguinal e longitudinal/vertical na coxa). O paciente é operado em decúbito dorsal horizontal, com as pernas abduzidas. Se necessário, é feita lipoaspiração com infiltração prévia de solução de adrenalina 1:500.000 na área a ser lipoaspirada. Faz-se a incisão em L invertido com descolamento acima da fáscia superficial de Colles, preservando vasos sanguíneos e linfáticos. Faz-se tração súpero-posterior do retalho descolado em sentido oblíquo ântero-posterior. Retiramos o excesso de tecido em triangulação, a fim de evitar retirada excessiva de tecido. O ponto mais importante é uma fixação do retalho em L, no tendão do músculo adutor da coxa próximo a sua inserção no osso do púbis, com fio de mononáilon 2-0. Os outros pontos do retalho seão feitos na fáscia de Colles, com fio absorvível, podendo ser poligalactina (vicryl) ou poliglecaprone 25 (monocryl). O fechamento da pele é feito com pontos subdérmicos de poligalactina incolor 3-0 e sutura da pele contínua com fio de mononáilon 5-0 ou intradérmica de monocryl 4-0. Não realizamos quimioprofilaxia para trombose venosa profunda (salvo nos casos de alto risco); incentivamos deambulação precoce e movimentação no leito. A principal técnica utilizada nas cruroplastias foi a em L associada a lipoaspiração (n = 15, 46,9%), seguida pela transversal inguinal (n = 10, 31,3%), pela L (n = 6, 18,8%) e, por último, pela transversal associada a lipoaspiração (n = 1, em 3,1). Os pacientes mostraram-se satisfeitos em 90,6% dos casos (n = 26), 25 estavam totalmente satisfeitos, 1 referiu excesso residual de lipodistrofia na face anterior das coxas, 1 referiu excesso residual em faces anterior e lateral das coxas, e 2 alegaram excesso residual na região dos joelhos, mas não desejaram correções. A taxa de complicação total foi de 56% (n = 18): 5 (15,6%) deiscências isoladas, 3 (6,3%) equimoses, 2 (6,3%) granulomas, e 1 (3,1%) caso cada de cicatriz alargada, cicatriz hipertrófica e deiscência associada a infecção de ferida operatória ou celulite ou erisipela ou equimose ou granuloma.


CONCLUSÃO

A utilização dessa modalidade técnica permitiu melhor camuflagem da cicatriz resultante, sendo muito bem aceita pelos pacientes, apresentando menores índices de complicação pósoperatória, sem incidência de trombose venosa profunda ou tromboembolismo pulmonar e/ou necessidade de reabordagens cirúrgicas.

 

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