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Extremities - Year2013 - Volume28 - (3 Suppl.1)

INTRODUÇÃO

Com o advento da microcirurgia houve uma modificação na cirurgia plástica reconstrutiva, pois os múltiplos procedimentos cirúrgicos de rotação de retalhos pediculados de um local do corpo para outro, demorados e dispendiosos, foram substituídos por uma reconstrução em tempo cirúrgico único, com transferência de múltiplos tecidos e menor morbidade das áreas doadoras. Existe uma variedade de áreas doadoras, com possibilidade de escolha do tecido a ser transplantado. A área doadora pode ser escolhida e planejada com o objetivo de obter melhor resultado tanto estético como funcional. A cobertura de perdas de substância de membros inferiores constitui um desafio, principalmente nos acometimentos de terço distal, pois a falta de tecidos de vizinhança com boas características para um retalho local limita seu tratamento. Os retalhos microcirúrgicos buscam suprir essa falta de possibilidades de reconstrução com retalhos locais, proporcionando o uso de retalhos à distância, com baixa morbidade nas áreas doadoras.


OBJETIVO

O trabalho visa a demonstrar a experiência inicial do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Regional da Asa Norte (Brasília, DF) na reconstrução microcirúrgica de membros inferiores.


MÉTODO

Trata-se de um estudo retrospectivo de pacientes submetidos a reconstrução microcirúrgica dos membros inferiores, no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2012. As variáveis analisadas foram: idade, gênero, causa da lesão, área de perda de substância, área doadora do retalho e suas dimensões, vasos receptores, tempo de internação e complicações.


RESULTADOS

No período analisado, foram identificados 4 pacientes submetidos a reconstrução microcirúrgica dos membros inferiores. A média de idade dos pacientes foi de 39 anos, variando de 17 anos a 62 anos, todos do gênero masculino. Em 3 casos, o motivo da lesão foi acidente motociclístico e em 1, atropelamento. Em todos os pacientes a perda de substância foi no pé, com proposta de reconstrução de calcâneo em 3 casos e de reconstrução de região plantar sobre o primeiro metatarso em 1 caso. A área doadora do retalho foi a região ântero-lateral da coxa em todos os casos, cujas maiores extensões foram de 22 cm de comprimento e 16 cm de largura. Os vasos tibiais posteriores foram os vasos receptores em 3 pacientes e os vasos tibiais anteriores/pediosos foram os vasos receptores em 1 caso, com anastomose término-terminal em todos os pacientes. Não houve necessidade de cuidados em terapia intensiva, sendo a média do tempo de internação de 28 dias, variando de 12 dias a 45 dias. A média de tempo de uso de enoxaparina foi de 13 dias. Nos casos estudados, foi observada apenas 1 complicação pós-operatória, referida como deiscência da área doadora. Em nenhum paciente houve necessidade de reintervenção cirúrgica por sofrimento vascular do retalho.


CONCLUSÃO

A consolidação de um serviço de microcirurgia se esmera em resultados promissores. À medida que as reconstruções microcirúrgicas são realizadas, essa modalidade passa a incorporar o arsenal terapêutico do hospital, conquistando a valorização pelos colegas médicos e a reintegração social do paciente.

 

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