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Body and Chest - Year2013 - Volume28 - (3 Suppl.1)

OBJETIVO

Comparar o tempo de internação, os resultados estéticos e os custos entre o tratamento com Omiderm® e o uso de terapia convencional em pacientes grandes queimados.


MÉTODO

Realizado estudo de coorte, prospectivo, envolvendo pacientes grandes queimados, admitidos e tratados no Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans, a partir de 14 de março de 2013. Até a data da finalização do presente estudo, foram incluídos 23 pacientes, com idades variando entre 18 anos e 62 anos, com graus, regiões e extensões variados de queimaduras, alocados aleatoriamente em dois grupos. Foram incluídos no estudo pacientes com superfície corporal queimada > 25%, de ambos os sexos, com idade > 18 anos, independentemente de etnia, grau, localização e agente causal da queimadura. Durante a primeira entrevista, todos os pacientes foram informados detalhadamente sobre os tratamentos e as possíveis complicações e assinaram Termo de Consentimento Informado. A coleta de dados foi realizada por avaliadores distintos dos responsáveis pelo estudo. Todos os pacientes foram avaliados e acompanhados clinicamente durante toda a internação. Já no primeiro atendimento, o desbridamento cirúrgico, realizado sob anestesia, permitiu a retirada de bolhas, epitélio morto e corpos estranhos. Nos primeiros dois dias, os pacientes foram submetidos a banhos diários com água corrente, limpeza das lesões com solução antisséptica, clorexidina e curativos oclusivos com sulfadiazina de prata a 1%. Aqueles com extremidades com queimaduras profundas circulares ou perfusão periférica lentificada receberam escarotomia ou fasciotomia. Após o terceiro dia de internação, esses pacientes foram separados aleatoriamente em dois grupos: um grupo recebeu tratamento convencional e autoenxertia (grupo 1) e o outro grupo foi tratado com Omiderm® e autoenxertia (grupo 2). O grupo 1 foi constituído de 13 pacientes, que continuaram recebendo banhos diários e curativos com sulfadiazina de prata a 1%, trocados diariamente, até granulação das lesões e realização das autoenxertias. O grupo 2 foi constituído de 10 pacientes, que receberam banhos com solução antisséptica no terceiro dia e curativos Omiderm®, na forma lisa, filmes de poliuretano e acrilamida comercial em pó. Trata-se de um curativo utilizado no tratamento de lesões cutâneas de queimaduras de 1º e 2º graus. Esse curativo permaneceu na ferida até epitelização e desprendimento em até 7 dias, exceto nas feridas muito exsudativas, com necessidade de recolocação dos curativos, em que as trocas foram realizadas a cada 24-48 horas. Após retirada do curativo, foi realizada autoenxertia entre 14 dias e 69 dias pós-queimadura. Os pacientes foram avaliados quanto a presença de infecção, tempo de cicatrização, tempo de internação até a alta hospitalar e aparência da lesão.Após a alta, os pacientes foram acompanhados por 3 meses, sendo avaliados a cada mês, para manutenção da integração dos enxertos, qualidade estética e funcional.


RESULTADOS

Dentre os 23 pacientes incluídos no estudo, com média de idade de 42 anos, 13 (56,52%) receberam tratamentos convencionais e 10 (43,48%), curativo Omiderm®. No grupo 1, 4 pacientes apresentaram infecção nas feridas operatórias, que evoluíram com resolução completa após administração de antibioticoterapia. No grupo 2, 3 pacientes apresentaram infecção nas feridas, com resolução completa com uso da antibioticoterapia. No grupo 1, o tempo de cicatrização incluiu o tempo até a granulação, que, somado ao tempo até a completa integração do enxerto, totalizou 42 dias. No grupo 2, o tempo de cicatrização em feridas de 2º grau superficial foi de 10 dias, enquanto em queimaduras profundas a cicatrização ocorreu entre 12 dias e 15 dias. Quanto ao tempo de internação, os pacientes do grupo 1 estiveram internados por um período médio de 30 dias. A aparência das lesões foi satisfatória em ambos os grupos, sendo a qualidade estética melhor no grupo 2. A média da superfície corporal queimada entre todos os pacientes foi de 33%. Todos os curativos foram avaliados, nos retornos ambulatoriais, quanto ao aspecto das áreas enxertadas e à qualidade das lesões. No caso de curativos Omiderm®, foram utilizados dados disponíveis na literatura a respeito de pesquisas e testes clínicos realizados com alguns biomateriais, já que seu uso em hospitais deve ser justificado, em decorrência do alto custo desses curativos.


CONCLUSÃO

A análise comparativa entre os dois grupos de pacientes demonstrou a superioridade do tratamento com Omiderm® em relação à terapia convencional, com reduçãodoperíododeinternação,melhor qualidade estética e, apesar do alto custo inicial, diminuição do custo global da terapia, justificando sua utilização.

 

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