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Body and Chest - Year2013 - Volume28 - (3 Suppl.1)

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi desenvolver, a partir da associação de várias técnicas, um método de execução parcialmente simples, unindo as cirurgias de implante mamário de silicone às técnicas conhecidas de mastopexia.


MÉTODO

Foram estudadas 20 pacientes do sexo feminino, que tiveram uma ou mais gestações e tempo mínimo de 8 meses após o término da amamentação para realização da cirurgia. Todas as pacientes apresentavam ptose mamária graus I ou II de Regnault e possuíam volume das mamas com hipertrofia leve ou moderada. A técnica consiste na marcação da pele com a paciente em pé, seguindo inicialmente os princípios da técnica de Pitanguy, com o ponto A na projeção do sulco mamário sobre a linha hemiclavicular. Em seguida, é realizado pinçamento bidigital para demarcação de duas colunas b e c, que vão do ponto A até se unirem novamente a 10 mm do sulco mamário, evidenciando o excesso de pele para o reposicionamento da mama. Nesse momento o cirurgião nota a necessidade de se retirar ou não excesso de tecido mamário para a montagem da mama ou se somente há necessidade de retirada de tecido cutâneo para a montagem das mamas. Não se marcam inicialmente os pontos B, C, D e E, como seria numa marcação de mastopexia convencional; esses pontos e a altura das colunas só serão definidos após a colocação dos implantes. O volume dos implantes varia de acordo com o tamanho das mamas e do desejo da paciente: quanto maior a quantidade de tecido mamário a ser retirado maior o implante, e se a paciente desejar diminuir o volume das mamas coloca-se um implante menor e retira-se maior quantidade de pele para fazer a compensação. Está indicado o uso de moldes durante a cirurgia para definição do tamanho dos implantes definitivos. A cirurgia tem início com a decorticação da pele periareolar, com preservação do derma (Schwartzman), até 1,5 cm abaixo da aréola, entre as colunas b e c inicia-se a ressecção do parênquima mamário uniformemente, mantendo um panículo adiposo e glandular para não comprometer a vascularização do complexo areolopapilar (CAP). Nesse momento também é realizada a formação da loja para implante mamário de silicone. O implante é colocado em sua posição ântero-muscular e então a paciente é sentada, verificando-se, novamente, por meio de pinçamento manual ou com ganchos, o excesso de pele a ser retirado e a definição da altura das colunas b e c e a marcação dos pontos B, C, D e E. Também é feita decorticação da pele 10 mm abaixo dos pontos B e C, para formar mais adiante, no momento da união desses dois pontos, uma cinta dérmica, idealizada por Nemer Chidid. É realizada a incisão no sulco mamário entre os pontos D e E. Realiza-se a elevação do CAP (Letterrman) e, em seguida, a sutura da pele. Inicia-se, então, o fechamento por planos, começando com a loja do implante. O curativo é feito com vaselina sólida, gaze e Micropore. O primeiro curativo é feito depois de uma semana da data da cirurgia, e logo após iniciam-se curativos diários, feitos pela própria paciente. Os pontos são retirados 15 dias a 21 dias após a cirurgia.


RESULTADOS

Em todas as pacientes, foi observado resultado satisfatório da correção da ptose, da assimetria e do preenchimento do volume mamário, porém a definição do colo, em alguns casos, ainda se mostra difícil, dependendo da força de sustentação da pele de cada paciente. Um caso apresentou formação de seroma, 10 dias após a cirurgia, e foi tratado com punção aspirativa com agulha romba, após microincisão na pele, duas vezes por semana durante duas semanas. Outros 3 casos apresentaram deiscência de sutura, de mais ou menos 1,5 cm, no encontro das cicatrizes vertical e horizontal, tratada com curativos diários fechados com Rifocina após a limpeza local, com tempo médio de resolução de três semanas.


CONCLUSÃO

A cirurgia para correção da ptose mamária ainda está em plena evolução. A cada dia se aperfeiçoam, se modificam e se unem técnicas antigas a novas ideias, para se tentar chegar o mais próximo possível daquilo que a paciente um dia já teve ou que sempre desejou ter. O gosto das mulheres brasileiras e a mídia ao redor delas passam por um momento de transição no que diz respeito ao conceito de beleza dos volumes das mamas. Isso nos faz pensar que a associação de técnicas básicas de mastopexia com a inclusão de implantes mamários vai estar cada vez mais presente na rotina dos cirurgiões plásticos no Brasil.

 

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