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Correlação dos fototipos de Fitzpatrick com cicatrização após abdominoplastia
Body and Chest -
Year2013 -
Volume28 -
(3 Suppl.1)
Diego Ricardo Colferai; Pamella Veríssimo; Hélio Itapema C. Neto; Nádia De Rosso Giuliani; Rafael Colombi Frota; Luciana de Vasconcelos Sá
INTRODUÇÃO
O esquema mais comumente utilizado para classificar o tipo de pele de uma pessoa quanto a sua resposta à exposição ao sol, em termos do grau de queimadura e bronzeamento, foi desenvolvido por Fitzpatrick. A classificação de pele em fototipos de Fitzpatrick leva em consideração tanto características fenotípicas como dados relatados pelo próprio paciente, referentes aos efeitos causados pela exposição solar em sua pele. Conforme estudo de Hochman e colaboradores, realizado em 2012, existe associação entre as cicatrizes fibroproliferativas e os fototipos cutâneos, sendo o queloide e as cicatrizes hipertróficas mais frequentes em indivíduos de pele mais escura. Existem poucos dados disponíveis sobre a causa exata da formação de cicatrizes fibroproliferativas. Estratégias profiláticas e terapêuticas existentes incluem terapia de pressão, cobertura com silicone gel, aplicação de triancinolona intralesional, criocirurgia, radioterapia, terapia a laser, interferon, 5-fluorouracil, agentes tópicos e excisão cirúrgica.
OBJETIVO
Este estudo teve como objetivo correlacionar os fototipos de pele de Fitzpatrick com o tipo de cicatrização após abdominoplastia.
MÉTODO
Estudo clínico, prospectivo, da correlação entre fototipo de Fitzpatrick e cicatrização após abdominoplastia de 42 pacientes, entre novembro de 2007 e maio de 2013. Foram selecionados ao acaso 42 pacientes para acompanhamento no Serviço de Cirurgia Plástica do Conjunto Hospitalar do Mandaqui (São Paulo, SP). As cicatrizes foram classificadas de acordo com a cor (normocrômica e hipercrômica) e quanto ao trofismo (hipertróficas, normotróficas e hipotróficas). O fototipo de pele foi determinado pela aplicação do questionário da classificação de Fitzpatrick, descrito em 6 categorias. Para análise estatística dos dados foi utilizado o teste de qui-quadrado. Estabelecido nível de significância de 0,05 (5%). Todos os pacientes concordaram em participar do trabalho, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido.
RESULTADOS
A faixa etária dos pacientes variou de 23 anos a 60 anos, com média de idade de 39 anos, sendo 41 do sexo feminino em 1 do masculino. O tempo médio de seguimento foi de 22 meses, variando de 1 mês a 67 meses. Os pacientes possuíam índice de massa corporal entre 19 kg/m2 e 27 kg/m2, com média de 22,81. Desses pacientes, 12 (30%) eram tabagistas. Houve predominância do fototipo III de Fitzpatrick (20 pacientes; 47%), e os extremos (fototipos I e V-VI) foram menos incidentes. Observamos que, independentemente do fototipo de Fitzpatrick, 30 (70%) pacientes apresentaram cicatriz normocrômica e 32 (74%), cicatriz normotrófica. Apesar de o fototipo III de Fitzpatrick ser o mais predominante para cicatrizes hipercrômica e hipertrófica, não há relação estatística significativa entre fototipo e cicatriz após abdominoplastia. Nenhum paciente apresentou cicatriz hipocrômica e houve somente 1 (5%) caso de cicatriz hipotrófica, porém nesse paciente foi utilizado corticoide intralesional (triancinolona).
CONCLUSÃO
Concluímos que, nesta casuística, não existe relação entre fototipo de Fitzpatrick e presença de cicatrizes inestéticas após abdominoplastia, seja por trofismo ou coloração.
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