ISSN Online: 2177-1235 | ISSN Print: 1983-5175
Uso de microexpansores intraoperatórios em lesões de face
Skull, Face and Neck -
Year2013 -
Volume28 -
(3 Suppl.1)
Alexandre Martins Rodrigues Salgado; Roberto Kaluf; Paulo Henrique Rassi Almeida; Iuri Barbosa Costa e Silva; Viviane Borba Campos
INTRODUÇÃO
Múltiplos são os pacientes que procuram os serviços de cirurgia plástica para correção e ressecção de lesões congênitas em face. O maior temor desses pacientes são, em geral, as sequelas cicatriciais que tais procedimentos podem gerar, o que poderia causar mais transtornos que as lesões preexistentes. Após a descrição da utilização de próteses infláveis para a expansão tecidual feita por Neumann, em 1957, muitos foram os pacientes que se beneficiaram desse procedimento em cirurgias reparadoras. Na tentativa de poupar o uso de grandes retalhos de face para correção de tais defeitos e as possíveis complicações decorrentes, foi feita tentativa de expansão intraoperatória para relaxamento tecidual amplo, favorecendo o fechamento primário dessas ressecções, conforme descrito por Sasaki, obtendo-se ótimos resultados estéticos e satisfação dos pacientes.
OBJETIVO
Demonstrar a eficácia do uso de expansão intraoperatória nas cirurgias reparadoras de face, como alternativa segura e eficaz na ressecção de lesões.
MÉTODO
Foram selecionadas duas pacientes com lesões congênitas de face (uma em ponta nasal, outra em glabela), de caráter benigno, que procuraram serviço de cirurgia plástica para ressecção das mesmas. As pacientes foram orientadas quanto às opções cirúrgicas e quanto à possibilidade de necessidade de rotação de retalhos e de sequelas cicatriciais. Os procedimentos consistiram em incisão marginal perilesional e confecção de loja com descolamento subcutâneo das lesões, para acomodar expansor cirúrgico adequado para cada caso. Após implante do expansor, foi realizada insuflação intraoperatória até o limite tolerado pela pele da paciente, por tempo mínimo de 10 minutos, por 2 vezes. Na sequência, foi retirada a prótese e ressecada a lesão, com posterior rafia primária da lesão, por planos. Não foram utilizados drenos. Os pontos foram retirados 10 dias após o procedimento. As pacientes foram acompanhados por 6 meses.
RESULTADOS
Observou-se adequado resultado pós-operatório, sem nenhuma complicação cirúrgica, nos 2 casos.As pacientes foram poupadas de maiores incisões e rotações de retalho, que poderiam trazer grandes sequelas cicatriciais epossíveis complicações. Ambas as pacientes referiram total satisfação com os resultados obtidos.
DISCUSSÃO
Complicações de cirurgias de face podem gerar grandes transtornos para o paciente e cirurgião, em decorrência de seus aspecto extremamente aparente. Sasaki demonstrou, em estudo com 295 pacientes, a possibilidade de consideráveis ganhos teciduais com a expansão intraoperatória nas cirurgias de face, sem aumentar a incidência de complicações. Cicatrizes de rotação de retalhos sempre estão sujeitas a complicações, que podem ser desastrosas quando tais deformidades ocorrem na face. Com a expansão intraoperatória, pode-se poupar o paciente e o cirurgião de grandes rotações de retalho, com tempo cirúrgico muitas vezes menor do que o das cirurgias sem prótese, e alcançar resultados esteticamente satisfatórios. O custo da prótese deve ser levado em consideração, mas a não necessidade de revisão cirúrgica poderia contornar tal problema, porém não foi objetivo do presente estudo avaliar gastos totais, uma vez que seria necessário maior número de casos.
CONCLUSÃO
O uso de expansores intraoperatórios demonstrou-se uma técnica eficaz, de fácil reprodução e resultados estéticos satisfatórios, com baixa morbidade. O custo da prótese pode ser um fator limitante, mas considerado pequeno diante dos benefícios e da baixa taxa de complicações.
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