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                        Complicações anestésicas em Cirurgia Plástica e a importância da consulta pré-anestésica como instrumento de segurança 
                    
                    A anestesia para procedimentos de Cirurgia Plástica eletivos é geralmente muito segura, todavia o conhecimento das complicações mais frequentes e o controle efetivo são importantes para a segurança do paciente. A consulta pré-anestésica realizada por equipe formada por anestesista e enfermeiros já está estabelecida no contexto da segurança do paciente cirúrgico, pois pode reduzir as intercorrências intra e pós-operatórias e evitar desfechos desfavoráveis. Embora tenha custos efetivos e necessite mudanças de conduta, a consulta pré-anestésica é uma recomendação do Conselho Federal de Medicina desde 2006.
OBJETIVO
Descrever as complicações anestésicas em Cirurgia Plástica observadas, ao longo de um ano, no Hospital Sarah Brasília e contextualizar a importância da consulta pré-anestésica.
MÉTODO
Realizou-se estudo de coorte retrospectiva e analítica de pacientes hospitalares, focado na causalidade, abordando as complicações anestésicas dos procedimentos cirúrgicos realizados pela equipe da Cirurgia Plástica e outras especialidades no Hospital Sarah Brasília. Descreveu-se a consulta anestésica realizada rotineiramente no pré-operatório.
RESULTADOS
Foram observados 14 (8%) pacientes que apresentaram complicações, sendo 11 homens e 3 mulheres, dentre 477 pacientes operados para procedimentos reconstrutivos pela equipe de Cirurgia Plástica, entre 2006 e 2007. Doze dos pacientes apresentavam comorbidades. As principais complicações foram hipertensão e hipotensão, com desfecho favorável.
DISCUSSÃO
Nos resultados gerais do estudo, encontraram-se como fatores de risco para complicações anestésicas entre todas as especialidades cirúrgicas o estado físico ASA e as comorbidades: doenças da tiroide, doenças respiratórias, tumores ou doença pulmonar, história de tabagismo e duração da anestesia. Os resultados obtidos em outros serviços podem ser diferentes dos aqui apresentados, haja vista as características dos procedimentos realizados e das doenças atendidas, que não são comuns na população geral, por se tratar de um hospital de reabilitação e de atendimento terciário. Existe uma tendência mundial entre as sociedades médicas para redução de riscos e erros em cirurgias. Em 2003, a Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos se juntou a outras 50 grandes associações médicas e endossaram o Joint Commission Universal Protocol, para evitar erros no procedimento e no sítio cirúrgico. A partir de 1º de julho de 2004, em todos os hospitais credenciados, atendimentos ambulatoriais e instalações cirúrgicas seria necessário integrar diversos elementos, incluindo identificação do paciente no pré-operatório, marcação do sítio operatório no pré-operatório e "check-list" antes da primeira incisão. Para a Cirurgia Plástica, isso muitas vezes inclui história e exame físico precisos e atualizados, consentimento informado e documentos para liberação por profissionais médicos de outras especialidades, se necessário. O protocolo prevê, também, a importância de assegurar a presença de todos os materiais implantáveis necessários para o procedimento. Outro aspecto a ser contemplado deve ser a consulta pré-anestésica. Quando analisamos os resultados obtidos neste estudo, encontramos o baixo índice de complicações relacionadas à anestesia em todos os procedimentos cirúrgicos realizados no Hospital Sarah (2,74%), em comparação aos estudos que demonstram taxas de até 18%. Outro dado importante refere-se à não ocorrência de óbito ou sequela grave resultantes dessas complicações, quando algumas pesquisas apontam taxas de óbito entre 0,13% e 1,5%, considerando-se que a probabilidade atual de morte durante a anestesia, e em decorrência dela, está estimada entre 1 para 250.000 e 1 para 300.000.
CONCLUSÃO
No presente estudo, foi baixa a incidência de complicações anestésicas e todas apresentaram desfecho favorável. Os autores consideram a importância da consulta pré-anestésica realizada por equipe formada por anestesista e enfermeiros no contexto da segurança do paciente em Cirurgia Plástica, pois pode reduzir as intercorrências intra e pósoperatórias e evitar desfechos desfavoráveis.



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