ISSN Online: 2177-1235 | ISSN Print: 1983-5175

Previous Article Next Article

Body and Chest - Year2012 - Volume27 - (3 Suppl.1)

INTRODUÇÃO

Uma das grandes inovações nas técnicas cirúrgicas de mama foi o aproveitando da cicatriz da abdominoplastia para colocação da prótese de silicone nos seios.


OBJETIVO

Colocação de implante de gel coesivo mamário por via abdominal em pacientes submetidas à abdominoplastia.


MÉTODO

Trata-se de descrição da técnica cirúrgica na qual foram selecionadas 30 pacientes do gênero feminino, entre 20 e 50 anos de idade, com Índice de Massa Corpórea (IMC) maior que 25 e menor que 35 (sobrepeso e obesidade Grau I). As pacientes apresentavam aumento do tecido adiposo no abdome e diástase dos músculos reto abdominais [paciente tipo II (Mararasso, 1989 & Pitanguy, 1995)] pós-gestacional, que manifestavam desejo da melhora estética do contorno corporal, com ptose mamária leve ou hipomastia. Foram excluídas pacientes com contraindicações clínico-cirúrgicas ao procedimento, aquelas submetida à cirurgia bariátrica ou qualquer outra intervenção cirúrgica no abdome, exceto Pfannenstiel; paciente em período pós-parto recente (menor que 1 ano) ou amamentando. As pacientes que apresentavam ptose moderada eram de contraindicação relativa, pois o volume da prótese para corrigir essa flacidez poderia dar resultados bons no início, mas queda após a remissão do edema inicial. As próteses utilizadas foram texturizadas com gel coesivo, apresentando volume variável de 260 a 325 ml. A técnica operatória consistiu em infiltrar a base das mamas com solução vasoconstrictora na proporção de 1:321.000, ou seja, 300 ml solução fisiológica 0,9%, mais 20 ml bupivacaína 0,5%, mais 1 ml adrenalina 1:100 para melhor controle do sangramento durante a cirurgia e analgesia no pós-operatório. As pacientes foram submetidas à abdominoplastia com técnica padronizada, sendo iniciada com incisão da pele e subcutâneo na prega abdominal, seguida de descolamento de retalho dermogorduroso o mais próximo possível da aponeurose dos músculos reto abdominal e oblíquos e elevado até o apêndice xifoide e dois túneis laterais foram confeccionados para atingir o sulco mamário. Os instrumentos mais importantes foram os afastadores, pois, se não houver boa apresentação, a cirurgia fica desconfortável, principalmente nos primeiros casos, pela dificuldade de adequada hemostasia. Foram utilizados materiais longos para ajudar na dissecção do pólo superior das mamas. O túnel criado nas laterais do apêndice xifoide (na posição das 11 e 13 horas) foi o mais difícil devido à falta de familiaridade com o plano de dissecção, dando a impressão que está aprofundando no descolamento. Mas é exatamente isso que ocorre, pois as costelas costumam ser mais altas nas partes mais baixas. Após vencer este platô, formado pela projeção das últimas costelas verdadeiras, a dissecção torna-se mais fácil e todo o descolamento mamário é rapidamente feito. A loja pôde ser antero ou retromuscular, pois a margem inferior do músculo peitoral maior era bem visível. Dissecar as margens superiores foi mais fácil com o afastador tipo maleável, além de proteger a prótese quando realizado a sutura fixando novamente o tecido da base da mama à aponeurose (para recriar o sulco mamário). Foi realizado o máximo de pontos simples possíveis ao refixar o retalho sobre as costelas.


RESULTADOS

Cem por cento das pacientes relataram estar satisfeitas com o resultado da mamoplastia de aumento, com um índice de 96% de pacientes muito satisfeitas. Isso é de grande importância para futuras pesquisas, pois as queixas normais de cicatriz alargadas ou hipercrômicas nas mamas, perda de sensibilidade e mesmo o comum desejo de ter colocado um tamanho maior de prótese (na avaliação tardia de 12 meses), não foi encontrado em nenhum caso neste grupo. Num seguimento de mais de 5 anos, apresentamos resultados duradouros e de excelentes resultados estéticos, tanto pela avaliação do médico como da paciente. Complicações mínimas ocorreram em 2 casos (bem no início do aprendizado, 1º e 3º casos), em um deles seroma, por inadequada fixação do retalho sobre as costelas corrigidas, com 3 punções diretas e compressão adicional no local, e outro foi deslocamento caudal da prótese pelo mesmo fator, corrigida com anestesia local e incisão no sulco mamário nesse local.


CONCLUSÃO

O implante de prótese mamária utilizando como via de acesso a incisão da dermolipectomia apresenta vantagem de menor tempo cirúrgico, além de bons resultados estéticos devido à ausência de cicatrizes nas mamas, proporcionando maior confiança às pacientes quanto à forma corporal. Devido à dificuldade de visualização dos túneis de dissecção, são necessários novos estudos para aprimoramento da técnica, principalmente dos instrumentos de apresentação.

 

Previous Article Back to Top Next Article

Indexers

Licença Creative Commons All scientific articles published at www.rbcp.org.br are licensed under a Creative Commons license