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Prevalência das fissuras labiopalatinas no estado de Pernambuco - IMIP/PE
Skull, Face and Neck -
Year2012 -
Volume27 -
(3 Suppl.1)
Kleiton Cardozo de Oliveira; Rui Manoel Pereira; Catarina Montarroyos; Felipe Souza; Igor Luna; Rafael Albuquerque
INTRODUÇÃO
As fissuras labiopalatinas estão entre as malformações congênitas de maior frequência que acometem o ser humano. É uma doença ainda de etiologia controversa, cujo diagnóstico pode ser feito a partir do segundo semestre de gestação e requer orientações e acompanhamento do neonato e da mãe, para um tratamento que exige abordagem multi e interdisciplinar qualificada. A frequência dessa malformação e a magnitude das alterações que causa sobre o crescimento e o desenvolvimento na face humana é fonte de discussão, com necessidade de informações que tragam dados mais precisos sobre a prevalência desse defeito congênito, fundamental para o reconhecimento do problema e, consequentemente, do planejamento de políticas de assistência e prevenção. Dessa forma, a inclusão de um campo de notificação sobre defeito congênito em um documento oficial e de preenchimento obrigatório, o campo 34 na declaração de nascidos-vivos introduzido no Brasil em 1999, foi fundamental para a melhoria da obtenção de informações referentes à ocorrência das malformações congênitas. O primeiro estudo epidemiológico sobre prevalência de fissuras labiopalatinas no Brasil data de 1968, realizado na cidade de Bauru, no estado de São Paulo. Conforme a literatura, a prevalência das fissuras varia de acordo com raça e sexo, sendo sua maior frequência entre os asiáticos (1,8 a 2,0: 1000 nascidos-vivos). No Brasil, a ocorrência das fissuras labiopalatinas é de 1:653 nascimentos, sendo a região Centro-Oeste a de maior taxa de prevalência, com 0,47 casos por 1000 nascidos-vivo. Conforme dados do DATASUS, em Pernambuco estima-se uma incidência de 1,8-2,3: 1000.
OBJETIVO
Quantificar os nascidos-vivos no estado de Pernambuco portadores de fissura no período de 2005 a 2010, calcular a prevalência, analisar e relacionar os dados obtidos entre os bancos de dados e determinar os registros subnotificados.
MÉTODO
O estudo foi classificado como observacional de corte transversal com obtenção de dados secundários, desenvolvido no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) - PE, através de pesquisa documental dos registros do banco de dados do CADEFI, DATASUS/SINASC. Foram incluídos todos os portadores de fissura labiopalatinas nascidos-vivos no estado de Pernambuco nos respectivos anos de nascimento, entre o período de 2005 a 2010, mesmo aqueles que procuraram o serviço nos anos subsequentes. As variáveis de análise incluíram os tipos de fissura de acordo com a classificação de Spina, ano de nascimento e município de procedência. Neste estudo foram excluídos os dados sobre sexo do paciente, fissuras oblíquas da face, fissuras sem diagnóstico estabelecido e fissuras associadas a síndromes genéticas.
RESULTADOS
De acordo com os critérios estabelecidos, foram computados 2390 pacientes. Após organização das informações, foram obtidos resultados parciais organizados em tabelas.
DISCUSSÃO
O CADEFI é o único centro de referência do Estado de Pernambuco, atendendo a pacientes de toda região Norte-Nordeste. As análises parciais dos resultados demonstram diferença no número da prevalência das fissuras labiopalatinas quando comparados à literatura, secundariamente percebe-se grande número de subnotificação no Estado, que vem diminuindo ao longo dos anos, com números mais significativos a partir da inclusão do campo de notificação na declaração de Nascidos-vivos em 1999. Observa-se menor número de casos em 2006, tanto dos registros do CADEFI quanto dos obtidos do DATASUS, no entanto, nesse mesmo ano, a prevalência pouco foi modificada em relação ao ano anterior. O ano com a maior prevalência (2007) é semelhante em ambos os bancos de dados. Porém, os dados obtidos no CADEFI não correspondem aos observados no DATASUS, para os anos de menor prevalência (2006 e 2010).
CONCLUSÃO
Resultados parciais obtidos neste estudo demonstram controvérsia dos números de nascidos-vivos portadores de fissura labiopalatinas entre os bancos de dados examinados, demonstrando número de subnotificação de registro significativo, com necessidade de um estudo melhor elaborado das análises para determinar a prevalência das fissuras labiopalatinas no estado de Pernambuco.
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