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Review Article - Year2024 - Volume39 - Issue 3

http://www.dx.doi.org/10.5935/2177-1235.2024RBCP0893-PT

RESUMO

Mulher transexual é aquela designada como homem ao nascer, mas cuja identidade de gênero é feminina. Essa incompatibilidade pode provocar impactos negativos na socialização e desencadear sentimentos de inquietude, angústia e de frustação. Diante disso, é fundamental, não só para fins de socialização, como também de autoaceitação, adequar as características físicas com o gênero que se deseja expressar. É imprescindível que a população de mulheres trans tenha acesso a informações pertinentes quanto aos métodos e técnicas que não só possam minimizar queixas e aproximar desejos, como também possam garantir a segurança e o bem-estar físico. Todavia, percebe-se uma lacuna na literatura no que diz respeito a materiais informativos destinados à população trans leiga sobre a cirurgia de feminização facial. Com o propósito de externalizar o panorama exposto, foi realizada uma revisão sistematizada da literatura nas bases de dados MEDLINE, Cochrane Library, IBECS, LILACS e SciELO. Embora a cirurgia de feminização facial seja um tema recorrente, constatou-se a ausência de artigos que abordassem a educação do tema à paciente. Cirurgia de feminização facial é um termo amplo que abrange várias cirurgias e procedimentos e a construção de um material informativo para o público leigo se faz necessária. O desenvolvimento de tecnologias educativas pode ajudar a proporcionar informações quanto aos benefícios e riscos das modalidades disponíveis, bem como elucidar dúvidas e ajudar o paciente na tomada de decisão pelo melhor tratamento. Nesse sentido, torna-se relevante a contribuição de tecnologias educativas escritas no contexto de promover mudanças comportamentais, prevenção e saúde.

Palavras-chave: Educação; Disforia de gênero; Pessoas transgênero; Procedimentos de cirurgia plástica; Revisão.

ABSTRACT

A transsexual woman is one assigned male at birth, but whose gender identity is female. This incompatibility can have negative impacts on socialization and trigger feelings of restlessness, anguish, and frustration. Given this, it is essential, not only for socialization purposes but also for self-acceptance, to adapt physical characteristics to the gender one wishes to express. The population of trans women must have access to pertinent information regarding methods and techniques that can not only minimize complaints and bring desires closer but can also guarantee safety and physical well-being. However, there is a gap in the literature regarding informative materials aimed at the lay trans population about facial feminization surgery. To externalize the exposed panorama, a systematic review of the literature was carried out in the MEDLINE, Cochrane Library, IBECS, LILACS, and SciELO databases. Although facial feminization surgery is a recurring topic, there was a lack of articles that addressed patient education on the topic. Facial feminization surgery is a broad term that covers several surgeries and procedures and the creation of informative material for the lay public is necessary. The development of educational technologies can help provide information regarding the benefits and risks of available modalities, as well as clarify doubts and help patients make decisions about the best treatment. In this sense, the contribution of written educational technologies in the context of promoting behavioral changes, prevention, and health becomes relevant.

Keywords: Education; Gender dysphoria; Transgender persons; Plastic surgery procedures; Review.


INTRODUÇÃO

Transgêneros são os indivíduos cuja identidade de gênero ou expressão de gênero, maneira pela qual uma pessoa se percebe e se comporta, distingue-se do sexo que lhe foi atribuído ao nascimento1. Disforia de gênero é o sentimento permanente de angústia ou mal-estar decorrente da incompatibilidade entre a própria identidade e o sexo a ela atribuído ao nascer2. A disforia pode causar diversas psicopatologias, como ansiedade e depressão, entre outras3. Por se tratar de uma ferramenta importante para a interação social, a incompatibilidade entre os traços masculinos do rosto e o gênero feminino expresso pelo indivíduo acentuam o sofrimento, prejudicando a aceitação social de mulheres transexuais4.

Para minimizar o mal-estar psicológico decorrente da disforia de gênero, além da psicoterapia e da hormonização, a cirurgia de confirmação de gênero facial é peça chave do tratamento3. Desenvolvida por Douglas Ousterhout, a cirurgia tem papel importante na transição homem-mulher, uma vez que, modificando características masculinas, pacientes têm demonstrado melhora significativa na qualidade de vida e na saúde emocional5, 6.

Materiais educativos impressos contribuem para o processo de comunicação, além de aumentar a adesão ao tratamento e favorecer o poder de decisão7. Na literatura médica, há um consenso sobre o benefício do reforço escrito de orientações verbais, pois a orientação escrita, redigida de maneira acessível, aumenta a compreensão do paciente, a confiança no serviço de saúde, além de promover melhor recuperação após um procedimento cirúrgico8, 9. É fundamental que a população de mulheres transexuais tenha acesso a informação de qualidade.

OBJETIVO

Pesquisar o panorama atual de informação sobre cirurgias de feminização facial direcionado a mulheres transexuais.

MÉTODO

Foi realizada uma revisão da literatura utilizando as bases de dados MEDLINE, Cochrane Library, IBECS, LILACS e SciELO. Os artigos incluídos foram publicados entre 15/10/2018 e 15/10/2023 e as estratégias de busca estão descritas nos Quadros 1 e 2.

Quadro 1 - Estratégia de busca na base de dados.
((“Transgender persons” OR “Transgender person” OR “Transexual woman” OR Transfeminine) AND (Rhinoplasty OR “Rhytidectomy” OR “Botulinum toxin” OR “Dermal Fillers” OR “Male-to-female” OR Chondrolaryngoplasty OR “Tracheal Shave” OR “Facial feminization” OR Laryngochondroplasty OR (“Facial feminization” surgery) OR (“Facial Gender” surgery) OR “Cheek augmentation” OR FFS OR “Fat grafting” OR “Facial implant” OR Genioplasty OR “Mandibular angle reduction” OR “Chin feminization” OR (“Facial gender” “confirmation surgery”) OR “Adam’s Apple” OR “Thyroid notch” OR “Lip lift” OR “Nonsurgical cosmetic procedures” OR “Minimally invasive cosmetic procedures” OR “Noninvasive cosmetic procedures” OR “Orbital rim remodeling” OR (“Facial features” “remodeling surgery”) OR “Craniofacial surgery” OR “Periorbital surgery” OR “Forehead reconstruction” OR “Hairline” OR “Hairline lowering surgery” OR “Setback” OR “Perceived stigma” OR “Orbital shave” OR “Jaw shave” OR “Facial contouring”) AND (information* OR educat* OR complication*)) NOT (Masculinization OR Chest OR Genital)
Quadro 1 - Estratégia de busca na base de dados.
Quadro 2 - Estratégia de busca nas bases de dados BVS/IBECS, LILACS e SciELO.
((“Transgender persons” OR “Transgender person” OR “Transexual woman” OR Transfeminine) AND (Rhinoplasty OR “Rhytidectomy” OR “Botulinum toxin” OR “Dermal Fillers” OR “Male-to-female” OR Chondrolaryngoplasty OR “Tracheal Shave” OR “Facial feminization” OR Laryngochondroplasty OR (“Facial feminization” surgery) OR (“Facial Gender” surgery) OR “Cheek augmentation” OR FFS OR “Fat grafting” OR “Facial implant” OR Genioplasty OR “Mandibular angle reduction” OR “Chin feminization” OR (“Facial gender” “confirmation surgery”) OR “Adam’s Apple” OR “Thyroid notch” OR “Lip lift” OR “Nonsurgical cosmetic procedures” OR “Minimally invasive cosmetic procedures” OR “Noninvasive cosmetic procedures” OR “Orbital rim remodeling” OR (“Facial features” “remodeling surgery”) OR “Craniofacial surgery” OR “Periorbital surgery” OR “Forehead reconstruction” OR “Hairline” OR “Hairline lowering surgery” OR “Setback” OR “Perceived stigma” OR “Orbital shave” OR “Jaw shave” OR “Facial contouring”) AND (information* OR educat* OR complication*)) AND NOT (Masculinization OR Chest OR Genital)
Quadro 2 - Estratégia de busca nas bases de dados BVS/IBECS, LILACS e SciELO.

Como critério de inclusão foram incluídas publicações nos idiomas português, inglês e espanhol, catalogados na íntegra nas bases de dados e que abordassem a temática de informação ao paciente transexual sobre cirurgias de feminização facial. Os critérios de exclusão anularam artigos que possuíam como temática principal cirurgias de voz ou corporais, saúde da população trans em geral, saúde mental e emocional e educação médica, além de artigos duplicados.

Paralelamente, foi realizada uma busca por materiais informativos, impressos ou digitais, destinados ao público nos sites de busca: Google®, Yahoo® e Bign®, em julho de 2022 e repetida em outubro de 2023. Especificamente no site Google®, foram pesquisadas as palavras-chave: “feminização facial”, “manual”, “livro”, “e-book” e “guia”, utilizando o navegador Google Chrome, nas dez primeiras páginas dos resultados.

RESULTADOS

A pesquisa resultou em 57 artigos, após a eliminação de duplicações. A triagem por título e resumo resultou na exclusão de 52 artigos com base na relevância. Tais artigos, em sua maioria, abordavam sobre técnica cirúrgica e saúde geral da população transexual. O fluxograma de seleção dos artigos está demostrado na Figura 1.

Figura 1 - Fluxograma de seleção dos artigos.

O resumo de 5 artigos foi revisado para elegibilidade. A totalidade destes foi excluída, pois relacionam-se à educação médica, apenas, e não abordavam a educação ao paciente (Quadro 3).

Quadro 3 - Resumo dos cinco artigos submetidos à análise qualitativa.
AUTOR ANO TÍTULO OBJETIVO CONCLUSÃO
Buhalog, et al. 2019 Exposição e Educação de Residentes para Procedimentos Minimamente Invasivos de Afirmação de Gênero Avalia a quantidade atual de exposição de residentes em sessões clínicas e didáticas em especialidades que realizao procedimentos ou interenções em nível nacional por meio de um estudo de pesquisa com diretores de programas Observada baixa exposição de residentes e fellows aos procedimentos de afirmação de gênero minimamente invasivos em geral, além de uma falta de educação específica sobre os procedimentos. Em um esforço para fornecer cuidados ao paciente de forma excelente, promover humildade cultural e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, é necessário um maior foco educacional sobre esses procedimentos
Chipkin & Kim 2017 As Dez Coisas Mais Importantes a Saber Sobre o Cuidado de Pacientes Transgêneros São fornecidos dez princípios-chave para ajudar os profissionais de cuidados primários a criar ambientes mais acolhedores e fornecer cuidados de qualidade aos pacientes transgêneros Os profissionais de cuidados primários também devem estar cientes dos recursos disponíveis em suas comunidades e online, os quais podem ajudar os pacientes a otimizar sua transição
Vinekar et al. 2019 Educação de Residentes em Obstetrícia e Ginecologia sobre Pacientes Transgêneros: Um Estudo com Diretores de Programas Descrever a educação sobre a saúde de pessoas transgênero oferecida pelos programas de residência em obstetrícia e ginecologia, identificando os facilitadores e as barreiras para fornecer esse treinamento Destaca o interesse na educação sobre a saúde transgênero para uma população sistematicamente carente de pacientes
Chisolm-Straker et al 2018 Pacientes Transgêneros e Não Conformes de Gênero no Departamento de Emergência: O Que os Médicos Sabem, Pensam e Fazem Exploramos o conhecimento, atitudes e comportamentos auto-relatados dos médicos de emergência em relação ao cuidado de pacientes transgêneros e não conformes de gênero, a fim de identificar oportunidades para melhorar o cuidado dessa população Embora pessoas transgêneras e não conformes de gênero representem uma minoria dos atendimentos de emergência, a maioria dos médicos participantes relatou ter tido contatocom essa população. A maior parte dos respondentes carecia de conhecimento clínico básico sobre o cuidado de pacientes transgêneros e não conformes de gênero
Pfaff et al 2020 Um Laboratório Estruturado de Simulação Cirúrgica com Tecido Fresco para Feminização Facial Melhora a Confiança e o Conhecimento dos Residentes Um elemento-chave da cirurgia de afirmação de gênero inclui a feminização facial, que exige uma compreensão detalhada das diferenças anatômicas entre os tecidos ósseos e moles masculinos e femininos. O artigo descreve a experiência com um laboratório de feminização facial em cadáver e avalia seu valor educacional no treinamento de cirurgia plástica Modelos de simulação também são valiosos para procedimentos menos comuns ou onde a exposição de residentes a esses casos especializados pode ser limitada, mas desejada, como na cirurgia de afirmação de gênero. Esforços para aprimorar esse currículo e melhorar a compreensão dos residentes dentro deste campo relativamente novo e em rápida evolução continuam em andamento
Quadro 3 - Resumo dos cinco artigos submetidos à análise qualitativa.

A busca por materiais educativos encontrou apenas cinco produtos sobre procedimentos de feminização facial em mulheres transexuais para o público, no entanto, apresentando diversas limitações (Quadro 4).

Quadro 4 - Resultado da busca por materiais informativos.
AUTOR ANO TÍTULO CARACTERÍSTICA LIMITAÇÃO
Coleman et al. 2012 “Normas de atenção à saúde das pessoas trans e com variabilidade de gênero, 7a versão” Manual Foco em definições, tratamento hormonal e cirurgias corporais. Apenas menciona cirurgias faciais
Simpson & Goldenberg 2016 Surgery: A guide dor MTFs Manual Disponível apenas em inglês. Apenas oferece uma visão geral das cirurgias faciais. O conteúdo é muito curto e carece de rigor científico em sua elaboração
Eric Plemons 2017 The look of a woman Livro impresso Disponível apenas em inglês. Aborda o assunto a partir de uma perspectiva antropológica. Não menciona as cirurgias de feminização
José Carlos Martins Jr 2020 Transgêneros: Orientações médicas para uma transição segura Livro impresso Apresenta a opinião pessoal de um único profissional e possui um viés de marketing pessoal
Deschamps & Ousterhout 2021 Facial Feminization: Facial Feminization Surgery: The Journey to Gender Affirmation - Second Edition Livro impresso Disponível apenas em inglês. Livro de alto custo. Apresenta a visão de dois especialistas sobre o assunto, mas carece de rigor científico
Quadro 4 - Resultado da busca por materiais informativos.

DISCUSSÃO

No passado, numerosos estudos antropológicos já abordaram as diferenças anatômicas do arcabouço ósseo e partes moles entre a face masculina e feminina. Nos últimos anos, a cirurgia de feminização facial tem sido um tópico popular na literatura médica, porém com ênfase na educação médica, não abordando a educação ao paciente.

Dos cinco materiais encontrados nas plataformas de busca, dois não se prestam a informar sobre a cirurgia de feminização facial, sendo um livro impresso que aborda aspectos antropológicos e um manual gratuito disponível em várias línguas, porém que até a última versão apenas cita as cirurgias faciais. Os três restantes têm conteúdo sobre cirurgia de feminização facial escrito para o público, porém, além de ser um número muito restrito de produtos, todos ainda possuem limitações: um livro impresso de alto custo disponível apenas em inglês, um livro impresso de alto custo disponível apenas em português e um manual digital gratuito e muito resumido disponível apenas em inglês. Ressalta-se que material algum foi elaborado com rigor científico, ou seja, foi escrito a partir de artigos selecionados através de uma revisão sistematizada do tema.

Há um interesse crescente em pesquisas que abordam a necessidade de informação ao paciente, porém há escassez de trabalhos sobre a importância deste tema referente à população transexual. Tais estudos são pertinentes, pois a população trans sofre de exclusão e marginalização social, sofre preconceitos que dificultam a consulta usual de temas ligados a saúde com qualidade e credibilidade, que resultam em desfechos mais desfavoráveis de saúde quando comparados com a população geral10, 11.

A cirurgia de feminização facial é um termo amplo que abrange várias cirurgias e procedimentos no rosto, como nas regiões da testa, nariz, bochechas e pescoço, com o objetivo de tornar o rosto mais feminino. É importante que mulheres trans que sofrem com disforia de gênero saibam quais são os tipos de tratamento disponíveis, bem como informações gerais sobre cada um, incluindo riscos, a fim de que possam procurar por tratamento de acordo com as suas necessidades e que esta informação seja acessível, séria e assertiva. Um estudo sobre parâmetros de pesquisa no Google Trend mostrou que a busca por procedimentos de feminização facial na Internet triplicou entre 2008 e 2018, evidenciando um interesse crescente pelo tema por parte do público12.

Revisão sistemática visando o estado da arte sobre educação em saúde do consumidor concluiu que é importante realizar esforços para a melhoria da qualidade das informações digitais em saúde, dado o impacto desse meio atualmente13.

Uma das formas de instrução do paciente é por meio de material digital. Tablets contendo material informativo em saúde foram distribuídos em salas de espera e causaram sensação de maior instrução por parte dos pacientes nos temas de interesse em saúde7. A temática da feminização facial é complexa e apenas a informação verbal pode ser insuficiente. A elaboração de materiais de apoio para as consultas, como tablets na sala de espera, e-mail pós-consulta com leitura extra, entre outros, pode ajudar a consolidar as informações fornecidas.

O desenvolvimento de tecnologias educativas pode favorecer mudanças comportamentais, tornando o cliente confiante para a realização de determinada conduta promotora de saúde. Dentre essas tecnologias educativas, destaca-se o manual educativo que auxilia na memorização de conteúdos e contribui para o direcionamento das atividades de educação em saúde14, 15.

É desejável que múltiplas estratégias de comunicação sejam desenvolvidas para informar o público em todas as etapas do tratamento e o setor privado pode contribuir significativamente com a elaboração desse tipo de material. Esse recurso é de grande relevância, tendo em vista que um número considerável de pacientes encontra dificuldades para adquirir informações básicas de saúde.

Nesse sentido, torna-se relevante a contribuição de tecnologias educativas escritas no contexto da educação em saúde e o papel desse recurso para promover saúde, prevenir complicações, desenvolver habilidades e favorecer a autonomia e confiança do paciente.

Materiais educativos contribuem favoravelmente para o processo de tomada de decisão, aumentam a adesão ao tratamento e promovem melhor recuperação em procedimentos cirúrgicos, pois oferecem informações consistentes e reforçam a instrução verbal. Devido ao grande interesse pelo tema e condição de exclusão social, deve-se investir na elaboração de materiais educativos sobre feminização facial para a população transexual e conduzir pesquisas sobre seu impacto.

CONCLUSÃO

Apesar da relevância do tema, não há na literatura médica artigos que abordem a importância da educação sobre cirurgias de feminização facial direcionadas ao público leigo.

REFERÊNCIAS

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1. Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP Brasil

Autor correspondente: Patricia de Azevedo Marques Av. Moema, 300, conjunto 71, São Paulo, SP Brasil. CEP: 04077-020. E-mail: consultorio@drapatriciamarques.com.br

Artigo submetido: 24/10/2023.
Artigo aceito: 27/07/2024.

Conflitos de interesse: não há.

 

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