INTRODUÇÃO
Descrições de reconstrução do lóbulo da orelha por Sushruta datam aproximadamente
do século VI A.C. Muito se evoluiu na reconstrução auricular, principalmente no século
XX. Entretanto, a variabilidade morfológica dos defeitos, associada às poucas opções
de cobertura cutânea, faz com que a reconstrução de orelha continue sendo um desafio
para a cirurgia plástica1.
Defeitos auriculares podem envolver a pele da região anterior, a cartilagem, e/ou
a pele da região retroauricular. Portanto, o processo de reconstrução deve se basear
na reposição dos tecidos perdidos. A escassez de tecido cutâneo na área faz desses
casos um desafio na reconstrução.
Defeitos auriculares com perda parcial da hélice podem ocorrer em consequência de
traumas, mordeduras, ressecções de neoplasias e queimaduras. As diversas etiologias
tornam essas imperfeições frequentes, porém, a anatomia local faz com que essas irregularidades
sejam de difícil reconstrução. As várias técnicas descritas na literatura corroboram
com inexistência de uma técnica definitiva2,3.
OBJETIVO
Análise dos resultados estéticos finais de retalho tubular para reconstrução de defeitos
da hélice da orelha, através de fotos de pré e pós-operatório avaliadas por cirurgiões
plásticos e leigos.
MÉTODOS
Este é um estudo retrospectivo, observacional, de seis pacientes submetidos a reconstrução
de orelha com retalho tubular no CAIF - Centro de Atendimento Integral ao Fissurado
Lábio-Palatal, no Hospital de Clínicas do Paraná e no serviço particular, em Curitiba-PR,
no período de 2005 a 2016, operados pelo mesmo cirurgião.
Durante o período de 11 anos, seis pacientes foram submetidos a reconstrução de orelha
utilizando a técnica de retalho tubular. Cinco pacientes eram do sexo feminino e um
do sexo masculino, a média de idade foi 53,5 anos (22 - 62). A etiologia dos defeitos
dividiuse em três categorias: síndrome aurículo-condilar - 2, mordedura humana - 1,
e avulsão traumática - 3. Os defeitos na hélice se localizaram na parte superior e
média em uma orelha, somente média em quatro orelhas e média e lóbulo nas duas orelhas
restantes. Nenhum paciente foi reoperado e todos expuseram satisfação com a melhora
estética.
Técnica Cirúrgica
Após a medição do defeito, o retalho bipediculado foi desenhado na pele da região
da mastoide, sendo a margem anterior adjacente ao sulco céfalo-auricular. Ao comprimento
do retalho, devem ser adicionados 0,5cm em cada extremidade devido ao encolhimento
do tecido durante a transferência. A largura gira em torno de 1,5 a 2,0cm e é dependente
da largura do defeito da hélice a ser reconstruída. Quanto à profundidade, o retalho
foi elevado ao nível do tecido subcutâneo, tendo o cuidado de preservar o plexo subdérmico.
O retalho é suturado em sua margem anterior à pele anterior da hélice e a margem posterior
do retalho à pele da região retroauricular. O local doador fechado primariamente pelo
avanço da pele da mastoide. Deste modo, a orelha fica aderida à região mastoidea.
No segundo tempo cirúrgico, após no mínimo três semanas, o pedículo cefálico do retalho
tubular é liberado e as margens superiores do defeito minimamente aparadas em ângulo
reto para evitar entalhes. O local doador tem fechamento primário novamente.
Para o terceiro e último estágio cirúrgico, depois de aproximadamente 14 dias, a porção
caudal do tubo é desinserida e suturada em ângulo reto com a borda inferior da hélice
que é reaberta ao longo do seu comprimento para permitir a sua inserção no defeito.
RELATO DE CASO
Paciente feminina, 19 anos, portadora de síndrome aurículo-condilar, apresentando
deformidade parcial em hélice bilateralmente (Figura 1A). Orelha direita submetida a reconstrução do defeito através da técnica do retalho
tubular retroauricular em três tempos cirúrgicos, conforme descrito nesse estudo (Figura 1B-F). Bom resultado estético pós-operatório precoce e tardio (Figura 1G-H).
Figura 1 - A: Defeito parcial de hélice em orelha direita por síndrome aurículocondilar; B: Marcações operatórias do 1º tempo cirúrgico mostrando retalho retroauricular; C: Pós-operatório do 1º tempo cirúrgico, nele o retalho permanece bipediculado; D: Marcações pré-operatórias do 2º tempo, desinserção do pedículo cefálico; E: Pós-operatório do 2º tempo cirúrgico; F: Perioperatório cirúrgico, pedículo caudal já desinserido e suturado com região inferior
da orelha; G: Resultado operatório de 5 meses do terceiro tempo cirúrgico; H: Resultado final, pós-operatório de 14 terceiro tempo cirúrgico.
Figura 1 - A: Defeito parcial de hélice em orelha direita por síndrome aurículocondilar; B: Marcações operatórias do 1º tempo cirúrgico mostrando retalho retroauricular; C: Pós-operatório do 1º tempo cirúrgico, nele o retalho permanece bipediculado; D: Marcações pré-operatórias do 2º tempo, desinserção do pedículo cefálico; E: Pós-operatório do 2º tempo cirúrgico; F: Perioperatório cirúrgico, pedículo caudal já desinserido e suturado com região inferior
da orelha; G: Resultado operatório de 5 meses do terceiro tempo cirúrgico; H: Resultado final, pós-operatório de 14 terceiro tempo cirúrgico.
MÉTODOS
Participaram do estudo 20 cirurgiões plásticos e 20 leigos, que avaliaram quatro casos
de orelhas reconstruídas com a técnica de retalho tubular retroauricular. A etiologia
dos defeitos era trauma (Orelhas 1 e 2) e síndrome aurículo-condilar (Orelha 3 e 4)
A avaliação foi feita através de duas perguntas e de fotos do pré e pós-operatório
com até 24 meses de acompanhamento. Cada participante avaliou apenas um caso, de modo
que cada orelha foi avaliada por cinco cirurgiões e cinco leigos.
Foram feitas as seguintes perguntas:
Pergunta 1: Avalie essa orelha (exibindo apenas a fotografia pós-operatória);
Pergunta 2: Avalie esse resultado (exibindo simultaneamente as fotografias pré e pós-operatórias).
As respostas foram apresentadas em escala visual, de 1 a 4, com faces (semelhante
à escala visual analítica para dor), sendo 1- Ruim; 2- Regular; 3-Bom; 4- Excelente.
Os resultados foram compilados, e apresentados através de suas medianas, valor mínimo
e máximo.
RESULTADOS
As notas indivudais dadas pelos participantes cirurgiões plásticos e leigos foram
detalhadas na Tabela 1.
Tabela 1 - Detalhamento das avaliações obtidas pelos participantes
Avaliador |
Pergunta 1 |
Pergunta 2 |
Orelha 1 |
Cirurgião 1 |
3 |
4 |
Cirurgião 2 |
2 |
3 |
Cirurgião 3 |
2 |
2 |
Cirurgião 4 |
2 |
2 |
Cirurgião 5 |
2 |
3 |
Leigo 1 |
2 |
3 |
Leigo 2 |
2 |
2 |
Leigo 3 |
2 |
2 |
Leigo 4 |
3 |
3 |
Leigo 5 |
2 |
3 |
Orelha 2 |
Cirurgião 6 |
4 |
4 |
Cirurgião 7 |
1 |
4 |
Cirurgião 8 |
2 |
3 |
Cirurgião 9 |
2 |
3 |
Cirurgião 10 |
2 |
2 |
Leigo 6 |
1 |
3 |
Leigo 7 |
2 |
2 |
Leigo 8 |
1 |
2 |
Leigo 9 |
2 |
2 |
Leigo 10 |
2 |
3 |
Orelha 3 |
Cirurgião 11 |
4 |
4 |
Cirurgião 12 |
3 |
4 |
Cirurgião 13 |
3 |
4 |
Cirurgião 14 |
3 |
3 |
Cirurgião 15 |
3 |
3 |
Leigo 11 |
2 |
2 |
Leigo 12 |
2 |
4 |
Leigo 13 |
4 |
4 |
Leigo 14 |
3 |
4 |
Leigo 15 |
4 |
4 |
Orelha 4 |
Cirurgião 16 |
2 |
3 |
Cirurgião 17 |
3 |
4 |
Cirurgião 18 |
3 |
4 |
Cirurgião 19 |
3 |
4 |
Cirurgião 20 |
2 |
2 |
Leigo 16 |
2 |
3 |
Leigo 17 |
2 |
4 |
Leigo 18 |
3 |
4 |
Leigo 19 |
4 |
4 |
Leigo 20 |
3 |
4 |
Tabela 1 - Detalhamento das avaliações obtidas pelos participantes
Avaliando a distribuição das avaliações nos quatro resultados presentes no formulário
(1- Ruim; 2- Regular; 3- Bom; 4- Excelente), observa-se que 50% dos avaliadores cirurgiões
referiram resultados bons e excelentes quando observaram a fotografia somente do pós-operatório
(Pergunta 1), e somente 35% dos leigos referiram este resultado. Quando ambos os avaliadores
foram expostos ao defeito inicial, e puderam comparar os resultados obtidos (Pergunta
2), houve aumento nos níveis de avaliação de resultado operatório (Tabela 2).
Tabela 2 - Distribuição das avaliações nas categorias por cirurgiões plásticos e leigos.
Avaliação |
Leigo |
Cirurgião |
Pergunta 1 |
Pergunta 2 |
Pergunta 1 |
Pergunta 2 |
1- Ruim |
10% (2) |
0% (0) |
5% (1) |
0% (0) |
2- Regular |
55% (11) |
30% (6) |
45% (9) |
20% (4) |
3- Bom |
20% (4) |
30% (6) |
40% (8) |
35% (7) |
4- Excelente |
15% (3) |
40% (8) |
10% (2) |
45% (9) |
Tabela 2 - Distribuição das avaliações nas categorias por cirurgiões plásticos e leigos.
Quanto às avaliações recebidas por cada orelha individualmente, pôde-se perceber que
as Orelhas 3 e 4 receberam tiveram notas medianas mais elevadas se comparadas às Orelhas
1 e 2. Essa diferença ocorreu tanto na Pergunta 1 quanto na pergunta 2 (Tabela 1). Comparando a etiologia de cada defeito com o resultado das avaliações, os defeitos
decorrentes de síndrome aurículo-condilar tiveram resultados superiores aos defeitos
decorrentes de trauma. Fato que pode ser explicado pela maior regularidade do defeito
na síndrome aurículo-condilar, facilitando a reconstrução e melhorando o resultado
operatório e estético.
DISCUSSÃO
As técnicas para reconstrução de defeitos auriculares externos parciais dividem-se
em duas categorias principais. A primeira delas requer remoção de tecido, o que resulta
em orelhas assimétricas e menores. E a segunda, com interposição de enxertos, retalhos
ou ambos, com intuito de manter volume tecidual.
Steffanoff descreveu o retalho tubular retroauricular em 1948, pediculado com tamanho
de 16 x 68mm. A incisão anterior foi feita 8mm posterior ao ângulo céfalo-auricular,
e a incisão posterior foi feita de modo a fornecer 16mm de largura ao enxerto. A sustentação
veio de um enxerto cartilaginoso proveniente da concha da orelha ipsilateral, medindo
15mm de largura por 56mm de comprimento. Foram necessários oito tempo cirúrgicos para
liberação do retalho4.
Em 1966, Cosman & Crikelair5 usaram uma técnica de “tubo composto” de três estágios formada de pedículo superficial
da artéria e veia temporal sem retalho acoplado e cobrindo-o com enxerto de pele,
com as desvantagens de deixar uma cicatriz sem pelos sobre o couro cabeludo e a discromia
do enxerto de pele.
Converse e Brent6 indicaram uma variedade de técnicas com o uso de pedículos tubulares e sugeriram
que a pele do sulco céfalo-auricular poderia ser o local preferido para o desenho
do retalho. Lewin7 utilizou estratégia semelhante, apenas fechando o sítio doador do retalho com enxerto
de pele.
Com o avanço dos conhecimentos cirúrgicos, as técnicas foram adaptadas. Dujon e Bowwditch
relataram, em 1995, três casos de defeitos de hélice por trauma reconstruídos utilizando
uma modificação da técnica de Steffanoff em três tempos cirúrgicos2. Todos os artigos expostos citam bons resultados e melhora estética da deformidade
após a cirurgia com o uso da técnica do retalho tubular.
Ainda existe a opção do uso de enxertos de cartilagem para reconstrução do defeito
em casos de perda maiores da sustentação da orelha, como quando a irregularidade inclui
a anti-hélice. Quando utilizado, a sua inserção acontece no primeiro estágio, durante
a confecção do túnel e deve permanecer por pelo menos três semanas para garantir a
nutrição. A área doadora geralmente é a orelha contralateral. Se a falha for pequena
a intermediária, o tubo formado mantém a forma sem cartilagem auxiliado pela fibrose
que se forma no pós-operatório8.
No presente estudo, avaliamos o resultado operatório final com duas perguntas: a Pergunta
1, ao exibir somente a foto pós-operatória, objetivava fazer com que o participante
comparasse o resultado estético com uma orelha normal; já a Pergunta 2, revelava a
imagem do pré-operatório e com isso trazia à avaliação a melhora em relação ao defeito
original da orelha.
A opção de expor inicialmente a foto pósoperatória, sem demostrar o defeito inicial,
foi feita para evitar que fosse criado viés do avaliador em comparar a melhora obtida
dando uma nota maior no pós- operatório. Foram incluídos no estudo, como participantes,
tanto cirurgiões plásticos como a população leiga, com o intuito de buscar avaliações
que refletissem não só a visão de especialistas na área, mas também da população geral.
Na Pergunta 1, o resultado estético foi avaliado como regular (nota 2) por 55%, dos
participantes leigos e 45% dos participantes cirurgiões plásticos, e respondido como
bom ou excelente (notas 3 e 4) por 35% dos leigos e 50% dos cirurgiões. Na Pergunta
2, houve uma melhora nas avaliações, sendo que nenhum participante declarou como ruim
(nota 1), 30% dos leigos e 20% dos cirurgiões julgaram como regular (nota 2) e 70%
dos leigos e 80% dos cirurgiões avaliaram como bom ou excelente (notas 3 e 4).
Ao compararmos as avaliações obtidas nas perguntas 1 e 2, percebemos que ao conhecerem
o defeito prévio, 55% dos leigos e 65% dos cirurgiões atribuíram uma nota maior na
Pergunta 2 do que a que tinham dado na Pergunta 1, evidenciando que o conhecimento
do defeito prévio influencia na percepção do resultado final. Ao todo, 75% dos participantes
consideraram o resultado operatório (Pergunta 2) como bom ou excelente, sendo que
deles 56% o caracterizaram como excelente, reforçando assim o resultado estético pós-operatório
satisfatório já exposto pelos próprios pacientes.
Inicialmente, os pesquisadores esperavam que os cirurgiões plásticos seriam mais criteriosos
que os leigos em suas avaliações, sendo mais capazes de identificar imperfeições estéticas
pelas suas experiências. Porém, as opiniões dos leigos foram em média piores que as
dos cirurgiões. Uma possível explicação é de que os cirurgiões ao serem questionados
na Pergunta 1 tenham percebido tratar-se de uma orelha reconstruída, inferindo um
defeito prévio e gerando um viés, enquanto os leigos de fato comparam sua estética
com a de uma orelha normal.
Nossos resultados permitem indicar o retalho tubular para pacientes com defeitos de
região de hélice, e praticamente sem atingir a anti-hélice. Casos que apresentam comprometimento
maior da anti-hélice devem receber enxertia de cartilagem para evitar que a largura
da orelha fique muito pequena e distorça a forma.
Relatos recentes do uso de retalhos pediculados retroauriculares evidenciam essa opção
como simples, segura e esteticamente adequada3,8,9, o que corrobora com a opinião dos participantes, cirurgiões plásticos e leigos,
questionados neste estudo.
CONCLUSÃO
Recomendamos esta técnica para reconstrução de defeitos de tamanhos variáveis de borda
da hélice, independentemente da etiologia. Constitui-se um método seguro, confiável
e com resultado estético adequado somado a mínima morbidade local.
REFERÊNCIAS
1. Siegert R, Magritz R. Otoplasty and Auricular Reconstruction. Facial Plast Surg. 2019;35(4):377-86.
DOI: 10.1055/s-0039-1693745
2. Dujon DG, Bowditch M. The thin tube pedicle: a valuable technique in auricular reconstruction
after trauma. Br J Plast Surg. 1995;48(1):35-8. DOI: 10.1016/0007-1226(95)90028-4
3. Masud D, Tzafetta K. The ‘double headed slug flap’: a simple technique to reconstruct
large helical rim defects. Br J Plast Surg. 2012;65(10):1410-3. DOI: 10.1016/j.bjps.2012.03.048
4. Seffanoff DN. Auriculo-mastoid tube pedicle for otoplasty. Plast Reconstr Surg. 1948;3(3):352-60.
5. Cosman B, Crikelair G F. The composed tube pedicle in ear helix reconstruction. Plast
Reconstr Surg. 1966;37(6):517-22.
6. Tanzer RC, Bellucci RJ, Converse JM, Brent B. Deformities of the auricle. In: Converse
JM, ed. Reconstructive Plastic Surgery. Philadelphia: Saunders; 1977. p. 1671-3.
7. Lewin ML. Formation of the helix with a post-auricular flap. Plast Reconstr Surg.
1950;5:432-40.
8. Ellabban MG, Maamoun MI, Elsharkawi M. The bi-pedicle post-auricular tube flap for
reconstruction of partial ear defects. Br J Plast Surg. 2003;56(6):593-8. DOI:10.1016/S0007-1226(03)00222-4
9. Cerci FB. Staged retroauricular flap for helical reconstruction after Mohs micrographic
surgery. An Bras Dermatol. 2016;91(5 suppl 1):144-7. DOI:10.1590/abd1806-4841.20164733
1. Universidade Federal do Paraná, Curso de Medicina, Curitiba, PR, Brasil.
2. Universidade Federal do Paraná, Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, PR, Brasil.
3. Centro de Atendimento Integral ao Fissurado Lábio Palatal, Curitiba, PR, Brasil.
4. Hospital Erasto Gaertner, Curitiba, PR, Brasil.
Autor correspondente: Caio Munaretto Giacomazzo R. General Carneiro, 181, Alto da Glória, Curitiba, PR, Brasil CEP: 80060-900 E-mail:
caiomunagiaco@gmail.com
Artigo submetido: 05/05/2021.
Artigo aceito: 13/12/2021.
Conflitos de interesse: não há.
Instituição: Universidade Federal do Paraná, Hospital de Clínicas, Departamento de
Cirurgia Plástica, Curitiba, PR, Brasil.