INTRODUÇÃO
As lesões causadas por queimaduras são um problema de saúde global que atinge todas
as faixas etárias, não só pela frequência com que ocorrem, mas pela gravidade, podendo
ser incapacitantes e ter alta mortalidade e, ao mesmo tempo, gerar um cenário econômico
desfavorável para o país1. É uma lesão grave e responsável por consequências indeléveis e morte. As queimaduras
graves produzem sofrimento físico, exigindo tratamentos que duram meses ou anos2.
De acordo com estatísticas mundiais de saúde de 2014, a taxa de anos de vida perdidos
por queimaduras é até 29 vezes maior na região da África, e a menor é encontrada na
América Latina e Caribe3. Em todo o mundo, as queimaduras são responsáveis por aproximadamente 265.000 mortes
por ano4,5, principalmente em países de baixa e média renda6; e estavam entre as principais causas de deficiência7.
O risco de infecção é particularmente alto em algumas partes do mundo. Muitos projetos
em países desenvolvidos e em desenvolvimento mostraram que a aplicação de intervenções
e estratégias disponíveis pode reduzir significativamente a carga de doenças de infecções
relacionadas a cuidados de saúde8.
De um modo geral, as infecções produzidas em pacientes hospitalizados têm sido preocupantes
e se manifestam por mais de 1,4 milhão de pessoas no mundo. Entre 5% e 10% dos pacientes
internados em hospitais modernos no mundo desenvolvido vão contrair uma ou mais infecções.
Em países em desenvolvimento, o risco de infecção relacionada a cuidados de saúde
é 2 a 20 vezes maior do que em países desenvolvidos8.
Nos Estados Unidos, um em cada 136 pacientes do hospital fica gravemente doente devido
a uma infecção adquirida no hospital; isso equivale a 2 milhões de casos e aproximadamente
80.000 mortes por ano. Na Inglaterra, mais de 100.000 casos de infecção relacionada
a cuidados de saúde causam a cada ano mais de 5.000 mortes diretamente relacionadas
à infecção. No México, estimase 450.000 casos de infecção relacionada a cuidados de
saúde, com 32 mortes por 100.000 habitantes por ano8.
No caso de pacientes queimados, a infecção pode ser agravada pelas características
desse tipo de lesão. Independentemente da etiologia, classificação clínica, manejo
terapêutico e resposta individual; a sepse complica a evolução do paciente e constitui
uma importante causa de mortalidade, portanto, seu controle passa a ser um dos objetivos
mais importantes do tratamento. No paciente queimado, a infecção da pele e dos tecidos
moles constitui o ponto de partida para a bacteremia, que agrava o curso clínico9,10.
O crescente interesse pelo tratamento adequado, principalmente no controle de infecções,
e com acompanhamento adequado e oportuno, foi o que motivou o estudo.
OBJETIVO
Descrever o perfil microbiológico de pacientes internados por queimaduras no Hospital
Provincial Clínico Cirúrgico “Celia Sánchez Manduley”, Manzanillo, Cuba.
MÉTODOS
Foi realizado um estudo descritivo, longitudinal e prospectivo no Serviço de Cirurgia
Plástica e Queimaduras do Hospital Provincial Clínico Cirúrgico “Celia Sánchez Manduley”
de julho de 2017 a junho de 2020. Foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa, com número 218.
Foram determinadas as seguintes variáveis: tipos de amostras de cultura realizadas
de acordo com sua positividade, microrganismo isolado e sensibilidade antimicrobiana.
Para a coleta de dados, foi elaborado um formulário após revisão dos prontuários de
todos os pacientes internados por queimaduras. O formulário foi elaborado para ser
processado em computador por meio de estatística descritiva no programa Microsoft
Office Excel 2007, obtendo-se números absolutos e percentuais que foram expressos
em tabelas elaboradas para esse fim.
O estudo foi realizado levando em consideração as disposições da declaração de Helsinki.
Foram respeitados os padrões éticos de discrição, confiabilidade das informações e
honestidade.
RESULTADOS
A Tabela 1 mostra os diferentes tipos de amostras para cultura e sua positividade, destacando
que a maioria correspondeu a lesões cutâneas por queimaduras, com 130 amostras, e
destas 76 (58,46%) foram positivas, seguidas da ponta do cateter, com 33 amostras;
apenas seis (18,18%) foram positivas e, menos frequentemente, hemoculturas, com 25
amostras, e positividade em apenas cinco (20%).
Tabela 1 - Distribuição das amostras de cultura de acordo com a positividade.
Amostras de Cultura |
Positivas |
Negativas |
No |
% |
No |
% |
Pele Queimada (n=130) |
76
|
58,46
|
54 |
41,54 |
Ponta do cateter (n=33) |
6 |
18,18 |
27 |
81,82 |
Hemocultura (n=25) |
5 |
20 |
20 |
80 |
Total (n=188) |
87 |
46,28 |
101
|
53,72
|
Tabela 1 - Distribuição das amostras de cultura de acordo com a positividade.
Em uma análise geral, constatamos que de um total de 188 amostras (lesões cutâneas
por queimaduras, ponta de cateter e hemoculturas) predominou em 101 (53,72%) o resultado
negativo, ou seja, o não crescimento de bactérias.
Os microrganismos mais isolados nas diferentes amostras (lesões cutâneas por queimadura,
ponta de cateter e hemocultura) estão identificados na Tabela 2 e foram Staphylococcus aureus, em 45 amostras (51,73%), e destes predominaram nas amostras de pele queimada, em
39 (44,83%).
Tabela 2 - Distribuição das amostras de cultura de acordo com os microrganismos isolados.
Microrganismos |
Amostras de Cultura |
Pele Queimada |
Hemocultura |
Ponta do Cateter |
Total |
No |
% |
No |
% |
No |
% |
No |
% |
Staphylococcus aureus
|
39
|
44,83
|
2 |
2,30 |
4 |
4,60 |
45
|
51,73
|
Enterobacter aerogenes
|
18
|
20,68
|
3 |
3,45 |
1 |
1,15 |
22
|
25,28
|
Pseudomona aeruginosa
|
11
|
12,64
|
0 |
0 |
1 |
1,15 |
12
|
13,79
|
Proteus mirabilis ou vulgaris |
5 |
5,75 |
0 |
0 |
0 |
0 |
5 |
5,75 |
Escherichia coli
|
2 |
2,30 |
0 |
0 |
0 |
0 |
2 |
2,30 |
Providência |
1 |
1,15 |
0 |
0 |
0 |
0 |
1 |
1,15 |
Total |
76
|
87,35
|
5 |
5,75 |
6 |
6,90 |
87 |
100 |
Tabela 2 - Distribuição das amostras de cultura de acordo com os microrganismos isolados.
Enterobacter aerogenes continua em frequência, em 22 amostras (25,28%), das quais 18 (20,68%) foram encontradas
em amostras de pele queimada; Pseudomonas aeruginosa aparece em terceiro lugar, com 12 (13,79%), e destas 11 (12,64%) corresponderam a
amostras de pele queimada.
As amostras feitas em pele queimada tiveram mais microrganismos patogênicos isolados,
com 76 (87,35%).
A Tabela 3 mostra os diferentes microrganismos patogênicos isolados e sua sensibilidade antimicrobiana,
enfatizando a sensibilidade maior que 50%.
Tabela 3 - Distribuição de microrganismos isolados em amostras de cultura de acordo com a sensibilidade
antimicrobiana.
Sensibilidade antimicrobiana |
Microrganismos |
Staphylococcus aureus (n=45)
|
Enterobacter aerogenes (n=22)
|
Pseudomona aeruginosa (n=12)
|
Proteus mirabilis ou vulgaris (n=5) |
Escherichia coli (n=2)
|
Providência (n=1) |
No. (%) |
No (%) |
No (%) |
No (%) |
No (%) |
No (%) |
Gentamicina |
2 (4,44) |
0 (0) |
1 (8,33) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
Kanamicina |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
2 (40) |
0 (0) |
0 (0) |
Amicacina |
25 (55,56)
|
10 (45,45) |
9 (75)
|
3 (60)
|
0 (0) |
1 (100)
|
Sulfametoxazol + Trimetoprima |
5 (11,11) |
2 (9,09) |
1 (8,33) |
3 (60)
|
0 (0) |
0 (0) |
Azitromicina |
7 (15,56) |
6 (27,27) |
0 (0) |
2 (40) |
0 (0) |
0 (0) |
Penicilina |
4 (8,89) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
Oxacilina |
1 (2,22) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
Trifamox |
4 (8,89) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
2 (100)
|
0 (0) |
Aumentin |
3 (6,67) |
0 (0) |
2 (16,67) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
Cefalexina |
1 (2,22) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
Cefazolina |
7 (15,56) |
0 (0) |
0 (0) |
2 (40) |
0 (0) |
0 (0) |
Ceftriaxona |
16 (35,56) |
4 (18,18) |
0 (0) |
4 (80)
|
0 (0) |
1 (100)
|
Cefotaxima |
10 (22,22) |
3 (13,64) |
0 (0) |
1 (20) |
0 (0) |
0 (0) |
Ceftazidima |
0 (0) |
1 (4,55) |
4 (33,33) |
5 (100)
|
0 (0) |
0 (0) |
Cefuroxima |
5 (11,11) |
1 (4,55) |
0 (0) |
1 (20) |
0 (0) |
0 (0) |
Cefepime |
8 (17,78) |
6 (27,27) |
1 (8,33) |
2 (40) |
0 (0) |
0 (0) |
Piperacilina |
9 (20) |
3 (13,64) |
6 (50)
|
2 (40) |
2 (100)
|
1 (100)
|
Piperazina |
1 (2,22) |
4 (18,18) |
0 (0) |
2 (40) |
0 (0) |
0 (0) |
Tazobactam |
0 (0) |
0 (0) |
1 (8,33) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
Doxiciclina |
2 (4,44) |
1 (4,55) |
0 (0) |
0 (0) |
2 (100)
|
0 (0) |
Ciprofloxacina |
10 (22,22) |
0 (0) |
1 (8,33) |
2 (40) |
0 (0) |
0 (0) |
Fosfomicina |
19 (42,22) |
16 (72,73)
|
10 (83,33)
|
4 (80)
|
0 (0) |
0 (0) |
Vancomicina |
23 (51,11)
|
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
Aztreonam |
1 (2,22) |
4 (18,18) |
4 (33,33) |
4 (80)
|
0 (0) |
0 (0) |
Meronem |
10 (22,22) |
3 (13,64) |
1 (8,33) |
2 (40) |
0 (0) |
0 (0) |
Imipenem |
2 (4,44) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
0 (0) |
Tabela 3 - Distribuição de microrganismos isolados em amostras de cultura de acordo com a sensibilidade
antimicrobiana.
No caso do Staphylococcus aureus, apenas dois antimicrobianos apresentaram sensibilidade acima de 50%, amicacina em
25 amostras (55,56%) e vancomicina com 23 (51,11%).
Enterobacter aerogenes só apresentou sensibilidade superior a 50% com a fosfomicina, representada nas 16
amostras em que foi encontrada (72,73%) das 22 positivas.
A Pseudomonas aeruginosa encontrada em 12 amostras teve sensibilidade com fosfomicina em 10 amostras (83,33%),
amicacina em nove amostras (75%) e piperacilina em seis amostras (50%).
O Proteus mirabilis ou vulgaris foram encontrados em apenas cinco amostras, e tiveram uma sensibilidade com ceftazidima
nas cinco amostras (100%), ceftriaxona, fosfomicina e aztreonam cada, com quatro amostras
(80%), e amicacina e sulfametoxazol + trimetoprima em três amostras (60%).
A Escherichia coli se apresentou em apenas duas amostras; sua importante sensibilidade antimicrobiana
foi representada por Trifamox, piperacilina e doxiciclina, cada uma delas nas duas
amostras (100%).
A Providência, que foi isolada em apenas uma amostra, apresentou sensibilidade com amicacina, ceftriaxona
e piperacilina; cada uma delas apresentou sensibilidade efetiva.
De maneira geral, amicacina, piperacilina e fosfomicina foram os antimicrobianos mais
eficazes contra a maioria dos microrganismos patogênicos isolados nas diferentes amostras
colhidas para cultura e antibiograma. Outros antimicrobianos tiveram sensibilidade
abaixo de 50%.
DISCUSSÃO
As infecções em pacientes internados por queimaduras são atualmente um dos principais
desafios relacionados a um índice significativo de complicações que podem levar ao
óbito nesses pacientes. São múltiplos os fatores de risco que predispõem o paciente
queimado a desenvolver algum tipo de infecção durante sua internação nas unidades
de assistência ao paciente queimado.
É importante conhecer as condições de chegada do paciente queimado ao hospital, incluindo
alguns fatores de risco antes da queimadura, mas, uma vez internado, é necessário
avaliar algumas características clínicas epidemiológicas que podem contribuir para
complicações e uma evolução desfavorável.
As diferentes amostras e culturas realizadas em pacientes queimados estiveram representadas
em mais de 2/3 de todos os casos nas amostras de pele queimada e a positividade nestas
foi maior do que nas negativas. Este não foi o caso nas amostras de ponta de cateter
e nas hemoculturas, em que predominaram amostras negativas. Se for realizada uma análise
global, observaremos que os resultados negativos predominaram.
Ao tentar comparar com estudos realizados em pacientes queimados em outros locais,
não foi possível encontrá-los na bibliografia revisada. Porém, existem alguns realizados
em outras condições de pele e/ou nos quais foram utilizados cateterismos venosos profundos
e hemoculturas. Por exemplo, em estudo realizado por Rosanova et al. na Argentina
em pacientes com outras patologias, foram encontradas baixas incidências de positividade
em hemoculturas e pontas de cateteres, mostrando uma incidência de 3,1 por 1000 exames
realizados11.
Outro estudo, conduzido por Zayas Martínez et al.12 em Camagüey, Cuba, mostrou taxas significativas de resultados negativos em culturas
de ponta de cateter, portanto, a positividade é baixa.
Os achados desta pesquisa respondem ao fato de que a primeira e principal área afetada
foi ao nível da pele. Logicamente, é necessário e de acordo com as características
clínicas locais e gerais dos pacientes priorizar a realização de estudos microbiológicos
para o diagnóstico de possíveis infecções locais.
No caso das amostras em pontas de cateteres e hemoculturas, geralmente eram em menor
proporção por diversos motivos, dentre eles, a maioria dos pacientes internados por
queimaduras não necessitava de cateterismo venoso profundo por serem classificados
como pequenas queimaduras e com evolução favorável do ponto de vista clínico e local.
O monitoramento rigoroso dos elementos clínicos e locais ao nível da queimadura e
o pronto tratamento podem ser responsáveis pela baixa positividade no caso dos resultados
das amostras de cultura realizadas na ponta dos cateteres e hemoculturas.
A presença de Staphylococcus aureus como o mais representativo nas diferentes amostras retiradas dos pacientes de nossa
investigação coincide com estudos realizados na Colômbia13 e outras regiões de Cuba10, nos quais se encontram da mesma forma que é o mais isolado nas amostras, principalmente
na pele queimada. Em uma segunda ordem estão Enterobacter aerogenes e Pseudomonas aeruginosa.
A Pseudomonas aeruginosa, em outras investigações como a de Morales et al.14 no Hospital Universitário San Vicente de Paul em Medellín, Colômbia, foi a mais frequente,
embora a diferença com Staphylococcus aureus não fosse relevante.
Em estudo realizados por Dávalos et al.15, no Equador, também foi encontrado Pseudomonas aeruginosa como a principal fonte de infecção e em segundo lugar Staphylococcus aureus.
É possível que a maior frequência de isolamento de Staphylococcus aureus nesta investigação em pacientes queimados, e principalmente em pele queimada, seja
explicada pela presença frequente desse microrganismo na pele sã, que uma vez lesada
favorece o aparecimento de infecções locais. Outra possível causa seria a presença
que normalmente tem no nariz e que, pela própria manipulação do paciente, infecta
a pele queimada.
Por outro lado, a presença em menor número de pacientes com germes gram-negativos,
que, apesar de geralmente encontrados no hospital, não predominam devido ao cumprimento
das medidas higiênico-sanitárias por parte do pessoal que atende os pacientes com
ferida por queimadura, reduzindo o risco de infecção por esses germes.
Da mesma forma, a diminuição do número de casos que são admitidos em nossa Unidade
de Queimaduras contribui para evitar infecções cruzadas entre os pacientes, uma vez
que não fica lotada em nenhum momento, e claro, separados em quartos individuais,
principalmente os com grandes queimaduras.
A suscetibilidade aos antimicrobianos comportouse em consideração aos diferentes microrganismos
isolados nas amostras de culturas de pele queimada, ponta de cateter e hemoculturas.
Alguns estudos, como o realizado por Rodríguez et al.10, em Villa Clara, Cuba, relatam alta sensibilidade do Staphylococcus aureus à meticilina, ciprofloxacina, cloranfenicol, gentamicina e sulfametoxazol + trimetoprima,
não coincidindo com este estudo, visto que a maioria deles apresentou baixa suscetibilidade,
sendo a amicacina e a vancomicina as de maior suscetibilidade. No entanto, coincidem
com a investigação realizada por Zayas Martínez et al.12, em Camagüey, Cuba.
No caso do Enterobacter aerogenes, esta pesquisa mostra alta sensibilidade apenas à Fosfomicina, não coincidindo com
estudos como os realizados por Troche et al.16 em um Centro Nacional de Queimados no Paraguai e que mostram alta sensibilidade a
ceftazidima, vancomicina, amicacina e ciprofloxacina.
A Pseudomonas aeruginosa apresentou sensibilidade antimicrobiana acima de 50% somente para fosfomicina, amicacina
e piperacilina, o que coincide com o estudo de Morales et al.14, no Hospital Universitário San Vicente de Paúl, em Medellín, Colômbia, que mostra
amicacina e piperacilina com alta sensibilidade antimicrobiana.
O restante dos germes isolados nas amostras analisadas não são representativos devido
ao pouco aparecimento nos diferentes resultados.
O resultado desta investigação mostra uma alta sensibilidade antimicrobiana a poucos
agentes antimicrobianos. É o critério que poderia estar relacionado ao uso frequente
em nível institucional aos demais antimicrobianos, mesmo que a utilização de alguns
deles seja mais recente. Por esse motivo, a avaliação clínica do paciente é importante
e o mapa microbiológico da instituição e da Unidade de Queimados deve ser lembrado
para se obter o controle efetivo da infecção no paciente queimado.
CONCLUSÕES
O predomínio da positividade foi demonstrado em amostras de cultura de pele queimada
com maior frequência no isolamento de Staphylococcus aureus, Enterobacter aerogenes e Pseudomona aeruginosa, respectivamente, e uma alta sensibilidade antimicrobiana a poucos antimicrobianos.
Deve-se avaliar periodicamente o mapa microbiológico e a sensibilidade antimicrobiana
da Unidade de Queimados para continuar reduzindo possíveis complicações de origem
infecciosa e manter uma política oportuna, eficaz e atualizada para o uso de antimicrobianos.
REFERÊNCIAS
1. Wiegering Cecchi GM, Rios Hidalgo E, Córdova Orrillo JV, Ludeña Muñoz JR, Medina CA.
Características clínico-epidemiológicas y patrones de prescripción para quemaduras
en tres hospitales de Lima, Perú. Rev Peru Med Exp Salud Publica. 2019;36(1):68-73.
DOI: https://doi.org/10.17843/rpmesp.2019.361.3649
2. Arruda CN, Braide ASG, Nascimento MCA, Lima Júnior EM, Nations M. Tentativa de suicídio
pós-queimadura: uma experiência humana inscrita na pele. Rev Bras Queimaduras. 2016;15(1):54-7.
3. Gandaria Marsillí A, Lozada Chinea M, Miquet LM, Gómez Zayas O. Quemaduras. En: Soler
Vaillant R, Mederos Curbelo ON. Cirugía. Tomo VI. Lesiones graves por traumatismo.
La Habana: Editorial Ciencias Médicas; 2018. p. 469-502.
4. Lara R, Del Rocío L, Andrade P, Andrade MTP. Causas de quemaduras en población adulta
en el estado de Guanajuato 2011- 2016. Rev Divulg Cient. 2017;3(2):362-6.
5. Polo Andrade S, Mendoza Polo VA. Epidemiología, manejo inicial y análisis de morbimortalidad
del Gran Quemado en un Hospital de tercer nivel de atención del municipio de La Paz.
Arch Boliv Med. 2018;29(97):7-15.
6. Atwell K, Bartley C, Cairns B, Charles A. The epidemiologic characteristics and outcomes
following intentional burn injury at a regional burn center. Burns. 2020;46(2):441-6.
DOI: https://doi.org/10.1016/j.burns.2019.08.002
7. Sadeghian F, Saeedi Moghaddam S, Saadat S, Niloofar P, Rezaei N, Amirzade-Iranaq MH,
et al. The trend of burn mortality in Iran - A study of fire, heat and hot substance-related
fatal injuries from 1990 to 2015. Burns. 2019;45(1):228-40. PMID: 30274812 DOI: https://doi.org/10.1016/j.burns.2018.09.006
8. Arce Padilla EC. Infecciones nosocomiales en la unidad de quemados del Hospital Baca
Ortiz [Tesis]. Ambato: Universidad Regional Autónoma de los Andes; 2017. Disponível
em: https://rraae.cedia.edu.ec/Record/UNIANDES_366122d3298246aad30aa768128cd3fe
9. Greenhalgh DG. Sepsis in the burn patient: a different problem than sepsis in the
general population. Burns Trauma. 2017;5:23. PMID: 28795054 DOI: https://doi.org/10.1186/s41038-017-0089-5
10. Rodríguez JA, García Urquijo A, Manzanas RL, García González ME. Susceptibilidad y
patrones fenotípicos antimicrobianos de Staphylococcus aureus en la piel de quemados
hospitalizados. Acta Méd Centro. 2018;12(4):422-8.
11. Rosanova MT, Mussini MS, Arias AP, Sormani MI, Mastroianni A, García ME, et al. Análisis
epidemiológico y de factores de riesgo de mortalidad en bacteriemia por Pseudomonas
aeruginosa en niños. Arch Argent Pediatr. 2019;117(2):128-31.
12. Zayas Martínez IG, Romero González A, Bouza López D. Evaluación de los resultados
de cultivos de catéteres en pacientes graves. AMC. 2003;7(1):39-49.
13. Ferrada R, Aragón N, Becerra C. Cultivo biopsia en quemaduras. Rev Colomb Cir. 1992;17(3):151-3.
14. Morales CH, Gómez AF, Herrera JO, Gallego MC, Usuga YA, Hoyos MA, et al. Infección
en pacientes quemados del Hospital Universitario San Vicente de Paúl, Medellín, Colombia.
Rev Colomb Cir. 2010;25:267-75.
15. Dávalos Dávalos P, Lorena Dávila J, Alexandra Meléndez S. Manejo de morbimortalidad
del paciente pediátrico quemado en el hospital “Baca Ortiz” de Quito, Ecuador. Cir
Plást Iberolatinoam. 2007;33(3):163-70.
16. Troche Zaracho M, Maidana de Larrosa G, Lugo Rodríguez G, Vera Galván Z, Samaniego
Silva L. Utilización de antibióticos en el Centro Nacional del Quemado, Paraguay.
Mem Inst Investig Cienc Salud. 2017;15(2):97-103.
1. Hospital Provincial Clínico Cirúrgico “Celia Sánchez Manduley”, Cirugía Plástica
y Caumatología Manzanillo, Granma, Cuba.
2. Hospital Provincial Psiquiátrico “Manuel Fajardo Rivero”, Psiquiatría, Manzanillo,
Granma, Cuba.
Autor correspondente: Carlos Manuel Collado Hernández Hospital Provincial Clinico Cirúrgico Celia Sánchez Manduley, Circunvalación, Manzanillo,
Cuba CEP: 87510 E-mail: vivicollado2013@gmail.com
Artigo submetido: 13/03/2021.
Artigo aceito: 07/04/2022.
Conflitos de interesse: não há.
Instituição: Hospital Provincial Clinico Cirúrgico Celia Sánchez Manduley, Manzanillo,
Cuba.