INTRODUÇÃO
O tratamento cirúrgico de tumores localmente avançados de cabeça e pescoço deixa como
sequelas defeitos extensos e complexos e, dessa maneira, aos cirurgiões plásticos
representam grande desafio para a reconstrução1,2. Retalhos
microcirúrgicos são a primeira opção para reconstrução.
A microcirurgia vascular desenvolveu-se a partir dos trabalhos pioneiros de Jacobson
& Suarez3, na década de 1960, com a
possibilidade de anastomoses vasculares em vasos de diâmetros pequenos (1 mm).
Em 1994, Hidalgo4 descreveu o emprego retalho
fibular para a reconstrução da mandíbula. Como descrito por este autor para a
reconstrução mandibular, a fíbula necessitará ser osteotomizada em segmentos visando
fazer a curvatura adequada ao contorno facial e oclusão, ficando os segmentos
ósseos
baseados nos vasos periosteais. Estes garantem um suprimento vascular robusto
que
possibilita uma rápida consolidação óssea e resistência à radioterapia.
Os demais retalhos ósseos microcirúrgicos, apesar de muito populares até a década
de
80 do século XX, foram superados pelo retalho fibular devido sua rápida dissecção,
baixa morbidade da zona doadora, possibilidade de dissecção simultânea e exangue
(uso de torniquete pneumático) e confiabilidade da ilha cutânea quando baseada
em
perfurantes septocutâneas5.
A região oromandibular compreende diversas subunidades anatômicas da face como: os
lábios, a mandíbula, o assoalho da boca, o rebordo gengival e o trígono retromolar.
Os tumores malignos destas estruturas quando diagnosticados, frequentemente, já
comprometem estruturas adjacentes devido ao seu íntimo contato. Portanto, um tumor
do assoalho da boca é frequentemente diagnosticado invadindo a mandíbula.
As ressecções combinadas da pele, osso (mandíbula) e mucosa necessitam de um reparo
tridimensional e com tecidos semelhantes aos extirpados (Figura 1). Estas reconstruções procuram não só restabelecer um
aspecto estético socialmente aceitável, mas principalmente proporcionar uma
reabilitação da fala, mastigação e deglutição.
Figura 1 - Ressecção de tumor da mandíbula.
Figura 1 - Ressecção de tumor da mandíbula.
A reconstrução de estruturas associadas (por exemplo, lábio e mento) necessita
idealmente do emprego de mais de um retalho. Em centros com equipes microcirúrgicas
estruturadas, a transferência simultânea de mais de um retalho livre é o padrão-ouro
para a reconstrução oromandibular6. Outra
opção é a associação de retalhos livres com a rotação de um retalho pediculado
do
tórax ou do couro cabeludo7.
OBJETIVO
O objetivo do presente estudo é analisar retrospectivamente as reconstruções
microcirúrgicas em cabeça e pescoço realizadas no Serviço de Cirurgia Plástica
e
Microcirurgia Reconstrutiva do Hospital Universitário Walter Cantídio, da
Universidade Federal do Ceará (HUWC/UFC), no período de 4 anos.
MÉTODO
Critérios de inclusão
Foram incluídos 33 pacientes submetidos à reconstrução microcirúrgica de defeitos
envolvendo a cavidade oral (mucosa oral, 2/3 anteriores da língua, assoalho da
boca, palato duro, trígono retromolar), e/ou a mandíbula, decorrentes de
ressecção de tumores de cabeça e pescoço e osteoradionecrose como consequência
do tratamento do tumor. Todos os pacientes foram operados no HUWC/UFC pelos
serviços de Cabeça e Pescoço e Cirurgia Plástica entre outubro 2005 e dezembro
2009.
Critérios de exclusão
Foram excluídos os pacientes com defeitos decorrentes de outras doenças, como
trauma e defeitos congênitos, e retalhos microcirúrgicos para a reconstrução
de
cabeça e pescoço que não incluíam defeitos de cavidade oral ou mandíbula.
Em todos os pacientes foram utilizados retalhos ósseos para reconstrução
oromandibular. 24 pacientes receberam um retalho microcirúrgico e 9 pacientes
receberam dois retalhos microcirúrgicos para a reconstrução.
Foram analisados os seguintes dados:
- Idade;
- Gênero;
- Tempo cirúrgico;
- Localização do tumor primário;
- Classificação da ressecção mandibular (Tabela 1. Classificação de defeitos mandibulares, segundo
Jewer & Boyd (1989)8,9);
Tabela 1 - Classificação de defeitos mandibulares, segundo Jewer e
Boyd (1989).
Classificação |
Descrição da estrutura afetada |
c |
Arco central mandibular |
L |
Defeito lateral sem cõndílo |
H |
Defeito lateral com cõndílo |
s |
Pele |
m |
Mucosa |
sm |
Espessura total (pele e mucosa) |
Tabela 1 - Classificação de defeitos mandibulares, segundo Jewer e
Boyd (1989).
- Tipo histológico;
- Radioterapia pré-operatória;
- Retalhos empregados;
- Número de osteotomias;
- Complicações pós-operatórias;
- Resultado estético e funcional (questionário para avaliação estético
funcional).
Foi realizada análise estatística por meio do software
Statistica® versão 6.1 (StatSoft Inc., Tulsa, OK, EUA),
com o uso dos testes t de Student e teste diferencial para comparação de
proporções. Adotou-se como nível de significância estatística
p<0,05.
O tempo de acompanhamento variou de 3 meses a 4 anos e 3 meses
RESULTADOS
Entre outubro de 2005 e dezembro de 2009, foram realizadas 42 retalhos
microcirúrgicos em 33 pacientes para reconstrução oromandibular por câncer no
HUWC/UFC pelos serviços de Cabeça e Pescoço e Cirurgia Plástica.
A idade dos pacientes variou de 11 a 85 anos (média de 48,8 anos). Sexo predominante
foi o masculino, com 75% dos casos. O tempo cirúrgico médio foi 6,788±0,3039
horas.
Localização do tumor primário mais frequente das lesões foi o assoalho da boca em
44%
dos casos. O tipo histológico mais comum foi o carcinoma epidermoide (CEC),
correspondendo a 72% dos pacientes. Carcinoma basocelular encontrado em 13%, seguido
de ameloblastoma 7% (Figura 2), osteosarcoma
(5%), adenocarcinoma (3%). O retalho mais comumente utilizado foi o retalho de
fíbula, em 19 casos (57,60%) (Figuras 3, 4 e 5),
seguido do retalho anterolateral da coxa, em 5 casos (15,6%).
Figura 2 - Paciente com ameloblastoma, pré-operatório.
Figura 2 - Paciente com ameloblastoma, pré-operatório.
Figura 3 - Retalho da fíbula.
Figura 3 - Retalho da fíbula.
Figura 4 - Modelagem de retalho da fíbula para reconstrução da
mandíbula.
Figura 4 - Modelagem de retalho da fíbula para reconstrução da
mandíbula.
Figura 5 - Reconstrução da mandíbula com retalho microcirúrgico da
fíbula.
Figura 5 - Reconstrução da mandíbula com retalho microcirúrgico da
fíbula.
As combinações de retalho utilizadas foram: retalho de fíbula + retalho anterolateral
da coxa, em 5 casos (15,6%), e retalho de fíbula + retalho radial do antebraço,
em 3
casos (9%), e retalho de fíbula + retalho de reto abdominal, em 1 caso (3%). Em
80%
dos casos, o retalho foi osteotomizado uma vez para a reconstrução do contorno
mandibular e em 20% duas vezes.
Para a fixação da fíbula, foram empregadas em 3 casos placas de reconstrução sistema
2.4 e em 30 casos miniplacas do sistema 2.0. Os tipos de defeitos mandibulares
mais
frequentes quanto à classificação de defeitos mandibulares, segundo Jewer &
Boyd8, foram do tipo C. O tipo de
ressecção dos pacientes em que foram utilizados dois retalhos microcirúrgicos
para a
reconstrução foi retirada em bloco da pele do mento e região cervical anterior,
mandíbula e assoalho da boca. Em um caso desses pacientes foi retirado ainda o
1/3
anterior da língua. A radioterapia pré-operatória foi empregada em apenas três
casos
de todos 33 pacientes.
As complicações pós-operatórias foram classificadas em maiores (óbito e perda do
retalho) e menores (seromas, fístula salivar, exposição de material de síntese
e
infecção). Quatro pacientes tiveram complicações maiores, sendo um óbito e três
perdas do retalho (todos retalhos fibulares). Em nenhum dos casos de trombose
houve
tempo hábil para reexploração vascular. O caso de óbito pós-operatório ocorreu
na
segunda semana após a transferência de um retalho fibular para uma paciente de
22
anos com um volumoso osteossarcoma da mandíbula. O laudo da necropsia apontou
para
tromboembolismo pulmonar.
Dentre as complicações menores, houve as deiscências dos retalhos pediculados (n =
4). A complicação mais significativa foram as perdas de ilha cutânea em 3 casos
e a
exposição de material de síntese em 4 casos. Ainda com relação à exposição de
placas, em todos os casos em que houve exposição (n = 6) as mesmas foram retiradas,
sendo três placas de reconstrução mandibular e 3 do sistema 2.0.
Avaliação funcional e estética
Fala: Sem alteração - 21; Dificuldade em algumas palavras - 8; Somente família
compreende - 0; Ninguém compreende - 0.
Deglutição: Sem alteração - 15; Dificuldade em alguns alimentos - 13; Somente
líquidos - 4; Não consegue engolir - 0.
Mastigação: Sem alteração - 15; Não mastiga certos alimentos - 13; Não mastiga
nem sólidos macios - 0; Dieta por sonda - 4.
Aparência estética: Excelente - 2; Bom - 16; Razoável - 7; Mau - 7.
DISCUSSÃO
Os tumores oromandibulares são frequentes em nosso meio e de detecção tardia na
maioria dos casos. Muitas vezes, passam por lesões aftosas e são tratadas assim
por
vários meses até terem seu correto diagnóstico. O tipo histológico mais comum
são os
carcinomas epidermoides de mucosa (CECm), porém a gama de tumores que podem acometer
essa região é vasta: sarcomas, carcinoma de Merkel, carcinomas mucoepidermoides,
dentre outros.
Nossa casuística mostrou prevalência dos CECm. Esses tumores têm por característica
a
infiltração precoce de estruturas adjacentes e o acometimento dos linfonodos
cervicais. Outro espectro são os das neoplasias benignas, estas foram em sua grande
maioria ameloblastomas que, apesar de histologicamente benignos, são altamente
expansivos, levando à distorção e destruição significativa da mandíbula10.
Seu tratamento em estágio mais avançado é a ressecção alargada, sendo essa a mais
realizada nesta série de casos (predominância de lesões tipo C de Jewer). A
reconstrução da mandíbula com o retalho fibular está consolidada como um método
seguro e de resultados consistentes a longo prazo11. Disa et al.12 sugerem a utilização de poucos retalhos para a reconstrução de cabeça
e pescoço, sendo dada preferência aqueles com pedículo longo, calibroso e
constante.
Essa prática elevou os resultados funcionais e reduziu a perda de retalhos. Como se
observa na casuística apresentada, optou-se basicamente pelo retalho fibular (79%
das reconstruções), sendo em apenas um caso utilizado o retalho de crista ilíaca
em
paciente com oclusão vascular nos membros inferiores. Yilmaz et
al.13 compararam a utilização do
retalho fibular e da crista ilíaca em reconstrução mandibular e verificaram que
o
primeiro tinha menos complicações pós-operatórias, além de melhores resultados
funcionais e estéticos.
Em todos os casos apresentados a neomandíbula foi moldada após ligadura do pedículo.
Isso permitiu uma melhor apreciação do formato a ser obtido com a colocação
temporária do retalho a zona receptora. Outro detalhe técnico aplicado foi o desenho
da ilha cutânea o mais distal possível, pois nessa localização há a possibilidade
de
dois sistemas de perfurantes como mostram Wong et al.14 e, principalmente, porque, ao liberarmos os
vasos fibulares do seu septo ósseo proximalmente, conseguimos obter um pedículo
vascular longo (até 15 cm).
O trabalho de Wallace et al.15 corrobora com estes detalhes técnicos adotados, porém nos casos de
múltiplas osteotomias há a preferência pela placa de reconstrução. Nesta casuística
foram utilizadas preferencialmente as miniplacas do sistema 2.0. Estas são de
fácil
modelagem e colocação, bem como têm menores chances de exposição (100% de retirada
de placa de reconstrução em nossa casuística).
Robey et al.16, em estudo
comparativo entre o uso de placas de reconstrução e miniplacas em reconstrução
da
mandíbula com retalho fibular, de maneira geral não encontraram diferença
significativa nas complicações pós-operatórias, contudo, o uso de placas de
reconstrução foi associado com maior índice de necrose óssea. Estes mesmos autores
apontam que, pela maior facilidade de modelagem das miniplacas, é possível obter-se
um resultado estético superior.
Os defeitos oromandibulares extensos devem ser reconstruídos idealmente com dois
retalhos17,18. Estes podem ser ambos microcirúrgicos ou a
associação deste com retalho pediculado19.
Hanasono et al.20 também
advogam o uso de múltiplos retalhos livres no intuito de maximizar a qualidade
de
vida dos pacientes, tendo estes autores encontrado tempo de recuperação e resultados
funcionais aceitáveis para tais procedimentos.
Em nossa casuística empregamos o retalho fibular associado aos retalhos peitoral
maior e deltopeitoral, no entanto, este grupo de pacientes apresentou resultado
funcional pior do que os demais pacientes (três pacientes permaneceram com sonda
neste grupo, n = 9). Encontramos também maior frequência de complicações
pós-operatórias, apesar de não haver aumento significativo no tempo operatório
destes pacientes.
Acreditamos que a grande desvantagem desta associação de retalhos é a tração exercida
pelo pedículo do retalho torácico sobre o retalho livre, o que na maioria dos
casos
traduziu-se em limitação do movimento da mandíbula. Apesar destes fatores negativos,
acreditamos que, na impossibilidade da transferência de retalhos microcirúrgicos
simultâneos, o retalho deltopeitoral constitui-se em uma boa opção para cobertura
externa da face e do pescoço, sendo a ilha cutânea do retalho fibular utilizada
para
o revestimento intraoral21.
Devido à versatilidade do retalho fibular, outra possibilidade para reconstrução de
defeitos oromandibulares é a segmentação do retalho cutâneo quando existem mais
de
uma perfurante ou sua desepidermização e posicionamento intra e extraoral para
reparar defeitos de espessura total. Gal et al.22 utilizaram o retalho desepidermizado e
encontraram necessidade de emprego de outro retalho em apenas quatro casos (nos
quais utilizaram o miocutâneo peitoral) em um total de 12 pacientes estudados.
Estes
mesmos autores reservaram retalhos microcirúrgicos secundários para ressecções
de
salvamento. A segmentação de ilhas cutâneas baseadas em perfurantes é também uma
opção segura e que possibilita maior mobilidade às estruturas reconstruídas.
A taxa de sucesso nas transferências microvasculares neste estudo foi de 92,5%. Esse
resultado encontra-se compatível com a média dos grandes centros, que se situa
em
torno de 91 a 99%. No entanto, nas grandes séries de casos a taxa de reexploração
vascular é de 6 a 14%, podendo-se chegar com estas a 80% de salvamento dos retalhos
comprometidos23. Em nossa casuística, não
realizamos nenhuma reexploração vascular.
Associamos este baixo índice de reexploração vascular à dificuldade de monitorização
pós-operatória. Os métodos de monitorização de retalhos livres são os mais variados
desde o exame clínico (o único ubíquo) até métodos mais dispendiosos como a
fluxometria com laser ou o Doppler implantável24. Em nosso serviço aplicamos o exame clínico e a observação do
sangramento após perfuração com agulha que, apesar de ser um método utilizado
em
diversos serviços, necessita de uma equipe treinada que realize o exame
frequentemente para que o evento vascular seja identificado em tempo hábil de
se
reverter o quadro25.
A reconstrução de defeitos ósseos com o emprego de retalhos de partes moles tem ganho
aceitação em subgrupos de pacientes selecionados. Mosahebi et
al.26 sugerem que em pacientes
com defeitos compostos (envolvendo pele e mucosa, além da mandíbula) na região
posterolateral podem ser reconstruídos efetivamente com retalhos de partes moles
(em
especial o retalho vertical do músculo reto abdominal, VRAM).
Empregamos o retalho VRAM em um caso de defeito posterolateral da mandíbula
(ressecção clássica do trígono retromolar) e um retalho ALC para um defeito de
arco
central. Este último era um paciente idoso com múltiplas ressecções e radioterapia
que não consideramos candidato para uma reconstrução mais demorada com tecido
ósseo.
Nestes dois casos tivemos resultados funcionais satisfatórios.
As reconstruções labiais associadas com defeitos ósseos foram reconstruídas apenas
com retalhos de partes moles. Isso se deveu ao fato das ressecções ósseas serem
apenas marginais, o que não levou à descontinuidade da mandíbula ou maxila.
Empregamos o retalho antebraquial nas ressecções superficiais e o ALC nas ressecções
alargadas de partes moles. Além dos retalhos microcirúrgicos, houve a rotação
de
retalho miomucoso para a reconstrução do vermelhão, segundo a técnica de Pribaz
et al.27.
CONCLUSÃO
O emprego de retalhos microcirúrgicos em reconstrução oncológica de cabeça e pescoço
mostrou-se seguro, com índice de viabilidade dos retalhos aceitável. Os resultados
funcionais e estéticos demonstram que a reconstrução microcirúrgica possibilita
a
recuperação da deglutição, fala e mastigação, contribuindo para uma melhor qualidade
de vida aos pacientes.
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Endereço Autor: Aleksandra Markovic
Av. Beira Mar, nº 4260, Praia de Mucuripe
Fortaleza, CE, Brasil CEP 60165-121
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