ISSN Online: 2177-1235 | ISSN Print: 1983-5175
O papel do cirurgião plástico na Síndrome de Gorlin
The role of the plastic surgeon in the treatment of Gorlin syndrome
Reviw Article -
Year2015 -
Volume30 -
Issue
4
Guilherme Augusto Magalhães de Andrade1,2; Bruno Francisco Muller Neto1,2; Renan Victor Kumpel Schmidt Lima1,2; Camila Zirlis Naif de Andrade1,2; Mário Eduardo Pereira Monteiro de Barros1; Jayme Adriano Farina Junior1,2
http://www.dx.doi.org/10.5935/2177-1235.2015RBCP0206
RESUMO
INTRODUÇÃO: A síndrome de Gorlin ou síndrome do nevo carcinoma basocelular é uma doença multissistêmica infrequente, com um potencial de desenvolvimento de anormalidades de amplo espectro, como também de desenvolvimento de outras neoplasias. A mesma é autossômica dominante, com alta penetrância e grande variabilidade de expressão, manifesta-se em todos os grupos étnicos, sendo mais prevalente em caucasianos, e com relação entre os sexos de 1:1.
OBJETIVO: Discorrer sobre esta afecção pouco comentada em nosso meio e que pode estar sendo subdiagnosticada e subtratada tanto pelo cirurgião plástico como pelos demais profissionais supostamente envolvidos.
MÉTODO: Realizada revisão da literatura selecionando artigos sobre síndrome de Gorlin, no banco de dados da Medline/Pubmed de 2009-2013, e descrição da casuística do serviço do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto - USP.
CONCLUSÃO: A síndrome de Gorlin é uma síndrome multissistêmica, com um amplo espectro de manifestações e grande potencial de mutilação relacionada principalmente ao tratamento de suas três principais alterações/ características. O cirurgião plástico desempenha papel importante na sua detecção e pode colaborar no tratamento abrangente com seguimento adequado aos seus portadores.
Palavras-chave:
Síndromes orofaciodigitais; Síndrome de Gorlin. Cirurgia plástica.
ABSTRACT
INTRODUCTION: Gorlin syndrome or nevoid basal cell carcinoma syndrome is a rare multisystemic disease with a potential to cause a broad spectrum of abnormalities and other cancers. It is an autosomal dominant disease with a high penetrance and large variability of expression, manifesting in all ethnic groups but more prevalent in Caucasians, and presenting at a sex ratio of 1:1.
OBJECTIVE: The aim of this study was to discuss Gorlin syndrome, which is little commented on in the literature , and is possibly being underdiagnosed and undertreated by plastic surgeons and other professionals.
METHOD: A literature review was done by selecting articles about Gorlin syndrome from the Medline/PubMed database from 2009 to 2013, and a case-by-case description from the records of the Clinical Hospital of Ribeirão Preto, University of São Paulo is provided.
CONCLUSION: Gorlin syndrome is a multisystemic syndrome with a wide spectrum of manifestations and a great potential for causing problems related mainly to the treatment of its three major changes or features. The plastic surgeon plays an important role in its detection, and can assist in the comprehensive treatment with proper follow-up of patients.
Keywords:
Orofacial-digital syndrome; Gorlin syndrome; Plastic surgery.
INTRODUÇÃO
A síndrome de Gorlin ou síndrome do nevo carcinoma basocelular é uma doença multissistêmica infrequente, com um potencial de desenvolvimento de anormalidades de amplo espectro, como também do desenvolvimento de outras neoplasias1.
Sugere-se que a síndrome existe desde o período Dinástico egípcio, como mostram os achados que datam de 1000 a.C.2. A primeira citação na literatura data de 1894, quando Jarish3 e White4 descreveram um paciente com múltiplos carcinomas basocelulares (CBC), associados à escoliose e dificuldade de aprendizado. Isso foi delineado em 1960 por Robert James Gorlin e William Goltz5, que estabeleceram esta tríade clássica que caracteriza o diagnóstico da síndrome. Essa tríade foi modificada posteriormente por Rayner et al.6, que estabeleceram como critério diagnóstico a presença de cistos odontogênicos associados com a calcificação da foice cerebral e às depressões palmares. Em adição a tríade clássica descrita por Gorlin e Goltz, calcificações na foice cerebral, depressões palmares e plantares, cistos epidérmicos, anomalias nas costelas e na coluna, macrocefalia, milia facial, bossa frontal, malformações oculares, meduloblastoma, fenda labial ou palatina e malformações do desenvolvimento também são estabelecidas como características da síndrome7.
A síndrome é autossômica dominante, com alta penetrância e grande variabilidade de expressão8.
A prevalência da doença é variável. Em 1992, Fardon et al9. estimaram que a prevalência mínima seria de 1 para 57.000 habitantes. Um valor praticamente idêntico foi achado por Pratt & Jackson10. Um estudo no noroeste da Inglaterra mostrou que a doença afeta 1 para 55.600 pessoas11. Na Itália a incidência de 1 para 256.000 habitantes é menor que na Austrália, com 1 para 164.000, e do que no Reino Unido12.
A síndrome se manifesta em todos os grupos étnicos, mas vários relatos revelam uma maior ocorrência em caucasianos13. A proporção em relação aos sexos é de 1:114.
OBJETIVO
Temos como objetivo discorrer sobre a síndrome de Gorlin, uma afecção pouco comentada em nosso meio e que pode estar sendo subdiagnosticada e subtratada tanto pelo cirurgião plástico como pelos demais profissionais supostamente envolvidos.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada revisão da literatura selecionando artigos de revisão sobre síndrome de Gorlin no banco de dados da Medline/Pubmed, no período entre 2009 e 2013. Adicionalmente, o presente artigo apresenta a casuística da Divisão de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP).
Caso 1
Mulher, 29 anos, parda, casada, do lar. Atendimento inicial na dermatologia referindo lesões em face e couro cabeludo desde o nascimento, sem antecedentes patológicos ou familiares.
Exame físico: lesão ulcerada de bordas perláceas na região supraclavicular esquerda com 5x2 cm, hipertelorismo e péssimo estado de conservação dentário, com múltiplas extrações dentárias. A hipótese diagnóstica foi de síndrome de Gorlin. A paciente foi encaminhada ao serviço de Cirurgia Plástica, onde foi submetida à exérese da referida lesão e de outras que foram evidenciadas em seu seguimento, com rafia primária, predominantemente, além de reconstruções com enxertia e retalhos. Todas as lesões foras confirmadas como CBCs pelos exames de patologia. Manteve seguimento multidisciplinar com as equipes da Odontologia, Endocrinologia e Oculoplástica. Houve perda do seguimento após sete anos. (Figura 1).
Figura 1. Paciente do caso clínico 1, apresentando múltiplos CBCs, incluindo uma lesão ulcerada cervical.
Caso 2
Homem, 22 anos, branco, solteiro, lavrador e desempregado. Buscou atendimento na Dermatologia referindo lesão lenticular na região frontal há 13 anos. Referia que havia 3 anos, após trauma, a lesão passou a apresentar crescimento progressivo, sangramentos frequentes e mudança de pigmentação. Nesse mesmo período refere aparecimento de outras três lesões no canto inferior do olho direito. Negava antecedentes pessoais ou familiares patológicos. Foi detectada queixa de dentição defeituosa na arcada superior. Exame físico: lesão vegetante, perlácea de 3,2 x 2 cm na fronte e 3 lesões papulares, também perláceas, no canto interno do olho direito, além de 3 lesões na pálpebra inferior direita e lesões lenticulares de bordas eritematosas na região peitoral esquerda e subescapular esquerda. Detectou-se ainda péssimo estado de conservação dentário e hipertelorismo. Foi então levantada a hipótese diagnóstica de síndrome de Gorlin.
O paciente foi encaminhado para a Divisão de Cirurgia Plástica dois anos após, quando foi indicada a exérese da lesão da fronte.
Foi submetido ainda a múltiplas exéreses das outras lesões com rafia primária, mas também com enxertia e rotações de retalho. Todas as lesões foram confirmadas como CBCs pelos exames de patologia. Manteve seguimento conjunto com a Odontologia, Oculoplástica e Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Apresentou perda do seguimento seis anos após (Figura 2 A, B e C).
Figura 2. Paciente do caso clínico 2. A: múltiplos CBCs de distribuição central. B: detalhes das lesões de fronte, incluindo uma grande lesão ulcerada. C: presença de CBCs também em região de tronco anterior.
DISCUSSÃO
A síndrome de Gorlin é uma síndrome autossômica dominante, com alta penetrância e grande variabilidade de expressão. É causada por mutações no gene supressor tumoral (PTCH), um gene homólogo ao gene da Drosophila mapeado no cromossomo 9q21-238.
Uma história familiar positiva para síndrome de Gorlin é obtida em 70% dos casos estudados15, sendo isto explicado por uma penetrância incompleta e mutações esporádicas16. Embora se descreva a presença de antecedentes familiares na maioria das ocorrências, nos casos aqui descritos não havia histórico familiar para a síndrome.
Os critérios diagnósticos foram estabelecidos por Evans et al.11 e foram modificados por Kimonis et al., em 1973. De acordo com eles, o diagnóstico de síndrome de Gorlin pode ser estabelecido na presença de dois critérios maiores ou de um critério maior e dois menores, como descrito abaixo:
Critérios maiores: Mais de 2 CBCs ou 1 abaixo dos 20 anos, cistos odontogênicos, duas ou mais depressões palmares, calcificação bilamelar da foice cerebral, costelas bífidas ou fundidas, parente de primeiro grau com síndrome do nevo carcinoma basocelular (NBCCS).
Critérios menores: Macrocefalia ajustada para o peso, bossa frontal, fenda labial/palatina, hipertelorismo, deformidade de Sprengel, pectus excavatum, sindactilia, ponte da sela túrcica, hemivértebra, radiolucência falangeal em chama de vela, fibroma ovariano e meduloblastoma17.
Além das manifestações acima, a síndrome apresenta uma grande diversidade de manifestações nos diversos sistemas corporais, dentre eles: sistema nervoso central, oftálmico, otológico, urogenital, gástrico, cardiovascular e esquelético. O diagnóstico mais preciso pode ser confirmado pela detecção de mutações no gene PTCH18.
Por tratar-se de uma síndrome com um amplo espectro clínico, o tratamento deve basear-se em uma abordagem multiprofissional.
Tratamento do carcinoma basocelular (CBC): Devido à possibilidade de ocorrência de múltiplas lesões, deve ser fornecido ao paciente um tratamento ajustado para suas condições clínicas, dentre eles: curetagem e eletrodissecção, criocirurgia, ablação com laser, excisão cirúrgica, cirurgia de Mohs, terapia fotodinâmica, radiação Ionizante e terapias químicas.
Tratamento dos cistos odontogênicos: O tratamento dos tumores odontogênicos cistoqueratóticos também é multifatorial. Os métodos basicamente se dividem em conservador, agressivo e radical. O conservador consiste na enucleação, regular, do tumor do seu leito ósseo. O agressivo consiste na enucleação, seguida da curetagem química ou mecânica do leito ósseo. O radical consiste na retirada do cisto junto de sua base óssea e com uma margem de 5 mm de osso sadio.
Tratamento do meduloblastoma: Os melhores resultados são obtidos quando se combinam uma ressecção agressiva do tumor, radioterapia e quimioterapia19.
Estes pacientes geralmente são encaminhados pelas diversas especialidades ao cirurgião plástico para avaliação e exérese de nevos suspeitos, sendo submetidos a sucessivas abordagens cirúrgicas, muitas vezes mutilantes.
Cabe ao cirurgião plástico, no caso de sucessivas exéreses de CBCs que simulam nevos, em um mesmo paciente, aventar a possibilidade diagnóstica de síndrome de Gorlin e iniciar investigação adequada, de forma isolada ou de preferência multidisciplinar, proporcionando, assim, uma assistência mais ajustada e um tratamento mais adequado ao paciente. Por ser uma doença autossômica dominante e de elevada penetrância, é mandatório oferecer aos pacientes aconselhamento genético20.
CONCLUSÃO
A síndrome de Gorlin é uma síndrome multissistêmica, com amplo espectro de manifestação e grande potencial de mutilação relacionado principalmente ao tratamento de duas de suas alterações: os CBCs, os cistos odontogênicos queratóticos e o meduloblastoma, o que acarreta danos físicos e psicológicos aos seus portadores.
O cirurgião plástico apresenta papel importante no seu diagnóstico, que só pode ser feito se o mesmo conhecer as características da síndrome, enquadrando o paciente na mesma e, dessa forma, colaborando para um tratamento completo e um seguimento adequado aos seus portadores.
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1. Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil
2. Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, São Paulo, SP, Brasil
Instituição: Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, SP, Brasil.
Autor correspondente:
Jayme Adriano Farina Junior
Av. Bandeirantes, 3900, Monte Alegre
Ribeirão Preto, SP, Brasil CEP 14048-900
E-mail: jafarinajr@gmail.com
Artigo submetido: 18/9/2014.
Artigo aceito: 15/3/2015.
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