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Editorial - Year2011 - Volume26 - Issue 2

É conhecimento de todos e de qualquer sociedade a melhor maneira de obter êxito quando se deseja implementar mudanças na área educacional. Basta introduzi-las nas bases do ensino e conhecimento. Não poderia ser diferente quando abordamos a Cirurgia Plástica como área de conhecimento médico.

A importância atribuída às atividades acadêmicas, sob o aspecto científico, não ocorre atualmente na intensidade desejada, apesar do Brasil congregar entre a segunda e terceira maior comunidade de cirurgiões plásticos no mundo. Era de se esperar, em termos quantitativos, maior número de publicações científicas provindas desta grande população de profissionais.

Na busca pela especialidade médica como área de aperfeiçoamento profissional, a Cirurgia Plástica tem sido sucessivamente a líder entre as especialidades cirúrgicas que oferecem serviços de Residência Médica. Formamos anualmente mais de uma centena de novos cirurgiões plásticos. Estes buscam, certamente, sucesso e realização profissional, mas o foco está mais dirigido à esfera puramente assistencial; operar e nada mais.

Num ambiente em que temos muitas vezes que competir por um mercado inundado de profissionais que realizam procedimentos da especialidade, sem a capacitação profissional adequada, seria pouco obter da formação em Cirurgia Plástica apenas conhecimento técnico.

É preciso diferenciar o cirurgião plástico formado por um serviço credenciado pela SBCP e o caminho certo é o entendimento da pesquisa científica como elemento fundamental da capacitação do cirurgião, que não termina com a conclusão de sua formação cirúrgica.

Portanto, qual a razão para não haver por parte destes novos cirurgiões o desejado interesse na composição entre assistência e pesquisa como parte integrante de sua profissão?

A resposta mais plausível é a falta desta preocupação na base do ensino em Cirurgia Plástica. Nos serviços em que isso ocorre - ainda poucos considerando-se o número de serviços credenciados - observa-se claramente que o cirurgião em formação incorpora a pesquisa e o hábito de ler e publicar como algo natural. Não se caracteriza como um esforço adicional, algo que exija dedicação extraordinária, por simplesmente estar incluído em sua rotina.

Na atualidade, os Editores da RBCP têm se empenhado de forma intensa em estimular o cirurgião plástico já formado a retomar esta via tão importante dentro da Medicina. Mas a preocupação maior está naquele cirurgião que está por vir, pois é este que poderá se beneficiar desta mudança de conceitos. É preciso entender que pesquisar, publicar seus resultados e difundir a especialidade é a ferramenta de diferenciação do cirurgião plástico. Os serviços de formação em Cirurgia Plástica precisam entender a atividade de pesquisa como elemento intrínseco do treinamento e não como uma eventual atividade. No momento em que isto de fato ocorrer, será dado o grande passo para a natural mudança que tanto desejamos.

A RBCP tem reunido esforços para oferecer ao associado condições estimulantes para publicação, implementando a qualidade da Revista, sua divulgação no meio eletrônico e impresso, nacional e internacional.

Dov Goldenberg
Editor Associado

 

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