

Skull, Face and Neck - Year 2013 - Volume 28 - (3 Suppl.1)
Preenchimento do sulco nasogeniano com enxerto autólogo de músculo orbicular após blefaroplastia
O rejuvenescimento da face tem sido muito valorizado nas últimas décadas. Destaca-se, nessa área, o tratamento do sulco nasogeniano. São descritas diversas técnicas não-cirúrgicas e cirúrgicas minimamente invasivas, dentre elas preenchimento com substâncias líquidas (como colágeno e ácido hialurônico) e substâncias permanentes (como politetrafluoroetileno expandido - PTFEe), derme acelular e retalho do músculo SMAS. O presente estudo apresenta uma alternativa minimamente invasiva e com provável resultado duradouro para os pacientes que possuem indicação de realização de blefaroplastia concomitante.
OBJETIVO
Apresentar a técnica cirúrgica minimamente invasiva de preenchimento do sulco nasogeniano com retalho do músculo orbicular do olho, obtido por meio de blefaroplastia com excisão parcial do mesmo. Essa técnica é uma alternativa de preenchimento do sulco nasogeniano, quando há indicação de retirada de fuso de músculo orbicular do olho das pálpebras superiores. Essa técnica apresenta execução relativamente simples e rápida e provável resultado mais duradouro quando comparada às técnicas minimamente invasivas com preenchimento utilizando-se substâncias líquidas.
MÉTODO
A técnica proposta consiste na realização, sob anestesia local, de 2 orifícios de aproximadamente 3 mm no sulco nasogeniano, sendo um superior e outro inferior. Em seguida, é realizada tunelização da derme abaixo do sulco utilizando-se uma agulha 1,20 mm x 40 mm e introdução de pinça hemostática pelo orifício superior e dissecção do plano subcutâneo até sua saída pelo orifício inferior. A seguir, introduz-se o enxerto autólogo do músculo orbicular do olho pelo orifício inferior, utilizando-se a pinça hemostática para seu correto posicionamento ao longo do sulco. Na sequência, é realizada a síntese das extremidades do enxerto à derme com fio de náilon 6.0, seguida de síntese da pele com o mesmo fio. Repete-se o procedimento no lado contralateral. Ressalta-se que o referido enxerto foi obtido por meio de blefaroplastia convencional com excisão parcial de tal músculo, respeitando-se as indicações de blefaroplastia.
RESULTADOS
Com essa técnica, obtém-se o preenchimento do sulco nasogeniano, utilizando-se material biológico autólogo, com mínimo risco de rejeição e resultado final harmônico e duradouro, quando comparado ao preenchimento com substâncias líquidas. Apresenta como vantagens o fato de ser realizado com anestesia local, em regime de cirurgia ambulatorial, pós-operatório pouco sintomático, relativa facilidade de execução para o cirurgião plástico habilitado e baixo custo quando comparada às substâncias heterólogas normalmente empregadas em preenchimentos de sulcos.
CONCLUSÃO
A busca pelo rejuvenescimento facial tem crescido muito nas últimas décadas. O advento das técnicas de preenchimento facial tem contribuído para esse objetivo, tanto com material biológico autólogo como com material sintético heterólogo. O presente trabalho acrescenta uma alternativa a esse tratamento, utilizando-se de uma técnica cirúrgica minimamente invasiva, de relativa facilidade de execução, com preenchimento do sulco nasogeniano com material biológico autólogo de baixo índice de rejeição (enxerto de músculo orbicular do olho) e resultado estético final natural. Essa técnica constitui uma alternativa de preenchimento do sulco nasogeniano nos pacientes com indicação de realização de blefaroplastia concomitante.