RESUMO
Introdução: Úlceras por pressão são definidas como lesões cutâneas ou de partes moles de etiologia isquêmica, secundárias ao aumento da pressão externa, predominando sobre proeminência óssea. A classificação em estágios é importante na elaboração de estratégias terapêuticas. Os princípios fundamentais no tratamento cirúrgico são: debridamento e exérese de bursa subjacente e tecido ósseo envolvido, seguida de cobertura tecidual. Este estudo teve por objetivo relatar a experiência em reparação de úlceras por pressão, analisando características dos pacientes, resultados e complicações. Métodos: Em 17 pacientes, foram tratadas 33 úlceras por pressão, sendo a localização sacral a mais prevalente. O desenvolvimento de úlceras por pressão no ambiente hospitalar correspondeu a 82% dos casos. As opções de tratamento foram: debridamento, síntese primária, retalhos cutâneos ao acaso, retalho cutâneo romboide, retalhos miocutâneos de glúteo máximo em V-Y, retalhos fasciocutâneos de fascia lata clássicos, retalho fasciocutâneo de fascia lata em V-Y, e retalhos fasciocutâneos posteriores da coxa em V-Y. Resultados: Complicações ocorreram em 39% dos casos. A anemia pré-operatória foi associada a complicações. Conclusões: O conhecimento da patogênese da úlcera por pressão e o correto manejo do paciente de risco podem evitá-la na maioria dos casos. É indispensável a participação multiprofissional e dos familiares para o tratamento do paciente portador de úlcera por pressão, pois complicações, recidivas e incidência de novas úlceras são comuns. Fatores de risco para complicações, como anemia, devem ser evitados, para obtenção de melhor prognóstico e fechamento adequado da úlcera.
Palavras-chave: Úlcera por pressão. Retalhos cirúrgicos. Complicações pós-operatórias.