RESUMO
Introdução: A escassez de tecidos para reconstrução de grandes defeitos é um desafio ao cirurgião plástico. Nesse contexto, surgiu a expansão tecidual, que, nos últimos 30 anos, se tornou uma das modalidades mais utilizadas na cirurgia reparadora. A expansão é uma técnica muito versátil, que pode ser realizada em todas as idades e para correção de diferentes afecções. As principais indicações são sequelas de queimadura e nevo congênito gigante. Este estudo teve como objetivo demonstrar as indicações na utilização dos expansores tissulares e sua evolução em pacientes do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Métodos: Estudo retrospectivo, incluindo pacientes submetidos a expansão tecidual para cirurgia reconstrutora, no período de janeiro 2005 a dezembro 2009. Resultados: Foram analisados 24 pacientes, sendo 70,8% do sexo feminino e 29,2% do sexo masculino. A idade variou entre 3 anos e 46 anos (média de 17,1 anos). A principal indicação de expansão tecidual foi o tratamento de sequelas de queimaduras (62,5%), principalmente na região da cabeça e do pescoço. Alopecia foi a indicação mais prevalente (29,2%), seguida por retração cicatricial em região cervical (20,8%). Outras indicações foram nevo melanocítico congênito gigante (16,7%), síndrome de Poland (8,3%), cicatriz abdominal (8,3%) e amastia (4,2%). Entre os pacientes avaliados, 11 evoluíram com alguma complicação, 8 (72,7%) dos quais tinham como doença primária sequela de queimaduras, demonstrando maior incidência de complicações em relação às outras indicações. As complicações encontradas foram: infecção, ruptura, extrusão, deiscência de sutura e deslocamento do expansor. Conclusões: A expansão tissular é indicada no tratamento de múltiplas doenças e uma das principais indicações continua sendo o tratamento de sequelas de queimaduras.
Palavras-chave: Dispositivos para expansão de tecidos. Expansão de tecido. Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos.