INTRODUÇÃO
As queimaduras são uma das principais causas de morte no mundo. Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), ocorrem cerca de 265.000 mortes por ano1. No Brasil, estima-se que cerca de
1.000.000 de indivíduos sejam vítimas de queimaduras e que a mortalidade seja
de
aproximadamente 2.500 pacientes por ano. No período de 2015 a 2020, ocorreram
19.772
óbitos por queimaduras, dos quais 53,3% (n=10.545) foram atribuídos às queimaduras
térmicas; 46,1% (n=9.117) às queimaduras elétricas; e 0,6% (n=110) a outras causas
de queimaduras, as quais incluem agentes químicos, geladura e radiação. Os custos
do
tratamento de queimaduras são bastante elevados em todo o mundo1. Estima-se que o custo médio do
National Health Service (NHS) com tratamento de feridas na prática clínica ao
longo
de 24 meses a partir da apresentação inicial foi de £ 16.924 por queimadura,
variando de £ 12.002 a £ 40.577 para uma ferida cicatrizada e não cicatrizada,
respectivamente2.
O aumento da população idosa mundial comprova a importância de conhecer a
epidemiologia dos acidentes por causas externas, em que as queimaduras representam
uma fração importante. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em 2010, havia 20,6 milhões de idosos no Brasil, representando 10,8% da
população total3. Algumas projeções
indicam que, em 2060, esse grupo populacional aumentará para 58,4 milhões de
habitantes, o que corresponderá a 26,7% de toda a população brasileira3. Outras previsões mostram que as
pessoas com 65 anos ou mais representarão 20% da população dos EUA até o ano de
2030, o que exigirá recursos significativos de saúde.
A definição de idoso na literatura sobre queimaduras tem sido variável. Alguns
estudos consideram que o aumento da expectativa de vida resultou em maior
funcionalidade e, portanto, apenas pacientes acima de 75 anos são considerados
idosos4. De acordo com a
definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), a população acima de 60 anos
é
considerada idosa, o que confirma o nível estabelecido pelas Nações Unidas em
1982.
Em todo o mundo, o tamanho da população mais idosa tem aumentado mais rapidamente
do
que qualquer outra faixa etária no século XX5. Em comparação com estudos gerais sobre envelhecimento,
muito pouca literatura na academia internacional deu atenção especial a um campo
especial de estudos sobre envelhecimento, que é o estudo da maioria das pessoas
idosas. Há evidências na literatura6 de que as características oscilatórias dependentes de anestesia
e reatividade dos superidosos são diferentes dos jovens, ressaltando a importância
do estudo dessa faixa etária.
O aumento da idade também torna os pacientes mais predispostos à exposição a
queimaduras devido a alterações sociais, cognitivas e orgânicas, como diminuição
dos
reflexos7. Assim, é
fundamental estudar uma epidemiologia das queimaduras em faixas etárias mais
avançadas, considerando o aumento da expectativa de vida da população mundial
e os
custos dos acidentes para o sistema de saúde em longo prazo.
O presente estudo teve como objetivo realizar uma análise do perfil epidemiológico
dos pacientes idosos, utilizando a definição de idoso da OMS, como pacientes com
mais de 60 anos, e fazer uma comparação entre os grupos de pacientes de 60 a 79
anos
e pacientes com 80 anos ou mais velhos, que são definidos como superidosos. Os
aspectos envolvidos estão relacionados aos gastos com saúde, tempo médio de
permanência hospitalar, comparação entre os sexos e taxa de mortalidade.
OBJETIVO
Este estudo tem como objetivo avaliar a epidemiologia das queimaduras no Brasil na
plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS)
de
idosos queimados internados. Além disso, o estudo também comparou causas de
queimaduras, gastos com saúde, tempo médio de internação hospitalar entre esses
dois
grupos e comparou a epidemiologia em cinco diferentes regiões geográficas do
Brasil.
MÉTODO
Trata-se de um estudo retrospectivo realizado por meio de coleta de dados de janeiro
de 2009 a dezembro de 2019, por meio do Departamento de Informática do Sistema
Único
de Saúde (DATASUS), sob o ícone “Informação em saúde”. O estudo foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de São Paulo, protocolo
63399622.7.0000.5411.
As variáveis analisadas foram: número total de internações, taxa de mortalidade e
número médio de dias de internação. As variáveis categóricas foram comparadas
pelo
teste do Qui-quadrado ou teste exato de Fisher, e as variáveis não paramétricas
contínuas foram comparadas pelo teste U de Mann-Whitney ou teste de
Kruskal-Wallis.
Os critérios de inclusão foram vítimas de queimaduras no período estudado, em
pacientes acima de 60 anos, e os códigos da Classificação Internacional de Doenças
(CID-10) selecionados foram aqueles correspondentes a queimaduras, divididas em
grandes grupos de causas separadas na tabulação de dados do DATASUS: W85-W99
(relacionado a queimaduras elétricas, queimaduras por radiação e radiação não
ionizante), X00- X09 (relacionado a incêndio em edifícios e outras construções)
e
X10-X19 (relacionado a líquidos quentes, refeições, gases, máquinas e outras fontes
comuns).
Foram utilizados dados presentes no DATASUS disponíveis na plataforma
on-line, sob o ícone “Informações em saúde”. A seleção nesta
plataforma foi direcionada para “Epidemiológica e Morbidade” e “Procedimentos
hospitalares do SUS”. Os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel e as
contagens absolutas e relativas foram realizadas por meio de dados de Estatística
Descritiva. Assim, foi possível pesquisar a epidemiologia dos pacientes queimados
e
estudar diversas variáveis, tanto quantitativas quanto qualitativas, como tempo
médio de internação, gastos com saúde, número de pacientes acometidos por cada
causa
de queimadura nas diferentes regiões brasileiras, separadas por principais CIDs
de
queimaduras.
Para responder algumas questões e calcular a associação estatística, foi necessário
fazer uma comparação com outras faixas etárias não incluídas no estudo, como
pacientes com menos de 60 anos, e por isso esses grupos foram incluídos em alguns
gráficos de dispersão presentes no artigo. Além disso, todos os acidentes por
Causas
Externas nas faixas etárias incluídas no estudo também foram avaliados, a fim
de
quantificar o impacto das queimaduras em relação ao total de acidentes por outras
causas. O programa SPSS 20.0 foi utilizado para realizar as associações
estatísticas. Valores de p menores que 0,05 foram considerados
estatisticamente significantes.
RESULTADOS
Segundo o DATASUS, entre todos os óbitos incluídos no grupo de Causas Externas na
faixa etária de 60 a 79 anos nos últimos 10 anos no Brasil (195.149 óbitos), as
queimaduras representaram 7,71% de todas as causas (15.055). Na faixa etária de
80
anos ou mais, o número de óbitos relacionados a queimaduras foi de 1.133 e o total
por causas externas nessa faixa etária foi de 116.492, em que as queimaduras
representaram 0,9% dos óbitos.
Foram incluídos no estudo 219.365 pacientes com 60 anos ou mais, internados por
queimaduras, segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID), no período
de
2009 a 2019. Considerando todos os pacientes estudados, 168.955 (77,02%) tinham
de
60 a 79 anos e 50.410 (22,98%) 80 anos ou mais. Houve predomínio significativo
de
mulheres neste último grupo em relação ao primeiro (64,93% vs.
48,67%, respectivamente).
Ao comparar o número de internações por queimaduras no Brasil nas faixas etárias de
60 a 79 anos e acima de 80 anos, percebe-se que a incidência de internações em
maiores de 80 anos é maior, com diferença estatisticamente significante
(p<0,0001).
A maior taxa de incidência de internações (por 1.000 casos) foi de 129,91 no sexo
feminino acima de 80 anos e a menor foi de 54,74 na faixa etária de 60 a 79 anos.
Houve diferença estatisticamente significativa no aumento das internações em
pacientes com mais de 80 anos em relação ao grupo de 60 a 79 anos
(p<0,0001). Esses dados podem ser verificados na Tabela 1.
Tabela 1 - Incidência de hospitalizações por 1000 de acordo com a faixa etária e
sexo.
Sexo |
60-79
Anos
|
>80
anos
|
P
|
Masculino |
62,39 |
90,19 |
<
0,0001
|
Feminino |
54,74 |
129,91 |
< 0,0001 |
Tabela 1 - Incidência de hospitalizações por 1000 de acordo com a faixa etária e
sexo.
Houve diferença estatisticamente significativa na mortalidade entre homens e
mulheres, sendo que o sexo masculino apresentou maior mortalidade em ambas as
faixas
etárias estudadas (p<0,0001). Comparando apenas as faixas
etárias, observou-se também que os homens apresentaram maior mortalidade
(p<0,0001). Os gastos com saúde são maiores em pacientes com
mais de 80 anos (p<0,0001) quando comparados à faixa etária de
60 a 79 anos. Houve relação direta entre idade e tempo médio de internação apenas
nos pacientes mais velhos, como pode ser observado na Figura 1.
Figura 1 - Associação entre o tempo médio de internação e a faixa
etária.
Figura 1 - Associação entre o tempo médio de internação e a faixa
etária.
A análise da etiologia dos acidentes com queimaduras mostrou que, em ambos os grupos,
a maior mortalidade ocorre nos acidentes com fogo, seguida de queimaduras de
contato, escaldaduras em terceiro lugar e, por último, queimaduras elétricas
(p=0,01), não havendo diferença significativa entre a etiologia
e a faixa etária (p=0,05).
A taxa de mortalidade por 1000 habitantes foi de 8,91 nos maiores de 80 anos e 4,19
na faixa etária entre 60-79 anos. O tempo médio de internação foi de 5,8 dias
para o
grupo mais jovem e de 6,8 dias para os pacientes com mais de 80 anos. Foi possível
verificar que um maior tempo médio de internação está correlacionado a uma maior
taxa de óbito, conforme ilustrado pela Figura 2. Também foi possível verificar que, quanto maior o gasto em saúde, maior a
taxa de óbitos, conforme ilustra a Figura 3.
Figura 2 - Associação entre tempo médio de internação e taxa de
mortalidade.
Figura 2 - Associação entre tempo médio de internação e taxa de
mortalidade.
Figura 3 - Relação entre o gasto médio em saúde e a taxa de mortalidade.
Figura 3 - Relação entre o gasto médio em saúde e a taxa de mortalidade.
A média de gastos hospitalares por pessoa considerando a faixa etária de 60 a 79 anos
foi de R$ 3.146,07 e R$ 3.901,85 para a faixa etária igual ou maior de 80 anos,
sendo possível concluir que este último grupo apresenta maiores gastos com saúde
em
relação ao primeiro (p<0,0001).
DISCUSSÃO
Os acidentes envolvendo queimaduras são bastante comuns em todo o mundo e estão
associados a altas taxas de morbidade e mortalidade1, e também importantes causas de afastamento do
trabalho, sequelas estéticas, físicas e psicológicas, além de perda da qualidade
de
vida. Os principais achados encontrados neste estudo foram que as queimaduras
em
idosos são de grande importância, dado o aumento dessa população em todo o mundo.
Além disso, observou-se que pacientes em faixas etárias mais avançadas apresentam
maior tempo médio de permanência hospitalar.
O presente estudo revelou que a maior mortalidade ocorreu em acidentes com fogo nos
dois grupos, evidenciando que essa etiologia representa maior gravidade quando
comparada a outras causas. Um artigo publicado por pesquisadores do Japão7 mostrou que quase um terço das
queimaduras por fogo apresentava risco de mortalidade (quase todos os pacientes
que
morreram sofreram queimaduras por fogo), área de queimadura de segundo grau e
porcentagem de área corporal queimada quando comparado a outras etiologias7.
No presente artigo, foi possível verificar que os pacientes mais idosos tiveram maior
tempo de internação e maior taxa de mortalidade. No entanto, não há dados na
literatura que indiquem se uma idade de corte pode ser usada para relatar o aumento
da mortalidade. Um estudo realizado por Lionelli et al.8 com o objetivo de determinar se havia idade de corte
como fator prognóstico para acidentes com queimaduras em idosos não encontrou
uma
faixa etária específica. Um total de 201 pacientes, com idade igual ou superior
a 75
anos, foram admitidos na unidade de queimados entre janeiro de 1972 e maio de
2000.
O risco de mortalidade aumentou 1,1% para cada aumento de idade por ano8.
Outra questão relevante para discussão é a diferença na epidemiologia das queimaduras
em homens e mulheres. Em estudo realizado na Universidade de Utah9, nos Estados Unidos, observou-se
que, dos 1.110 pacientes admitidos nesse período, 94 (8,5%) tinham 65 anos ou
mais.
A maioria das queimaduras foram lesões por fogo (73,4%), seguidas de escaldaduras
(14,9%), lesões de contato (6,4%) e elétricas (1,1%).
Embora as etiologias da lesão sejam geralmente paralelas entre os sexos, as mulheres
sofreram maior proporção de lesão por escaldadura (32,3% versus
6,3%), provavelmente refletindo o fato de exercerem mais atividades domésticas
com
líquidos quentes na cozinha. Constatou-se que as mulheres que responderam por
33%
das queimaduras em idosos com 65 anos ou mais tenderam a apresentar queimaduras
leves (12,0% versus 17,2% de superfície corporal queimada - SCQ;
p=0,20) e menos graves (3,6% versus 9,7% 3ª
SCQ); p<0,05), mas a mortalidade não diferiu dos homens.
No presente estudo, o total de queimaduras em homens foi de 103.402 casos, sendo
17.682 pacientes (17,10%) com 80 anos ou mais e 85.720 casos (82,89%) em pacientes
com 60 a 79 anos. As causas mais comuns foram lesões por fogo (73,4%), seguidas
por
escaldaduras (14,9%), lesões por contato (6,4%) e elétricas (1,1%). O número total
em mulheres foi de 115.963 casos, sendo 32.728 casos (28,22%) nas maiores de 80
anos
e 83.235 casos (71,77%) na faixa etária de 60 a 79 anos. A maior proporção de
mulheres com mais de 80 anos provavelmente está relacionada à maior expectativa
de
vida no sexo feminino9,10.
As faixas etárias mais avançadas no presente estudo apresentam a maior taxa de
mortalidade e dias de internação. Em um estudo retrospectivo realizado por Wang
et
al.11 na China, entre 2009
e 2018, a etiologia, as características clínicas e a eficácia terapêutica de
pacientes idosos com 60 anos ou mais com queimaduras graves internados e tratados
em
um centro de queimados foram retrospectivamente analisados. Vinte e sete mortes
foram causadas entre 109 pacientes, sendo 16 homens e 11 mulheres. A mortalidade
geral foi de 24,8%. O tempo médio de permanência hospitalar para os 109 pacientes
foi de 19,0 dias (intervalo de 5,5-49,5 dias).
A taxa de mortalidade no presente estudo foi menor: 8,91% nos maiores de 80 anos e
4,19% na faixa etária de 60 a 79 anos. O tempo médio de internação para maiores
de
80 anos foi de 6,8 dias e para a faixa etária de 60 a 79 anos foi de 5,8 dias.
Um
dos motivos para essa discrepância provavelmente seria o maior tamanho amostral
desta pesquisa.
Em estudo realizado na Universidade de Nashville12 a faixa etária geriátrica era mais propensa do que as
pessoas mais jovens a converter suas queimaduras térmicas de espessura parcial
para
espessura total. Onze pacientes jovens (idade média = 23) e idosos (idade média
=
79,2) foram estudados. A pesquisa inicial examinou 31 citocinas, com níveis de
EGF
(p=0,032) e RANTES/CCL5 (p=0,026) mais baixos
em pacientes idosos, refletindo sua menor capacidade de resposta imune. Esse
resultado poderia justificar o maior tempo de internação e maior mortalidade dos
pacientes em faixas etárias mais elevadas encontradas no presente estudo.
Outro estudo observacional retrospectivo realizado no Brasil no período de 2000 a
201413 evidenciou que
crianças entre 5 e 14 anos tiveram maior número de internações (69.383 internações),
enquanto pacientes com mais de 85 anos tiveram a maior taxa de internações (15,2
internações/100.000 habitantes/ano). Pacientes do sexo masculino apresentaram
maior
proporção de óbitos prematuros (96,0% versus 93,0%). Não houve
tendência visível de aumento ou diminuição do tempo em relação à mortalidade
hospitalar e à idade. Em nosso estudo, não foi possível correlacionar diretamente
a
idade e a taxa de mortalidade, mas verificou-se que os pacientes idosos têm maior
tempo de internação, e que esta última está relacionada a maiores taxas de
mortalidade.
Também foi possível observar que o grupo de superidosos teve um gasto maior,
provavelmente por ter maior tempo de internação. Um estudo realizado na
Suécia14 constatou que
cada TBSA% aumenta os encargos da internação em quase US$16.000 no grupo de
pacientes mais velhos. Pacientes idosos receberam mais cuidados, o que resultou
em
maiores gastos14 e outra hipótese
para explicar esse fato é que os idosos geralmente apresentam condições médicas
coexistentes, resposta imune prejudicada e cicatrização mais lenta.
Considerando que os dados do DATASUS foram pesquisados, existem algumas
características do estudo. Primeiramente, o estudo incluiu apenas pacientes que
receberam atendimento médico para queimaduras e que foram notificados por meio
dos
CIDs incluídos no estudo. Além disso, devido à dependência do CID para realizar
a
busca de pacientes, é possível que nem todas as causas de queimaduras tenham sido
identificadas corretamente, ou por CID inespecífico para a adequada qualificação
da
etiologia da queimadura relatada. E em relação ao CID como causa de morte, como
infecção, resposta inflamatória sistêmica.
As queimaduras representam um percentual importante dos gastos com saúde em todo o
mundo, e o envelhecimento da população mundial criou um novo campo de estudo para
as
mais diversas causas de mortalidade nesse grupo. Assim, é importante estudar as
particularidades das queimaduras em pacientes idosos e principalmente nas medidas
de
prevenção, tendo em vista que os custos de saúde com queimaduras em pacientes
idosos
e superidosos são maiores do que em crianças e jovens. Em função da escassa
literatura sobre queimaduras em pacientes superidosos na literatura, torna-se
relevante estudar essa população, principalmente com o aumento mundial da
expectativa de vida.
CONCLUSÃO
As queimaduras representam a grande fração dos acidentes externos em todas as faixas
etárias. Apresentam respostas diferentes ao trauma em relação aos pacientes jovens,
principalmente quando se trata de mecanismos bioquímicos e imunológicos. Nosso
estudo revelou que o tempo de internação é maior em pacientes idosos e que uma
maior
permanência hospitalar está relacionada a uma maior taxa de mortalidade. Além
disso,
maiores gastos com saúde não resultam em menor taxa de mortalidade, mostrando
que a
prevenção e a gestão adequada dos insumos são mais importantes do que grande
investimento no tratamento.
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1. Universidade Estadual de São Paulo, Botucatu,
SP, Brasil
Autor correspondente: Oona Tomiê Daronch Rua Prof.
Dr. Mauro Rodrigues de Oliveira S/N, Unesp, Campus de Botucatu, Botucatu, SP,
Brasil, CEP: 18618-688, E-mail: oona.daronch@yahoo.com.br
Artigo submetido: 14/10/2022.
Artigo aceito: 20/08/2023.
Conflitos de interesse: não há.