INTRODUÇÃO
A mamoplastia de aumento com implantes é a cirurgia mais realizada em todo o mundo,
sendo que em 2020 foram realizadas 1.621.281 cirurgias no total, e dessas 173.420
foram efetuadas no Brasil, representando 25% de todas as cirurgias plásticas
estéticas feitas no país1. Em 2020,
o Brasil foi o segundo país que mais realizou cirurgias plásticas estéticas
mundialmente, atrás apenas dos Estados Unidos, onde foram realizadas 371.997
mamoplastias de aumento1. Dessa
forma, a mamoplastia de aumento continua sendo um dos procedimentos estéticos
mais
comuns realizados globalmente.
Nos Estados Unidos, são usados tanto implantes preenchidos com gel de silicone como
preenchidos com solução salina. Em contrapartida, na Europa a grande maioria dos
implantes utilizados são de silicone, porque são geralmente considerados superiores
em termos de toque e durabilidade2.
Já no Brasil, as práticas mais comuns incluíram o uso de implantes redondos de
microtextura e silicone revestido com poliuretano no procedimento primário3.
As alterações no preenchimento de gel de implantes modernos levaram ao
desenvolvimento de géis de forma estável que são altamente coesivos. Mesmo com
as
alterações na composição dos implantes e o surgimento de novas tecnologias, a
mamoplastia de aumento não é uma cirurgia isenta de complicações. As principais
são
contratura capsular, seroma, ptose da mama e infecção, as quais estão relacionadas
com a superfície do implante4.
Sabe-se que um risco presumido aumentado no desenvolvimento de contratura capsular
é
mostrado para as seguintes variáveis: maior duração do acompanhamento, cirurgia
reconstrutiva da mama em pacientes com história de câncer de mama, colocação de
implante subglandular, hematoma pós-operatório e superfície texturizada do
implante5.
Apesar do baixo número relativo de complicações, o número absoluto devido ao alto
número de casos representa uma questão importante que todo cirurgião plástico
tem
que enfrentar regularmente. Além das complicações, há também outros fatores
relacionados com a taxa de reoperações, sendo que a maior queixa é a perda de
projeção no polo superior e o abaulamento do polo inferior6. Dessa forma, torna-se fundamental conhecer os
fatores de risco implicados no desenvolvimento de complicações pós-operatórias
precoces e tardias na mamoplastia de aumento primário a fim de intervir nos fatores
de risco modificáveis e alterar de forma positiva o desfecho dessas pacientes
a
longo prazo.
OBJETIVO
Os objetivos do presente trabalho foram realizar uma avaliação epidemiológica das
pacientes submetidas a mamoplastia de aumento primária e verificar quais os
principais fatores relacionados com a incidência de complicações no pós-operatório
precoce e tardio.
MÉTODO
Trata-se de um estudo retrospectivo realizado por meio da análise de prontuários de
pacientes submetidas a mamoplastia de aumento primária com implantes de silicone
durante o período compreendido entre janeiro de 2018 e dezembro de 2020. Foram
pesquisadas todas as pacientes registradas no centro cirúrgico com o procedimento
denominado “Mamoplastia de aumento” cadastradas pela Cirurgia Plástica no centro
cirúrgico do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP,
São
Paulo, Brasil) durante o período mencionado. Os cirurgiões residentes são assistidos
por chefes preceptores da Cirurgia Plástica.
Os critérios de inclusão foram pacientes submetidas a mamoplastia de aumento primária
durante o período estudado, sendo excluídas pacientes submetidas a mastopexia
com
implantes, mamoplastia de aumento secundária, cirurgias concomitantes no mesmo
tempo
cirúrgico e pacientes que apresentaram dados incompletos no prontuário para o
estudo
adequado dos dados.
O padrão do serviço é operar pacientes que estejam no peso adequado
(preferencialmente IMC<25 kg/m2). Além disso, não são operados pacientes em
vigência de tabagismo, sendo orientado sua suspensão ao menos 12 semanas antes
e 12
semanas após o procedimento. Em pacientes submetidas a mamoplastia de aumento
primária, o padrão é não realizar a colocação de drenos no pós-operatório. Todos
os
implantes colocados foram usados da mesma marca comercial. Não apresentamos
conflitos de interesse pela marca empregada no serviço nem recebemos apoio
financeiro ou científico da mesma.
As variáveis quantitativas estudadas foram idade, tempo de internação, tempo da
cirurgia, volume do implante mamário. Já as variáveis qualitativas foram tipo
de
pele de Fitzpatrick, presença de comorbidades, uso de medicamentos contínuos,
tipo
de acesso para colocação do implante mamário, localização do implante (subfascial,
subglandular ou retromuscular), tipo de acesso (periareolar ou inframamário),
superfície da prótese utilizada (lisa, texturizada ou de poliuretano), presença
de
complicações no pósoperatório precoce e tardio.
As pacientes do presente estudo foram seguidas por um período mínimo de 18 meses,
sendo o primeiro retorno realizado três dias de pós-operatório, o segundo em uma
semana, o terceiro em 1 mês e após com 3, 6 e 12 meses de cirurgia tradicionalmente.
As pacientes que apresentaram complicações tiveram seguimento com intervalos de
tempo mais curtos, respeitando-se a necessidade de cada condição. Foram consideradas
complicações pós-operatórias precoces as que ocorreram até 30 dias pós-operatório
e
tardias as que ocorreram após esse período.
Das pacientes incluídas, foram revisados os prontuários e inseridos os dados
estudados em formulários do Google Docs. A partir da planilha do Excel gerada,
foram
realizadas as análises estatísticas utilizando-se o programa SPSS 20.0. Quanto
à
análise estatística, as variáveis foram estudadas e apresentadas em seus valores
médios e desvio padrão ou frequências. Para estudo da normalidade das variáveis
quantitativas, foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov e como elas apresentaram
distribuição normal, foi aplicado o teste t de Student para amostras independentes.
Para as variáveis qualitativas para estudo da associação entre as mesmas, foi
utilizado o teste de Quiquadrado ou Exato de Fisher. Para o estudo da correlação
entre as variáveis, foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson. Os valores
de p<0,05 foram considerados estatisticamente
significativos.
RESULTADOS
No período estudado, 76 pacientes foram submetidas a mamoplastia de aumento primária.
Apenas 20% dessas cirurgias foram realizadas entre março e dezembro de 2020, período
compreendido durante a pandemia em decorrência da COVID-19. A idade média das
pacientes foi de 30,3 anos, com desvio padrão de 8,1 anos. O IMC médio dos pacientes
foi de 22,2kg/m2. A maioria das pacientes não apresentava nenhuma comorbidade
(82,14%), sendo que, das pacientes que apresentavam comorbidades, a mais comum
foi a
presença de hipotireoidismo (5,36%), seguida de ansiedade (2,68%).
Das 76 pacientes submetidas a mamoplastia de aumento primária, o tempo médio de
cirurgia foi de 80 minutos e todas as pacientes receberam alta no primeiro dia
pósoperatório. A presença de complicações pós-operatórias precoces ocorreu em
5
pacientes (6,57%), sendo que em todos os casos a complicação encontrada foi a
deiscência de ferida operatória. As complicações pós-operatórias tardias ocorreram
em 4 pacientes (5,26%), sendo dois casos de assimetria, um caso de cicatriz
hipertrófica e um caso de contratura capsular grau I.
Todas as pacientes receberam implantes mamários redondos, com exceção de uma
paciente, na qual foi colocado formato anatômico, por preferência da mesma. O
volume
médio dos implantes foi de 332,5 gramas na mama direita e 335 gramas na mama
esquerda. Apenas duas pacientes foram submetidas a colocação de volumes mamários
diferentes entre uma mama e outra, ambas com assimetria mamária importante, sendo
na
primeira uma diferença de 50 gramas entre ambas as mamas e na segunda uma diferença
de 45 gramas. Ambas apresentaram melhora na assimetria mamária do
pós-operatório.
Observou-se que a presença de comorbidades aumentou a incidência de complicações
pós-operatórias precoces, sendo que, das pacientes que não apresentaram
comorbidades, somente 8,7% tiveram complicações precoces, e das que apresentaram
pelo menos alguma comorbidade, 40,0% tiveram complicações precoces
(p<0,001), conforme evidenciado na Tabela 1. Não houve relação entre a presença de comorbidades e a
incidência de complicações pós-operatórias tardias (Tabela 2). Dos que não apresentaram comorbidades, 12,0% tiveram
complicações tardias e dos que tiveram 10,0% apresentaram complicações
pós-operatórias tardias.
Tabela 1 - Relação entre a presença de comorbidades e a incidência de complicações
pós-operatórias precoces (p<0,001).
|
Complicações precoces |
|
Comorbidade |
Não |
Sim |
Total |
Não (%) |
91,3% |
8,7% |
100% |
Sim
(%)
|
60% |
40% |
100% |
Tabela 1 - Relação entre a presença de comorbidades e a incidência de complicações
pós-operatórias precoces (p<0,001).
Tabela 2 - Relação entre a presença de comorbidades e a incidência de complicações
pós-operatórias tardias (p=0,80).
|
Complicações tardias |
|
Comorbidade |
Não |
Sim |
Total |
Não (%) |
88,0% |
12,0% |
100% |
Sim
(%)
|
90,0% |
10,0% |
100% |
Tabela 2 - Relação entre a presença de comorbidades e a incidência de complicações
pós-operatórias tardias (p=0,80).
Considerando-se as complicações de forma geral, dos que não tiveram comorbidades,
19,6% apresentaram complicações; dos que tiveram, 50,0%, mostrando uma porcentagem
bem maior para quem teve comorbidades. Foi observada maior incidência de
complicações pós-operatórias em pacientes que tiveram maior tempo cirúrgico
(p=0,005). Não houve relação entre o tipo de superfície da
prótese e a incidência de complicações (p=0,06). Também não houve
relação entre a via de acesso para a colocação da prótese e a incidência de
complicações pós-operatórias (p=0,12). O tipo de colocação da
prótese também não apresentou influência na incidência de complicações
pós-operatórias (p=0,84). Não houve relação entre o tempo cirúrgico
e a incidência de complicações (p=0,03). Não foi verificada
associação entre o tamanho da base mamária e o volume do implante escolhido
(p=0,43), conforme evidencia o Gráfico 1 abaixo.
Gráfico 1 - Relação entre a base mamária (em cm no eixo horizontal) e o volume do
implante (em gramas no eixo vertical)
Gráfico 1 - Relação entre a base mamária (em cm no eixo horizontal) e o volume do
implante (em gramas no eixo vertical)
DISCUSSÃO
Em relação ao uso dos implantes mamários de silicone, um estudo brasileiro publicado
em 2019 evidenciou que implantes de silicone redondos são os mais
prevalentes3. Noventa e
oito por cento utilizam implantes preenchidos com 100% de silicone. De acordo
com a
superfície de cobertura do implante: mais da metade dos cirurgiões (52,51%) preferiu
implantes microtexturados no plano submuscular e 45,36% quando colocados no plano
subfascial, seguidos por macrotextura em 25,64% dos casos3.
No presente estudo, todas as pacientes receberam implantes mamários redondos, com
exceção de uma paciente, na qual foi colocado formato anatômico, por preferência
da
mesma. Em todos os casos foram usados implantes texturizados, tendo em vista que
apresentam menor taxa de contratura capsular em comparação com os implantes lisos
e
a preferência do serviço é uso de implantes de poliuretano em caso de pacientes
submetidas a cirurgia plástica pós-bariátrica.
No que tange à via de acesso e à loja para colocação dos implantes, foi observado
que
a incisão inframamária foi apontada como a favorita pela grande maioria dos
cirurgiões brasileiros (89,66%) e a loja subglandular (54,78%) foi a abordagem
mais
usual para a colocação de implantes3.
No atual estudo, a via inframamária foi usada em todos os casos e as lojas
subglandular e subfascial empregadas em 88,15% das pacientes, sendo maior
possivelmente pela rotina do nosso serviço em colocação dos implantes no plano
subfascial, com exceção das pacientes que apresentam indicação formal para colocação
do implante no plano submuscular. Em nossa instituição, também não é realizada
a
colocação de implantes axilares e umbilicais, pela ausência de materiais necessários
para esse procedimento e ausência de equipe treinada. Ainda não há consenso quanto
à
melhor via de acesso e plano do implante mamário, e, no momento, os melhores
resultados ainda são baseados numa rotina sistematizada, dissecção cirúrgica precisa
e contaminação mínima7.
Em relação ao volume do implante, em estudo brasileiro foi evidenciado que as
próteses utilizadas variaram de 220g até 460g, conforme a necessidade avaliada
pelo
médico e a preferência de cada paciente. As mais escolhidas estão entre 295g e
325g,
com média de 315,5g8. Tendo em
vista que o presente estudo também foi realizado no Brasil e apresenta perfil
de
pacientes semelhantes, foi observado um volume médio dos implantes de 332,5g na
mama
direita e 335g na mama esquerda.
Sabe-se que a principal complicação de mastoplastia de aumento é a contratura
capsular, sendo que quase metade dos casos ocorrem nos primeiros dois anos9. As taxas de contratura capsular
(escala de Baker graus III e IV) em 10 anos de acompanhamento foram de 9,2% para
aumento e 14,5% para reconstrução mamária9. A taxa de ruptura confirmada foi de 9,4%, sem qualquer
relato de migração do gel de silicone extracapsular9. Em nosso estudo foi observado um caso de contratura
capsular grau I durante o tempo mínimo de acompanhamento de 18 meses.
As complicações pós-operatórias precoces da mamoplastia de aumento incluem hematoma,
seroma, infecção, mau posicionamento do implante e dor9. Já as complicações pós-operatórias tardias são
infecção, seroma, contratura capsular, animação do implante (excessiva, incomum,
doloroso) ou distorções, visibilidade do implante, mau posicionamento (descida,
bolha dupla, deformidade em cascata, etc.), ondulação do implante, enrugamento
e
palpabilidade, ruptura do implante, simastia, cicatrização deficiente ou hipertrofia
da cicatriz9. Uma opção como
tentativa de reduzir as intercorrências, como a temida deiscência de ferida
operatória e ptose mamária precoce, seria a tática de fechamento de retalho fascial
em sulco inframamário10.
Em estudo brasileiro publicado em 2021, foi observada taxa de seroma tardio de
0,429%8. A presença de
seroma tardio sempre deve chamar atenção pela possibilidade de diagnóstico de
BIA-ALCL. No presente estudo, não foi observado nenhum caso de seroma precoce
ou
tardio, possivelmente pelo menor tamanho da amostra.
O estudo principal da 410 Allergan concluiu que a complicação mais comumente relatada
em cirurgia de implante mamário é a contratura capsular9, e o risco dessa complicação vem aumentando ao longo
do tempo, com taxas de contratura capsular (escala de Baker graus III e IV) em
10
anos de acompanhamento de 9,2% para mamoplastia de aumento, e 14,5% para
reconstrução mamária9.
De acordo com outras fontes, essa complicação ocorre em 2,4-14% das pacientes em
aumento estético de mama, dependendo de múltiplos fatores11. Quase metade das contraturas capsulares ocorre
nos primeiros 2 anos de implantação e 80% nos primeiros 5 anos11, com uma taxa de reoperação
relacionada a complicações de até 15% dentro do primeiro ano.
Em nosso estudo, foi observada a presença de contratura capsular em duas pacientes
(2,63%), taxa inferior à encontrada nos demais artigos, uma vez que as pacientes
foram seguidas por um período de tempo menor e possivelmente outras pacientes
desenvolverão essa complicação ao longo do tempo, com taxas semelhantes às
encontradas na literatura se acompanhadas por pelo menos 10 anos após a colocação
dos implantes.
Foi também observado que o tabagismo é um importante fator de risco para a contratura
capsular e, portanto, contraindicação à cirurgia2, sendo um dos motivos pelos quais não foram realizadas
cirurgias em pacientes tabagistas. Atualmente, o tratamento para contratura capsular
após colocação de implante subglandular é melhor realizado com a capsulectomia
e
conversão ao plano subpeitoral.
Dados na literatura a respeito da frequência de recorrência de contratura capsular
são escassos, embora possa ser quase esperado em pacientes com cápsulas
bilaterais2. A decisão de
obter, manter ou remover implantes mamários é a escolha do paciente. Alguns
pacientes necessitam de reintervenção por contratura capsular ou ruptura do
implante, nesse caso a reoperação é imperativa12. No entanto, em um número cada vez maior de pessoas, a
decisão de remover o implante é baseada nos desejos do paciente12. No caso das duas pacientes que
apresentaram contratura capsular no presente estudo nos graus iniciais de Baker
(I e
II) por esse motivo optou-se por manter conduta expectante.
Em relação aos fatores relacionados com a tentativa de minimizar a presença de
contratura capsular, o uso de protetores de mamilo, irrigação de bolso com uma
solução antibiótica, a técnica “no-touch” e outras medidas de
prevenção de infecção podem limitar a taxa de contratura13.
No que tange ao IMC pré-operatório e à incidência de complicações, observou-se que
um
estudo recente com 2.565 pacientes comparando IMC acima/abaixo de 21 não encontrou
diferença na incidência de contratura capsular após mamoplastia de aumento
primária11. Outros estudos
não relataram qualquer impacto do IMC na taxa de complicações11. Já no presente estudo foi
observado que, dos pacientes sem obesidade ou outras comorbidades, somente 8,7%
tiveram complicações pós-operatórias precoces, e daqueles com alguma comorbidade
40,0% tiveram complicações pós-operatórias precoces. Em relação às complicações
pós-operatórias tardias, essa associação não foi verdadeira
(p=0,8).
Um estudo realizado em 906 pacientes (dos quais 103 fumantes) que fizeram aumento
estético dos seios mostrou uma incidência significativamente maior de seroma quando
o paciente era fumante11. No
presente estudo não foi possível efetuar essa correlação, uma vez que pacientes
com
histórico de tabagismo ativo não foram incluídos2. O tempo cirúrgico também deve ser considerado no
planejamento, uma vez que foi diretamente proporcional à incidência de complicações
pós-operatórias no presente estudo.
Outro fator associado como risco potencial de fator de contratura capsular é a
localização da incisão que dá acesso à bolsa mamária. De acordo com um estudo
retrospectivo em 183 pacientes de Jacobson et al.14, a cirurgia transaxilar resulta significativamente
no maior número de casos de contratura capsular (6,4%) seguido de periareolar
(2,4%)
e por último abordagem inframamária (0,5%). Em nosso estudo, todos os implantes
mamários foram colocados por via inframamária, pois é o acesso mais comumente
realizado em nosso serviço, sendo que, durante o acompanhamento das pacientes
submetidas a mamoplastia de aumento, duas apresentaram contratura capsular e ambas
foram submetidas à colocação de implantes via inframamária. Tendo em vista que
em
ambas a contratura capsular estava nos graus I e II de Baker, optou-se por manter
conduta expectante.
CONCLUSÃO
A presença de comorbidades e o tempo cirúrgico prolongado influenciam diretamente
na
incidência de complicações pós-operatórias da mastoplastia de aumento. Deve ser
realizada uma compensação adequada das pacientes no pré-operatório e uma organização
metódica do tempo no intraoperatório a fim de melhorar o desfecho das pacientes
a
longo prazo.
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1. Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP,
Brasil
Autor correspondente: Oona Tomiê Daronch Rua Prof.
Dr. Mauro Rodrigues de Oliveira S/N, Botucatu, SP, Brasil, CEP: 18618-688,
E-mail: oona.daronch@yahoo.com.br
Artigo submetido: 28/08/2022.
Artigo aceito: 13/06/2023.
Conflitos de interesse: não há.