INTRODUÇÃO
Queloides e cicatrizes hipertróficas são formados a partir da proliferação excessiva
do colágeno nas lesões, as quais podem ser causadas por acidentes, picada de
insetos, queimaduras, vacinações, uso de adornos perfurantes, acne e infecções,
com
um recrutamento exagerado de fibroblastos e deposição excessiva de matriz
extracelular1. Tais lesões
predominam no sexo feminino, já que o estrogênio está associado a quadros mais
graves, e tendem a se localizar em articulações e dobras corporais, por conta
da
constante distensão desses locais durante os movimentos corporais diários2.
Quanto à sua epidemiologia, pode-se afirmar que a essas lesões são mais frequentes
em
tons de pele mais escuros. Hochman et al.3 indicaram o fototipo III de Fitzpatrick como o mais
frequente entre os pacientes com cicatrizes fibroproliferativas. Além disso, em
pessoas de idade maior ou igual a 25 anos, sendo que a maioria das lesões apresentam
origem traumática4. Sabe-se,
também, que caucasianos são menos suscetíveis a desenvolverem queloides e cicatrizes
hipertróficas, quando comparados a afro-americanos, sugerindo que mecanismos
genéticos possam estar envolvidos na patogênese dessas lesões5,6.
Embora saiba-se que ambas constituem resposta fibroproliferativa anormal ao processo
de cicatrização, é possível destacar algumas diferenças entre elas. O queloide
invade além das bordas originais da ferida e não regride após sua formação. A
cicatriz hipertrófica, por sua vez, respeita os limites prévios da lesão, forma-se
e
regride em um tempo mais curto e está associada à posterior contratura da
ferida7,8.
O processo de formação das cicatrizes patológicas não é totalmente compreendido,
sendo que alguns estudos sugerem a participação de células como fibroblastos,
miofibroblastos, mastócitos e outras citocinas como o fator de necrose tumoral
α e o
TGF-β29,10. O crescimento anormal dessas cicatrizes é
potencializado pela inflamação crônica na derme reticular, sendo que, geralmente,
a
cicatriz hipertrófica apresenta perda dessa inflamação dérmica, e o queloide cursa
com inflamação duradoura11. Tal
inflamação se comporta como um fator desencadeante de uma cascata de interleucinas
que estão profundamente envolvidas no mecanismo de desenvolvimento dessas feridas,
as quais podem ser alvo de tratamentos específicos12.
Dessa forma, as bases do tratamento estão apoiadas na patogênese da cicatriz
hipertrófica e do queloide, podendo ser utilizadas diversas formas de abordagem,
como por exemplo cirurgia, crioterapia, radioterapia, injeção intralesional (podendo
ser feita com corticoide, 5-fluorouracil e verapamil) e laserterapia13. Há, ainda, uma subdivisão em
terapias não invasivas, como a utilização de roupas de pressão, fisioterapia,
uso de
placa de silicone e extrato de cebola14.
As diferentes abordagens podem ser indicadas de acordo com alguns critérios, como
o
tempo de cicatrização da ferida, déficit funcional, tamanho, presença e quantidade
de tecido adjacente e presença de músculo ou fáscia vascularizada abaixo do
tecido15. O tratamento
dessas lesões, além da questão estética, pode gerar melhora da qualidade de vida
do
paciente, visto que tais cicatrizes estão associadas a dor, hiperestesia e prurido,
sobretudo quando se trata de queloides16.
OBJETIVO
Nesse cenário, objetivou-se realizar uma revisão descritiva da literatura buscando
as
evidências dos últimos cinco anos no tratamento de queloides e cicatrizes
hipertróficas analisando de forma criteriosa os dados encontrados nas diferentes
bases de dados acerca da abordagem destas patologias.
MÉTODO
Trata-se de uma revisão de literatura, descritiva, a partir da busca de estudos
acessíveis, fazendo uso do guideline PRISMA17, adotando-se a seguinte
estratégia:
1) Elaboração de uma questão de pesquisa orientadora da estratégia de busca; 2)
Variedade de fontes para a localização dos estudos; 3) Definição de critérios
de
inclusão e exclusão e 4) Avaliação da qualidade metodológica dos artigos
incluídos.
O levantamento dos artigos foi realizado em fevereiro de 2022, utilizando as bases
de
dados: PubMed (US National Library of Medicine/ National Institute of
Health), LILACS (Centro Latino-Americano e do Caribe de informações em
Ciências da Saúde), Cochrane Library, SCOPUS, Web of Science e Grey Literature,
publicados entre os anos de 2018 e 2022. Utilizou-se da estratégica PICO, que
representa um acrônimo para Paciente, Intervenção, Comparação e
“Outcomes” (desfecho), e foi elaborada a seguinte questão
orientadora: “Quais as evidências de tratamento para queloides e cicatrizes
hipertróficas?”.
Procedeu-se o cruzamento dos descritores relacionados aos temas investigados após
pesquisa de sinônimos utilizando as ferramentas MeSH (Medical Subject
Headings) e DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), logo, os
descritores foram definidos: (“Cicatrix, Hypertrophic” OR “Cicatrices, Hypertrophic”
OR “Hypertrophic Cicatrices” OR “Hypertrophic Cicatrix” OR “Scars, Hypertrophic”
OR
“Hypertrophic Scar” OR “Hypertrophic Scars” OR “Scar, Hypertrophic” OR “Keloid”
OR
“Keloids”) AND (“Therapeutics” OR “Therapeutic” OR “Therapy” OR “Therapies” OR
“Treatment” OR “Treatments”).
Neste momento da busca foram empregados de forma intencional termos mais amplos, com
vista a identificar uma maior quantidade de produções, evitando que algum estudo
importante fosse excluído no levantamento. Após isso, foram analisados título
e o
resumo, respectivamente, para selecionar estudos que avaliaram a população e a
intervenção de interesse. Foram removidos relatos de caso, série de casos, estudos
transversais e coortes por apresentarem baixo nível de evidência. Além destes,
artigos duplicados também foram excluídos, bem como os estudos que não foram
redigidos em inglês, espanhol ou português.
Por conseguinte, em relação à elegibilidade, realizou-se leitura na íntegra dos
artigos e foram excluídos estudo com alto risco de vieses metodológicos,
utilizando-se a ferramenta Risk Of Bias 2 (RoB 2), uma ferramenta
revisada para avaliar o risco de viés em estudos randomizados (Tabela 1); artigos classificados como revisões
de literatura não entraram nos resultados, porém, foram utilizados na discussão.
Os
desfechos definidos para esta pesquisa foram: eficácia dos tipos de tratamentos
isolados e combinados para queloide e cicatriz hipertrófica.
Tabela 1 - Risco de viés dos estudos.
Autor/Ano |
D1 |
D2 |
D3 |
D4 |
D5 |
Final |
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|
Hietanen et al.,
2019
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+ |
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Baixo Risco |
Hietanen et al., 2020 |
+ |
+ |
+ |
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! |
Algum Risco |
Khalid et al.,
2019
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- |
Alto Risco |
Abedini et al., 2018 |
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Kim et al., 2020 |
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D1 |
Processo de
randomização
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Aggarwal et al., 2018 |
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D2 |
Desvios das intervenções pretendidas |
Neinaa et al.,
2021
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+ |
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D3 |
Dados de resultado
ausentes
|
Hewedy et al., 2022 |
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+ |
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D4 |
Mensuração dos resultados |
Rasaii et al.,
2019
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+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
D5 |
Seleção dos
resultados
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Khalid et al., 2018 |
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+ |
+ |
! |
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Tawfic et al.,
2020
|
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+ |
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Ismail et al., 2021 |
+ |
+ |
+ |
+ |
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Hedayatyanfard et
al., 2018
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+ |
! |
+ |
+ |
+ |
! |
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Babu et al., 2019 |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
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Güngör et al.,
2020
|
+ |
+ |
+ |
! |
+ |
! |
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|
Tabela 1 - Risco de viés dos estudos.
As ferramentas que mostraram os níveis de eficácia dos tratamentos foram a
Vancouver Scar Scale (VSS); Escala Analógica Visual (EAV);
Escala de Avaliação Verbal (VRS) e Patient and Observer Scar Assessment
Scale (POSAS) com avaliação do paciente e do profissional responsável;
em alguns estudos foram feitas análises histopatológicas acerca das alterações
microestruturais pré e pós-tratamento.
RESULTADOS
Tipos de estudo
Foram encontrados 740 artigos nas bases de dados pesquisadas, dos quais 15 foram
selecionados, com interpretação e sintetização destes. Todos os 15 estudos eram
ensaios clínicos randomizados (Figura 1).
Figura 1 - Fluxograma de seleção dos artigos.
Figura 1 - Fluxograma de seleção dos artigos.
Além disso, com relação às modalidades de tratamento dos estudos incluídos na
revisão, encontram-se opções cirúrgicas com adjuvância clínica:
Excisão associada à radioterapia;
Excisão associada a corticoides.
Modalidades injetáveis intralesionais:
Triancinolona Acetonida (TAC);
5-Fluorouracil (5-FU);
Verapamil;
Hialuronidase;
Toxina Botulínica Tipo A (BTX-A);
Plasma Rico em Plaquetas (PRP).
Opções de cobertura da cicatriz:
Gel de extrato de cebola;
Placa de silicone;
Pomada de Losartana;
Terapias com laser ou ondas de choque:
Laser Co2 fracionado;
Laser Nd-Yag;
Extracorporeal ShockWave Therapy (ESWT).
TAC vs. 5-FU
O estudo de Hietanen et al.18
em 50 queloides, tratados em 2 grupos iguais, randomicamente divididos, com
injeções intralesionais em intervalos de 3 semanas, indicou que eficácia do
tratamento não diferiu significativamente entre os grupos tratados com TAC e
5-FU. A remissão do queloide foi definida clinicamente por um cirurgião plástico
experiente como achatamento da lesão até o ponto em que não há mais tratamento
ou injeções indicadas, e a taxa de remissão foi de 46% no grupo 5-FU e 60% no
grupo TAC em 6 meses de seguimento. Além desta análise, em relação ao índice
POSAS houve desfechos positivos em ambas as terapias na avaliação do paciente
e
do cirurgião.
Em outra oportunidade, o mesmo grupo de pesquisadores analisou a resposta
histopatológica deste tratamento19. A diferença biologicamente mais relevante foi nos valores
basais de miofibroblastos: o grupo de resposta apresentou mais miofibroblastos
na linha de base comparado aos não respondedores, mas a diferença não foi
estatisticamente significante. Porém, indicou-se que a perda de miofibroblastos
ocorre no grupo de queloides que responde às terapias de injeção, mas não nos
queloides que não respondem, denotando que a resposta a terapia está de fato
associada com a redução de miofibroblastos nessas lesões.
Além deste, o estudo de Khalid et al.20 comparou os grupos TAC (grupo A=51) com TAC + 5-FU
(grupo B=75) em queloides e cicatrizes hipertróficas, com uma injeção
semanalmente por 8 semanas. Os desfechos foram avaliados em 4, 8 e 12 semanas,
quanto à redução média na altura da cicatriz e recorrência da lesão, tendo como
referência de sucesso a diminuição de 50% da altura da lesão.
Dos 108 pacientes que finalizaram o estudo, ambas as modalidades de tratamento
apresentaram eficácia, porém, a redução média na altura da cicatriz no grupo
B
(5-FU + TAC) foi marcadamente melhor do que a do grupo A (TAC), com menor taxa
de recorrência no acompanhamento de 22 meses. Além disso, individualizando a
análise, em relação a queloides o grupo B apresentou 78% de eficácia no
tratamento, resultado este estatisticamente significante superior ao grupo A;
já
os resultados relacionados à cicatriz hipertrófica não demonstraram diferença
estatisticamente significante entre os dois grupos20.
TAC vs. verapamil
Em 50 pacientes conduzidos pelo estudo de Abedini et al.21, sendo 21 com duas ou mais
lesões (queloides e/ou cicatrizes hipertróficas), tratados com injeções
intralesionais de TAC ou verapamil, com aplicações a cada 3 semanas em até 6
oportunidades, objetivou-se comparar a terapêutica por meio da VSS
(Vancouver Scar Scale), uma análise clínica em relação à
vascularização, pigmentação e recorrência das lesões por até 1 ano. Houve
diferença significativa entre as terapêuticas, os achados revelaram que o
verapamil não foi eficaz na redução dos parâmetros da VSS (altura, pigmentação,
flexibilidade e vascularização). Em lesões tratadas com TAC, a eficácia da
terapia foi observada em todos os parâmetros da VSS a partir da semana 3, e o
tempo médio de diminuição da altura e parâmetros de flexibilidade foi de 15
semanas, indicando que o verapamil não pode ser considerado alternativa adequada
e eficaz em detrimento da TAC, que tem resposta terapêutica mais rápida com
menos efeitos colaterais.
TAC vs. ESWT
O estudo de Kim et al.22
comparou injeções intralesionais de TAC com Extracorporeal ShockWave
Therapy (ESWT) em 40 pacientes com queloides, os quais foram
alocados em dois grupos. Um grupo recebeu a injeção intralesional isolada de
TAC, e o outro, TAC+ESWT. Após 12 semanas do início do tratamento, foi
evidenciado que os dois grupos apresentaram melhorias aceitáveis na maioria das
dimensões avaliadas. No entanto, tais melhorias foram estatisticamente mais
significativas no segundo grupo, apresentando redução percentual média maior
no
comprimento, largura e altura da lesão, bem como uma melhor pontuação na VSS,
quando comparado ao primeiro (p<0,05). Ademais, na Avaliação
Global do Paciente e do Investigador, foi evidenciado mais escores ≥4, indicando
notas boas ou excelentes, no grupo TAC+ESWT, sem que ocorressem eventos adversos
graves, sugerindo que a ESWT pode ser uma nova forma de tratamento adjuvante
em
queloides.
TAC vs. TAC + hialuronidase vs. verapamil
vs. radiofrequência vs. TAC +
radiofrequência
Neste estudo realizado por Aggarwal et al.23, 80 pacientes com queloides finalizaram o estudo e
foram alocados em cinco grupos terapêuticos, tratados com: 1-TAC isolada;
2-Hialuronidase associada à TAC; 3-Verapamil; 4- Radiofrequência e 5-TAC
combinada à radiofrequência. O resultado do tratamento foi avaliado mediante
a
escala VSS. Nesse cenário, foi evidenciado que o primeiro, o segundo e o quinto
grupo obtiveram resultados similares quanto à remoção das cicatrizes, em que
a
taxa de depuração foi de 75%, 69% e 75%, respectivamente, sendo tratamentos
eficazes para queloides. Logo, o estudo sugere que TAC, TAC com hialuronidase
e
radiofrequência com TAC são igualmente eficazes e que verapamil e
radiofrequência isolados não são bons métodos terapêuticos para queloides.
TAC vs. BTX-A vs. PRP
Outrossim, a pesquisa elaborada por Neinaa et al.24, envolvendo 60 pacientes com queloide,
comparou 3 terapêuticas isoladas de injeção intralesionais: Grupo I: Toxina
Botulínica Tipo A (BTX-A); Grupo II: Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e Grupo III:
TAC. Este ensaio clínico randomizado avaliou tanto as cicatrizes quanto o VSS
e
a VRS antes e após o tratamento, não especificando um período exato. Foi
visualizada uma melhora significativa, bem como menor expressão do gene
pró-fibrótico CTGF por imuno-histoquímica nos grupos I e II, quando comparados
ao III. Não houve diferença significativa entre os grupos I e II. Dessa forma,
o
estudo concluiu que a injeção intralesional de BTX-A e de PRP gerou melhores
desfechos em tratamentos de queloides, quando comparada à injeção com TAC.
TAC vs. TAC + PRP
Em outro estudo25, as
modalidades terapêuticas comparadas foram: TAC isolada ou combinada ao PRP. Foi
realizado um ensaio clínico randomizado com 40 pacientes, que foram
aleatoriamente distribuídos em dois grupos iguais (A e B). Ambos receberam TAC
intralesional 20mg/ml por 4 sessões, com 3 semanas de intervalo. Os pacientes
do
grupo A receberam PRP intralesional adicional, 1 semana após as injeções de TAC.
Após 3 meses de acompanhamento, ambos os grupos apresentaram melhora
significativa nos parâmetros das escalas VSS e VRS. Ainda, o grupo A manifestou
melhora significativa na altura, pigmentação, flexibilidade e do VSS geral,
enquanto o grupo B evoluiu com incidência significativa de atrofia pós-TAC e
hipopigmentação.
TAC vs. TAC + BTX-A
Por sua vez, Rasaii et al.26
compararam injeção intralesional de TAC com a BTX-A, sendo um ensaio clínico
duplo cego randomizado. 23 pacientes com pelo menos 2 queloides foram alocados
em 2 grupos, sendo que os participantes do grupo A receberam somente TAC, e os
do grupo B, TAC associada à BTX-A. Cada queloide foi submetido à terapêutica
designada, a cada quatro semanas, para um total de três sessões, avaliando os
sintomas de dor e prurido, por meio da escala analógica visual, a altura das
cicatrizes mediante paquímetros e pontuando-as na VSS. Ambas as modalidades
geraram diminuição nos escores de altura, vascularização e flexibilidade, sem
diferença significativa entre elas. No entanto, o grupo B obteve reduções
significativas na dor e prurido quando comparado ao A. Dessa forma, a terapia
bimodal indicou maior eficácia no cenário adjuvante.
Excisão cirúrgica + TAC + 5-FU vs. excisão cirúrgica +
radiação
Khalid et al.27 realizaram um
ensaio clínico randomizado com 60 pacientes portadores de queloides de orelha,
os quais foram alocados em 2 grupos aleatoriamente. O grupo A recebeu tratamento
com excisão cirúrgica e injeção intralesional de TAC + 5-FU. O grupo B, por sua
vez, foi tratado com excisão cirúrgica e radioterapia. A eficácia no grupo A
foi
de 73,33%, e de 43,33% no grupo B (p=0,01), mostrando uma
diferença estatística significativa entre as modalidades terapêuticas no
seguimento de 6 meses. Dessa maneira, pôde-se concluir que a excisão associada
a
injeção de TAC + 5-FU é uma modalidade eficaz de tratamento de queloides.
Laser CO2 fracionado vs. laser ND-YAG
vs. ambos
Um estudo28 comparou os lasers
Nd-YAG e de CO2 fracionado entre si, bem como com a terapia combinada
2 modalidades, com bases clínicas, histopatológicas e bioquímicas. Trinta
pacientes com ao menos 3 cicatrizes patológicas (queloides ou cicatrizes
hipertróficas) fizeram parte do estudo, sendo que cada cicatriz de um mesmo
paciente foi designada para diferentes modalidades de tratamento. Os
participantes foram submetidos a 4 sessões, com intervalos entre 4-6 semanas
entre elas, e a avaliação foi realizada mediante a VSS e a Observer Scar
Assessment Scale (POSAS). A histopatologia avaliou
quantitativamente a presença de fibras colágenas e elásticas, e a bioquímica,
os
níveis de fator de transformação de crescimento β I (TGF-β I) e TGF-β III por
meio de estudos de ensaio imunoenzimático. Como desfecho, as cicatrizes
hipertróficas obtiveram melhora mais evidente com CO2 fracionado,
sendo que os queloides não apresentaram diferença significativa entre as
terapêuticas. As fibras de colágeno obtiveram melhora substancial quanto à
aparência e padrão, e os níveis de TGF-β I reduziram consideravelmente, enquanto
os níveis de TGF-β III apresentaram elevação insignificante em todas as
modalidades de tratamento. A combinação terapêutica na mesma sessão não mostrou
benefício adicional substancial, e apresentou perfil maior de efeitos
colaterais.
Toxina botulínica A intralesional (IL BTX-A) vs.
5-FU
Neste estudo29 foi proposta uma
comparação clínica entre toxina botulínica A intralesional (IL BTX-A) e IL
5-fluorouracil (IL 5-FU) no tratamento de queloides em 50 pacientes. 22
pacientes (com 26 queloides) foram tratados com IL BTX-A mensalmente por até
6
meses e outros 22 pacientes (com 27 queloides) foram tratados com IL 5-FU
semanalmente por até 6 semanas; os 6 pacientes restantes, cada um com múltiplos
queloides, foram tratados com IL BTX-A para algumas lesões (8 queloides) e IL
5-FU para suas lesões restantes (8 queloides), o desfecho principal para melhora
clínica foi o achatamento das lesões. Uma resposta terapêutica
significativamente melhor de queloides foi detectada após IL BTX-A do que IL
5-FU (p=0,041). IL BTX-A obteve excelente e bom achatamento das
lesões (58,8% e 20,6%) em comparação com (31,4% e 17,1%) após IL 5-FU. Logo,
IL
BTX-A mostrou ser mais eficaz, especialmente para queloides de tamanho grande,
com menos efeitos colaterais do que IL 5-FU, menos dor, coceira e sem
hiperpigmentação.
Losartana pomada
Hedayatyanfard et al.30
realizaram um estudo cujo objetivo foi examinar os efeitos clínicos da losartana
pomada na redução da cicatriz hipertrófica e de queloides. Foi realizado um
ensaio clínico randomizado, simples-cego, com 37 pacientes, os quais receberam
losartana a 5% ou placebo, para o tratamento de queloides e cicatrizes
hipertróficas. Desses, 30 pacientes completaram o estudo, sendo que 20 receberam
losartana e 10 placebo, sendo avaliados por 6 meses de acordo com a VSS quanto
aos critérios vascularidade, flexibilidade, pigmentação e altura; bem como dor
e
prurido nos tecidos cicatriciais. Tanto na cicatriz hipertrófica quanto no
queloide, os escores VSS foram significativamente reduzidos no tratamento
estipulado (p<0,01), assim como foi observado alívio da dor
e prurido. Não foi observada recidiva das cicatrizes em 6 meses após o uso da
losartana.
Luz intensa pulsátil (LIP) vs. folha de gel de
silicone
Num ensaio clínico31
participaram 28 pacientes com 65 cicatrizes hipertróficas. Cada cicatriz foi
dividida em 2 partes iguais. Metade da cicatriz foi tratada com 4 sessões de
29J/cm2 de LIP em 3 intervalos semanais. Uma folha de gel de
silicone (SGS) foi aplicada sobre a outra metade e trocada em intervalos de 3
semanas. A escala de cicatrizes de Vancouver foi usada para graduar ambas as
metades da cicatriz antes do tratamento, em cada visita e 3 semanas após o
término do tratamento. Os resultados mostraram que cicatrizes tratadas com LIP
apresentaram redução significativa na flexibilidade (p=0,002) e
hiperpigmentação (p=0,0001) em relação às cicatrizes tratadas
com SGS. Embora a redução percentual na altura da cicatriz tenha sido maior no
grupo IPL (15,4% em comparação a 4,6% no grupo SGS), o resultado não foi
estatisticamente significativo (p<0,065).
Extrato de cebola
Um estudo de 202032 buscou
avaliar a eficácia do extrato de cebola Allium cepa L,
alantoína e heparina associados em um gel tópico, na redução de cicatrizes após
a segunda cesariana em 120 mulheres que apresentaram cicatriz hipertrófica
depois da primeira cesariana. Os grupos utilizando gel e o grupo controle foram
divididos em números iguais, com aplicação de gel cicatrizante tópico no
pós-operatório por um período de 6 meses, e o desfecho foi avaliado de acordo
com a VSS. Deste modo, reduções significativas foram observadas nos subgrupos
de
vascularização, pigmentação e altura do VSS para aqueles no grupo que continuou
o tratamento por 24 semanas.
DISCUSSÃO
O processo de desenvolvimento da cicatriz é complexo e requer compreensão dos
mecanismos moleculares que causam seu desenvolvimento e recorrências. As terapias
multimodais apresentaram melhores resultados estéticos e funcionais quando
corretamente indicadas.
Pode-se afirmar que a decisão pelas terapêuticas empregadas na tentativa de melhorar
estética e funcionalmente as cicatrizes patológicas deve ser individualizada,
considerando as peculiaridades de cada caso. Para facilitar a tomada de decisão,
há
a tentativa de criar algoritmos, como o APAS, que sistematizam as escolhas pelos
diferentes métodos terapêuticos, combinando-os quando for necessário. Este divide
o
tratamento em primeira avaliação; suavização das cicatrizes; abordagem com
tecnologias e injeções; e tratar a pigmentação e qualidade da pele33,34.
No presente estudo, a terapêutica clínica mais abordada foi a injeção intralesional,
sendo realizada com TAC ou 5-FU de maneira isolada ou combinada com outras medidas.
No geral, as terapêuticas combinadas obtiveram resultados mais significativos
em
relação aos aspectos estéticos e sintomáticos, quando comparadas a medidas isoladas,
o que está em consonância com o estudo de uma grande revisão de literatura de
202135.
Em relação às terapias cirúrgicas de excisão da cicatriz patológica, há vários
estudos prévios que indicam que a excisão isolada não gera bons resultados, com
uma
taxa de recorrência superior a 50%36. Por este motivo, nesta revisão os estudos que combinaram a
excisão cirúrgica com terapias clínicas de injeção intralesional demonstraram
resultados positivos, que reiteram as metanálises sobre o tema. Em outra metanálise
que examinou o uso de TAC após a excisão de queloides da orelha, a taxa de
recorrência foi de 15,4% (IC 95%, 9,4 a 24,1%; p<0,001),
provando ter eficácia semelhante à radioterapia após a excisão37,38.
Em se tratando da terapêutica mediada pelo laser de CO2 fracionado,
pode-se evidenciar nesse estudo que esta foi superior a outras modalidades de
lasers. Correlacionando com a literatura, sabe-se que este laser está associado
à
melhora dos sinais e sintomas clínicos das cicatrizes patológicas, como cor,
espessura e prurido das lesões. Também atua na fisiopatogenia dessas lesões,
interferindo na orientação das fibras colágenas, promovendo resultados na
flexibilidade e altura das cicatrizes39. Ainda, a terapia utilizando laser foi associada a menores
efeitos colaterais e a melhores desfechos estéticos, caso associada à triancinolona
intralesional40.
Algumas limitações devem ser consideradas. Podemos observar diferentes escalas de
avaliação do desfecho: análises clínicas; topográficas; opinião do paciente e
do
médico responsável, entre outras. Logo, os estudos avaliam os resultados de forma
heterogênea. Por conseguinte, de acordo com as metodologias analisadas, há
diferentes métodos de follow-up nos estudos, considerando a
contagem do desfecho com temporalidade distinta. Além disso, a metanálise não
pôde
ser conduzida devido à heterogeneidade entre os estudos para atender a todos os
critérios de interesse. É válido ressaltar que mais pesquisas são necessárias
para
identificar mecanismos bioquímicos, histológicos e genéticos adicionais que
impulsionam o desenvolvimento e recorrência do queloide e da cicatriz
hipertrófica.
CONCLUSÃO
O manejo do queloide e da cicatriz hipertrófica continua sendo abordado de forma
multimodal, sem que haja um padrão-ouro de tratamento que forneça diminuição
sintomática, estética, e com taxas de recorrência consistentemente baixas. No
entanto, hoje, os tratamentos combinados, tanto clínicos quanto cirúrgicos, como
injeções intralesionais de 5-fluorouracil ou triancinolona, radioterapia e excisão
da lesão, apresentam uma maior eficácia em detrimento das terapias isoladas.
Portanto, são necessários maiores estudos neste campo, de forma a padronizar o
tratamento dessas lesões, visando melhores desfechos para os pacientes.
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Plástica, Belém, Pará, Brasil
Autor correspondente: Vinicius Fialho Teixeira Tv.
Perebebuí, 2623, Marco, Belém, PA, Brasil., CEP: 66087-662, E-mail:
viniciusfialhoteixeira@gmail.com
Artigo submetido: 06/08/2022.
Artigo aceito: 16/11/2022.
Conflitos de interesse: não há.