INTRODUÇÃO
Em 2020 se inicia a quinta década de enfrentamento da epidemia causada pelo Vírus
da Imunodeficiência Humana (HIV) no mundo, com o Brasil como um dos países mais bem
organizados, com sua política de acesso à saúde universal e integral como destaque,
com redução da letalidade e aumento da sobrevida1,2,3.
Em 1985, o Ministério da Saúde iniciou a estruturação para o combate direto a doença,
com a criação do Programa de Controle de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA
ou AIDS)4. Em 1991, a zidovudina (AZT) foi incorporada aos medicamentos do Sistema Único de
Saúde (SUS), e no ano de 1996 a terapia antirretroviral é introduzida e distribuída
de forma universal e gratuita aos portadores de HIV5.
Com o advento e incorporação deste arsenal terapêutico, houve aumento da sobrevida
dos pacientes, porém, não isento de efeitos colaterais e complicações, como doenças
cardio e cerebrovasculares, resistência insulínica e lipodistrofia6,7.
Primeiramente relacionada à classe dos inibidores de protease, a lipodistrofia pode
estar associada a diferentes antirretrovirais e a outros fatores, como estado inflamatório
próprio da infecção, ao fenômeno associado a reconstituição imunológica, e aspectos
do hospedeiro, como idade e sexo8,9.
A prevalência desta complicação é variada na literatura, entre 6 e 80%10,11, e apresenta diferentes manifestações, como lipoatrofia de face, glúteos e membros,
e acúmulo de gordura em região abdominal e cervical12,13.
A lipodistrofia, além de apresentar consequências estéticas, também envolve aspectos
psicossociais, pois é estigmatizante e afeta a qualidade de vida dos pacientes, podendo
levar à interrupção e descontinuidade terapêutica em alguns casos12,14.
Em 2004, o Ministério da Saúde lançou uma portaria para oferecer acesso à Cirurgia
Plástica a estes pacientes, com a finalidade de oferecer o tratamento gratuito da
lipodistrofia relacionada ao HIV Houve a inclusão no SUS de procedimentos cirúrgicos,
como lipoaspiração, inclusão de implantes glúteos, mamoplastia redutora e ancilares,
como aplicação de polimetilmetacrilato (PMMA)15.
Os critérios de inclusão foram descritos em portaria do ano seguinte, 2005. Diagnóstico
de HIV/AIDS e uso de antirretroviral, por pelo menos 12 meses; pacientes que não responderam
a troca ou não podem ser submetidos a troca de antirretrovirais; estáveis clinicamente;
CD4 maior que 200; carga viral (CV) menor que 10.000 cópias foram incluídos15.
Em nosso serviço, Departamento de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina de Botucatu
(FMB) - Universidade Estadual Paulista (UNESP), somos credenciados a este tipo de
atendimento, respeitando todas as normativas e portarias vigentes.
OBJETIVO
Avaliar a epidemiologia dos pacientes atendidos no Ambulatório de Lipodistrofia relacionada
ao HIV do Hospital das Clínicas (HC) da FMB, bem como o os tratamentos mais realizados.
MÉTODO
O estudo foi realizado de maneira retrospectiva, com análise de portuário dos pacientes
atendidos no Ambulatório de Lipodistrofia, entre junho de 2012 e dezembro de 2019,
no HC da UNESP em Botucatu, São Paulo, Brasil.
Os dados foram coletados em tabela de Excel e analisados de forma descritiva.
Todos os pacientes submetidos a procedimentos invasivos estavam dentro dos critérios
estabelecidos pelo Ministério da Saúde15 e da equipe de Cirurgia Plástica do HC UNESP limite de Índice de Massa Corporal (IMC)
menor ou igual a 25 Kg/m².
Pacientes que não retornaram 12 meses após a última consulta foram considerados com
perda de seguimento.
Todos os procedimentos realizados neste estudo foram de acordo com a declaração de
Helsinque de 1964 e suas alterações posteriores. O Comitê de Ética local aprovou este
estudo (número do protocolo: 38919020.6.0000.5411).
RESULTADOS
Durante o período analisado, 172 pacientes receberam atendimento. Destes, 19 pacientes
foram eliminados do estudo devido ausência de lipodistrofia relacionada ao HIV, restando
assim 153 indivíduos.
A média de idade foi 45,6 anos (entre 19 e 68 anos). Foram 79 pacientes do sexo masculino
e 74 do sexo feminino.
Os encaminhamentos tiveram origem de 48 cidades, de quatro estados (São Paulo, Paraná,
Mato Grosso do Sul e Ceará).
Pacientes da raça branca totalizaram 116 (74,5%) atendimentos, 18 pardos (10,4%),
10 pretos (5,9%) e nove sem informações (5,2%).
A queixa de lipodistrofia de face foi referida por 81 (52,9%) pacientes, com predominância
deste quadro no sexo masculino, sendo o motivo da busca por atendimento em 74,3% dos
indivíduos neste sexo. Apesar de menor prevalência quando comparada aos homens, 25,8%
das mulheres buscaram atendimento devido a queixas na face, constituindo, assim, a
queixa mais frequente do sexo feminino em nosso ambulatório (Tabela 1).
Tabela 1 - Principais queixas dos pacientes nos atendimentos realizados no ambulatório de Lipodistrofia.
Queixa |
Homens |
Mulheres |
Total |
Lipodistrofia da face |
58 |
23 |
81 |
Lipodistrofia abdominal |
5 |
22 |
27 |
Lipodistrofia de mamas |
0 |
16 |
16 |
Atrofia glútea |
1 |
13 |
14 |
Giba |
4 |
6 |
10 |
Ginecomastia |
9 |
0 |
9 |
Lipodistrofia cervical anterior |
1 |
5 |
6 |
Lipodistrofia de braço |
0 |
2 |
2 |
Lipodistrofia de dorso |
0 |
2 |
2 |
Tabela 1 - Principais queixas dos pacientes nos atendimentos realizados no ambulatório de Lipodistrofia.
No sexo feminino, a lipodistrofia do abdome (24,7%), das mamas (17,9%) e glúteos (24,6%)
apresentou importante frequência.
O procedimento invasivo mais realizado foi o preenchimento facial com PMMA, em 62
pacientes (50 homens e 12 mulheres).
Outros 20 pacientes foram submetidos a procedimentos cirúrgicos, 27 destes realizados
em regime de internação e três em caráter ambulatorial. A inclusão de implantes glúteos
foi o procedimento mais realizado, em seis ocasiões, seguido de lipoaspiração de GIBA,
com quatro procedimentos, e lipoabdominoplastia, com três (Tabela 2). Na fila, aguardando cirurgia, contabilizamos 26 pacientes, porém 11 apresentavam
IMC acima de 25 Kg/m², e seis necessitam de controle de comorbidade, como HCV, HAS,
tabagismo, e dois aguardam exames atuais de CD4 e carga viral. Com isso, temos sete
pacientes prontos para procedimento cirúrgico.
Tabela 2 - Principais procedimentos cirúrgicos realizados.
Procedimentos Cirúrgicos Realizados Sob Anestesia Geral |
Gluteoplastia com inclusão de implantes |
6 |
Lipoaspiração de Giba |
4 |
Lipoaspiração cervical anterior |
3 |
Lipoabdominoplastia |
3 |
Lipoaspiração de abdome |
3 |
Lipoenxertia glútea |
2 |
Facelifting |
1 |
Mastopexia com implantes |
1 |
Mastoplastia de aumento |
1 |
Mastoplastia redutora |
1 |
Lipoaspiração braço |
1 |
Exérese de mama acessória |
1 |
Tabela 2 - Principais procedimentos cirúrgicos realizados.
Quarenta e cinco pacientes perderam seguimento ambulatorial. Destes, 11 necessitavam
de perda ponderal, quatro de melhor controle de patologias de base, dois cumpriam
pena em regime fechado e, quando em liberdade, mudaram de cidade. Os demais 24 não
continham informações.
DISCUSSÃO
Os números apresentados neste artigo são únicos na literatura, pois apresentamos dados
gerais de nossa casuística, assim, incluímos todos os pacientes com queixa de lipodistrofia,
sem selecionar pacientes por áreas anatômicas ou procedimentos realizados16,17,18,19,20,21,22.
Há discreta predominância do sexo masculino. A diferença encontrada em nossa amostra,
relação M:F 1,06, difere dos dados da epidemiologia da AIDS no Brasil, com prevalência
e incidência mais marcante nos homens, em que esta relação está hoje em 2,623. Isto pode ser explicado pelo fato de a mulheres tenderem a desenvolver mais lipodistrofia,
e se queixarem mais a respeito das alterações estéticas causadas pelos antirretrovirais22.
Pacientes da raça branca apresentaram a maior parcela de atendimentos em nosso ambulatório,
74,5%. Apesar de que, a partir de 2014, a prevalência de pacientes HIV positivos em
território nacional ser da raça parda, com mais 40% dos infectados, apenas 10,4% de
nossa casuística era parda e 5,9% negros. Estudos na literatura apontam uma maior
dificuldade de acesso de negros e pardos ao tratamento para HIV, mesmo com a universalidade
e equidade do SUS, o que poderia ser a justificativa da baixa procura por estes grupos.
Os fatores apontados foram razões socioeconômicas, marginalização social, racismo
estruturado e dificuldade de entendimento e compreensão da doença e terapêutica24,25,26.
O atendimento a pacientes de diferentes estados indica a dificuldade de acesso a este
tipo específico de cuidado. Apesar da qualidade reconhecida do tratamento de HIV realizada
pelo Brasil, ainda há discrepâncias geográficas quanto à localização e ao acesso a
serviços de saúde especializados nesta doença, com pacientes necessitando de longas
viagens. Esta dificuldade de acessibilidade pode ter impacto negativo no cuidado destes
doentes, podendo levar à baixa adesão e à descontinuidade27.
O principal motivo de procura ao nosso Ambulatório de Lipodistrofia foi atrofia facial,
em homens em sua maioria. Estes dados são semelhantes ao da literatura, na qual o
sexo masculino também era predominante nesta queixa. O tratamento foi realizado em
76,5% deles com preenchimento facial utilizando polimetilmetacrilato, substância inabsorvível,
aprovada pelo SUS, que traz resultados satisfatórios e seguros para os pacientes28,29,30,31,32.
O procedimento cirúrgico mais realizado foi a gluteoplastia de aumento com implantes
e o segundo em frequência foi a lipoaspiração de Giba. Estes dados contrastam com
a literatura, em que a lipoaspiração de Giba foi o procedimento mais realizado17,19.
Outra informação que merece destaque é a quantidade de pacientes que perderam seguimento,
45 pacientes (29,4%). Não há referência literária quanto a esse dado em ambulatório
de Cirurgia Plástica. Porém, portadores de HIV apresentam conhecida adesão insatisfatória
ao tratamento antirretroviral e o mesmo parece estar acontecendo neste caso33. A maior parcela destes doentes estava com IMC acima do limite estabelecido pela
equipe. Este valor utilizado visa uma maior segurança aos pacientes, já que o risco
cirúrgico e de complicações é maior em indivíduos com IMC elev ado34.
Este artigo apresenta limitações, como o caráter retrospectivo do estudo, a coleta
de dados baseada na análise de prontuários e pela baixa casuística de paciente submetidos
a procedimento cirúrgicos. Porém, com estes dados apresentados podemos analisar a
estrutura de nosso atendimento e buscar a melhoria e a otimização dos recursos disponíveis
nas redes de saúde para o tratamento da lipodistrofia relacionada ao HIV.
CONCLUSÃO
Os dados encontrados mostram uma maior proporção de pacientes do sexo feminino com
queixa de lipodistrofia, quando comparados a dados gerais de pacientes com HIV. A
raça branca foi predominante e principal queixa de lipodistrofia foi a atrofia facial.
O preenchimento facial com PMMA foi o procedimento mais realizado.
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1. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina de Botucatu, Departamento
de Cirurgia e Ortopedia, Divisão de Cirurgia Plástica, Botucatu, São Paulo, Brasil
Autor correspondente: Murilo Sgarbi Secanho Av. Prof. Professor Mário Rubens Guimarães Montenegro, Unesp - Campus de Botucatu,
Botucatu, S P, Brasil. CEP: 18618-687 E-mail: murilo_sgs@hotmail.com
Artigo submetido: 04/12/2021.
Artigo aceito: 13/09/2022.
Conflitos de interesse: não há.