INTRODUÇÃO
As Ligas Acadêmicas de Medicina, conforme definidas pela Associação Brasileira das
Ligas Acadêmicas de Medicina (ABLAM), são organizações estudantis civis e científicas,
de iniciativa estudantil autônoma, com duração indeterminada, sem fins lucrativos,
que reúnem estudantes do curso de graduação em Medicina e professores universitários1-3. Dentre os objetivos primordiais de uma Liga Acadêmica (LA), destacam-se a promoção
do conhecimento e a complementação da formação acadêmica de uma área específica da
Medicina, por meio de atividades baseadas nos pilares do ensino, da pesquisa e da
extensão3.
Nas atividades de ensino, os graduandos têm acesso a aulas teóricas, discussão de
casos clínicos, simpósios, cursos, congressos e atividades práticas, como acompanhamento
supervisionado de serviços hospitalares e ambulatoriais. Dentro do pilar de pesquisa
das LAs, existe a possibilidade de iniciar e implementar projetos científicos e tecnológicos
e questionamentos de outros estudos, o que pode gerar impactos bastante significativos
para os acadêmicos, por estimular o pensamento crítico e o raciocínio científico4. Por sua vez, as atividades de promoção da saúde, relacionadas às práticas de extensão,
englobam campanhas de saúde em colaboração com centros comunitários e organizações
não governamentais5.
No Brasil, em meados da década de 1920, foi criada a primeira LA: a Liga de Combate
à Sífilis, promovida pelo Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, da Faculdade de Medicina
de São Paulo, com o objetivo de intervir médica e socialmente em um problema de saúde
pública da época3. No entanto, a consolidação dessas entidades estudantis ocorreu apenas durante a
ditadura militar, devido ao surgimento de questionamentos sobre o modelo de ensino
universitário e a aplicabilidade dos conteúdos estabelecidos no currículo. Assim,
um espaço maior foi criado para a formação de LAs nas escolas médicas2,3.
A adesão dos estudantes de medicina às LAs é cada vez maior, como demonstrado pelo
panorama atual destas no Brasil, que é de cerca de 3.600 ligas cadastradas à ABLAM,
instituição que promove a normatização e organização desta modalidade de atividade
extracurricular6. Por outro lado, não há conhecimento de muitas LAs que se assemelham ao modelo brasileiro,
em outros países. O conceito internacional de “National Academic League” é uma apresentação
da LA, muito comum em escolas de ensino fundamental e médio nos Estados Unidos, que
se diferencia do modelo brasileiro por ter como objetivo principal o reconhecimento
e a motivação dos acadêmicos participantes de campeonatos escolares de perguntas e
respostas7.
A concepção estrangeira que mais se aproxima de uma LA, especialmente na América do
Norte e Europa, é a de “societies”, definida por um grupo de estudantes que compartilham de um mesmo interesse e visa
promover uma atividade ou crença. Apresentam reconhecimento não somente no âmbito
acadêmico, como também no profissional. As “societies” também se distinguem dos moldes nacionais da LA, uma vez que a diversidade cultural
é um assunto que está constantemente representado e abordado.
Embora existam diferenças entre entidades nacionais e “societies” estrangeiras, observa-se que ambas têm o objetivo comum a integração de estudantes
e docentes, proporcionando conhecimentos mais específicos acerca de certa área na
formação acadêmica, além do desenvolvimento de projetos externos7.
Com o advento das LA no contexto educacional, verifica-se o surgimento de associações
mais amplas, que englobam várias entidades estudantis para a regulamentação e assistência
ao seu funcionamento. A Associação Brasileira das Ligas de Cirurgia Plástica (ABLCP)
é uma associação vinculada à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), considerada
o segmento acadêmico desta, estabelecendo assim a proximidade das Ligas Acadêmicas
de Cirurgia Plástica (LCP) com a SBCP.
Criada em 2013 por 12 acadêmicos de Medicina de diversos estados do Brasil, a ABLCP
teve, e mantém, como intuito a regularização das LCPs de todo o país, em uma relação
direta, auxiliando na realização das atividades estudantis, valorizando os eixos de
ensino, pesquisa e extensão, e promovendo os âmbitos da Cirurgia Plástica Reparadora
e Estética8.
A análise da literatura sobre o tema ainda é incipiente, dada a escassez de publicações
encontradas. São observados apenas alguns trabalhos referentes a Ligas Acadêmicas
de Medicina específicas2,4,9,10, não havendo bibliografia referente às LCPs em âmbito nacional. Assim, justifica-se
o objetivo do presente estudo.
OBJETIVO
O presente trabalho teve como objetivo descrever a atuação das Ligas Acadêmicas de
Cirurgia Plástica vinculadas à Associação Brasileira das Ligas de Cirurgia Plástica
(ABLCP) com o objetivo de compreender suas respectivas atuações.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo transversal, descritivo, multicêntrico de abordagem qualiquantitativa
mediante a aplicação de um questionário on-line às Ligas vinculadas à Associação Brasileira das Ligas de Cirurgia Plástica. O protocolo
de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (número do
processo: 03337212.7.0000.5505), em consoante aos princípios éticos da Declaração
de Helsinki e dos requisitos do Conselho Nacional de Saúde (Resoluções 466/12 e 510/16).
Inicialmente, foi realizada uma revisão de literatura na MEDLINE, Scientific Electronic
Library On-line (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
(LILACS) e Google Scholar dos períodos janeiro de 2011 a abril de 2020 nos idiomas
português, espanhol e inglês. Outras fontes também foram consultadas, como livros.
Os termos descritores empregados foram “Plastic Surgery”, “Education”, “Medical Education”,
“Medical Student” enquanto o termo não descritor empregado foi “Academic League”.
A seguinte estratégia de busca foi elaborada: (“Plastic Surgery” AND “Education” AND
“Academic League”) OR (“Medical Education” AND “Medical Student”).
Os critérios de inclusão contemplados foram artigos científicos publicados na íntegra
e disponíveis nas bases de dados e nos idiomas supracitados, escritos no período entre
janeiro de 2015 a junho de 2020. Quanto à temática, os estudos incluídos abordaram
as LA e sua importância no aprendizado dos estudantes de Medicina, o perfil das LAs
de diversas modalidades médicas, assim como o panorama atual do modelo de ensino da
disciplina de Cirurgia Plástica nas universidades brasileiras.
Por outro lado, não foram incluídos artigos que abordassem atividades de órgãos sem
fins lucrativos não relacionados às LA, discutissem a confecção de outros tipos de
perfis dos estudantes de Medicina sem haver como tema central as LA ou refletissem
sobre quaisquer modelos de ensino em universidades brasileiras que não da disciplina
de Cirurgia Plástica. Foram excluídos os artigos em que, após levantamento dos artigos
completos, verificou-se não apresentar correlação com este estudo.
Os artigos incluídos foram categorizados de acordo com autor correspondente, ano,
país de origem, especialidade, resultados, periódico e fator de impacto de 2018. As
informações referentes ao país de origem e a especialidade referem-se ao autor correspondente.
Caso este não se encontrasse sinalizado no artigo, seria empregado o autor principal
e, na impossibilidade de dados, o autor sênior.
Após leitura dos artigos completos, foi desenvolvido um questionário on-line na plataforma Google Forms com 12 perguntas abertas e sete perguntas de múltipla-escolha,
que representou o instrumento de coleta de dados.
O questionário constituiu-se de 19 perguntas construídas de modo a evitar os vieses
demonstrados no Catálogo de Vieses em Questionários11 e foi aplicado a 78 presidentes atuais das LCPs vinculadas à ABLCP, correspondendo
a 100% de participação das Ligas associadas.
As LA foram avaliadas quanto aos dados referentes ao orientador, como quantidade de
orientadores e vinculação profissional, a associação aos serviços de Cirurgia Plástica,
às ações das LA nos três pilares de Ensino, Pesquisa e Extensão, à periodicidade das
reuniões e às atividades práticas.
Quantos aos locais de atividade das LAs, estes foram classificados da seguinte forma:
inexistente, unidade de tratamento de queimados, centro cirúrgico de pequenas cirurgias
e centro cirúrgico de reconstrução mamária. As coletas de dados foram realizadas entre
janeiro e março de 2020. O questionário confeccionado abordou os aspectos, segundo
a Anexo 1.
RESULTADOS
Após a leitura dos títulos e resumos, foram incluídos seis dos 29 artigos, todos em
português. A categorização é indicada na Tabela 1.
Tabela 1 - Categorização dos artigos quanto ao autor correspondente, ano, país de origem, especialidade,
resultados, periódico e fator de impacto.
Autor correspondente |
Ano |
País de origem |
Especialidade |
Resultados |
Periódico |
Fator de impacto |
Lucas Azevedo Portela2 |
2019 |
Brasil |
Angiologia e cirurgia vascular |
Quanto ao perfil das LA, 42,9% realizaram aulas teóricas mensais e 85,7% das ligas
as realizaram atividades práticas. A maioria das ligas (71,4%) relatara realizar atividades
científicas. O desempenho dos alunos nas provas demonstrou um aumento significativo
dos ligantes.
|
Jornal Vascular Brasileiro |
0,38 |
Julio Wilson Fernandes12 |
2016 |
Brasil |
Cirurgia Plástica |
O programa de Cirurgia Plástica do curso de Medicina da Universidade Positivo em Curitiba
é ministrado na disciplina de Clínica Cirúrgica II, abordando área estética, defeitos
congênitos, trauma, queimados e reparação pós-tumores.
|
Revista Brasileira de Educação Médica |
0,35 |
Diego Inácio Goergen13 |
2017 |
Brasil |
Cirurgia Geral (residência) |
No levantamento dos relatos de experiência (sete de ligas de Medicina, quatro de outras
áreas e quatro de ligas multidisciplinares), há variabilidade entre as ligas acadêmicas,
embora a maior parte faça reuniões periódicas e participem de eventos científicos.
Muitas ligas possuem atividades de Extensão, com atividades na comunidade em diversos
segmentos.
|
Arquivos Catarinenses de Medicina |
- |
Pedro Tadao Hamamoto Filho3 |
2011 |
Brasil |
Clínico Geral |
Os estudantes se motivam pela busca das LA por conta da qualificação profissional
e socialização, entretanto muitas LA preenchem lacunas curriculares. A importância
de avaliá-las reside na detecção de desvios, como subversão da estrutura curricular,
especialização precoce e reforço de vícios acadêmicos.
|
Revista Brasileira de Educação Médica |
0,35 |
Gabriela Yea-Huey Yang14 |
2019 |
Brasil |
Acadêmica de Medicina da Universidade Estadual do Rio de Janeiro |
A Liga de Anatomia Aplicada tem ações que visam aplicar conhecimentos e conferir responsabilidade
de promover ações que tragam mudanças para a própria universidade e para a comunidade
local. A LA promove atividades coletivas e a formação de líderes. A participação na
liga se dá como ligante, gestor ou orientador.
|
Revista Brasileira de Educação Médica |
0,35 |
Luciana Thurler Tedeschi15 |
2018 |
Brasil |
Acadêmica de Medicina da Universidade Federal Fluminense |
Em relação ao grupo de ligantes, aqueles com presença acima de 75% tiveram um incremento
de 22 pontos percentuais em relação ao grupo de não ligantes. Não houve crescimento
com significância estatística para o grupo de ligantes com menos de 75% de presença.
Dessa forma, o crescimento de conhecimento foi significativamente maior no grupo participante
da Liga.
|
Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões |
0,23 |
Tabela 1 - Categorização dos artigos quanto ao autor correspondente, ano, país de origem, especialidade,
resultados, periódico e fator de impacto.
O levantamento dos dados das LCPs das faculdades de Medicina do Brasil resultou em
um total de 78 LCPs e 1873 ligantes, presentes em 58 municípios dispostos em 20 unidades
federativas. Para análise dos dados obtidos, foram divididas entre as respectivas
regiões do país. A região com maior número de ligantes e LAs foi a Região Sudeste
e a de menor representatividade foi a Região Norte, conforme mostrado na Figura 2. Além da representatividade, também é observada a média de membros por LA nas regiões.
A Tabela 2 mostra a distribuição dos LAs e membros em cada estado.
Tabela 2 - Distribuição das Ligas de CP e ligantes no estado de cada região do Brasil.
Região |
Estado |
No de Ligas |
No de membros |
Norte |
Amazonas |
1 |
12 |
Nordeste |
Alagoas |
1 |
11 |
Bahia |
4 |
66 |
Ceará |
3 |
28 |
Maranhão |
1 |
18 |
Paraíba |
1 |
26 |
Pernambuco |
1 |
10 |
Piauí |
2 |
22 |
Sergipe |
1 |
10 |
Centro-Oeste |
Brasília |
3 |
108 |
Goiás |
5 |
108 |
Mato Grosso |
2 |
32 |
Mato Grosso do Sul |
3 |
24 |
Sudeste |
Espírito Santo |
1 |
35 |
Minas Gerais |
10 |
279 |
Rio de Janeiro |
5 |
147 |
São Paulo |
21 |
526 |
Sul |
Paraná |
4 |
121 |
Rio Grande do Sul |
6 |
194 |
Santa Catarina |
3 |
97 |
Total |
20 |
79 |
1873 |
Tabela 2 - Distribuição das Ligas de CP e ligantes no estado de cada região do Brasil.
Figura 2 - Número de Ligas Acadêmicas de Cirurgia Plástica, total de ligantes e a média de ligantes
por LCP, em valores absolutos e relativos.
Figura 2 - Número de Ligas Acadêmicas de Cirurgia Plástica, total de ligantes e a média de ligantes
por LCP, em valores absolutos e relativos.
No que tange à orientação das LCPs quanto ao número de orientadores foi constatado
que a maior parte possuía somente um orientador, as outras 19 (24,35%) possuem mais
que um orientador.
Os orientadores principais foram estratificados entre membro associado à SBCP, membro
titular da SBCP e outros, sem vínculos com a SBCP. A Figura 3 mostra que a todos os orientadores eram vinculados à SBCP. A Figura 4 mostra que 44 LCPs (56,41%) possuem vinculação com serviço em Cirurgia Plástica.
Figura 3 - Frequência absoluta do perfil dos orientadores das LCP.
Figura 3 - Frequência absoluta do perfil dos orientadores das LCP.
Figura 4 - Número de serviços vinculados às Ligas Acadêmicas, em frequência absoluta.
Figura 4 - Número de serviços vinculados às Ligas Acadêmicas, em frequência absoluta.
Ademais, avaliou-se o oferecimento simultaneamente dos três pilares (Ensino, Pesquisa
e Extensão) para os ligantes e foi verificado que 61 (78,20%) LCPs atendem ao critério.
Pode-se observar na Figura 5 a comparação do critério entre as regiões.
Figura 5 - Ligas acadêmicas que oferecem ao acadêmico os três pilares (ensino, pesquisa e extensão)
simultaneamente, em frequência relativa.
Figura 5 - Ligas acadêmicas que oferecem ao acadêmico os três pilares (ensino, pesquisa e extensão)
simultaneamente, em frequência relativa.
Como observado na Figura 6, 77 ligas (98,71%) contemplavam Ensino aos ligantes, sendo que, exceto na Região
Sul, todas as LCPs oferecem Ensino. Observa-se que a maioria estimula e oferece Pesquisa
e, frequentemente oferece Extensão aos acadêmicos.
Figura 6 - Áreas de atuação das LAs - 6.a. Ensino, 6.b. Pesquisa e 6.c. Extensão- em frequência relativa.
Figura 6 - Áreas de atuação das LAs - 6.a. Ensino, 6.b. Pesquisa e 6.c. Extensão- em frequência relativa.
Referente ao ensino promovido, a maioria das LCPs, 59 (75,64%), promovem estágios
e aulas semanais ou mensais, 19 (24,35%) promovem apenas aulas. A média de aulas realizadas
por mês pelas LCPs é de 2,46 aulas por mês, sendo que na Região Norte é uma média
de 2, na Região Nordeste de 2,78, na Região Centro-Oeste de 2,69, na Região Sudeste
de 2,37 e na Região Sul de 2,15 aulas mensais. Todas as LCPs afirmam que possuem atividades
de ensino por meio de aulas, sendo que os temas abordados foram estratificados conforme
a Figura 7.
Figura 7 - Distribuição dos temas abordados em aulas das LCPs, em frequência absoluta e relativa,
estratificados em apenas Cirurgia Plástica estética, apenas Cirurgia Plástica reparadora
e ambos os temas.
Figura 7 - Distribuição dos temas abordados em aulas das LCPs, em frequência absoluta e relativa,
estratificados em apenas Cirurgia Plástica estética, apenas Cirurgia Plástica reparadora
e ambos os temas.
Em relação ao número de locais de atividades práticas das LAs, observa-se a distribuição
em Figura 8, assim como a classificação e distribuição destes na Figura 9.
Figura 8 - Frequência absoluta e relativa do número de locais de atividades das LAs.
Figura 8 - Frequência absoluta e relativa do número de locais de atividades das LAs.
Figura 9 - Locais de atividades das ligas acadêmicas, em frequência absoluta.
Figura 9 - Locais de atividades das ligas acadêmicas, em frequência absoluta.
As atividades desenvolvidas pelos membros foram classificadas quanto às suas funções
como auxiliares ativos das cirurgias, como apenas atividades observacionais e ambas
as formas de atividade. A frequência desta classificação é demonstrada na Figura 10. A participação em outras atividades foi de 17 (21,79%) LCPs em pós-graduação e 43
(55,12%) em monitoria.
Figura 10 - Frequência absoluta e relativa da classificação dos estágios em observacionais, ativos
ou ambos.
Figura 10 - Frequência absoluta e relativa da classificação dos estágios em observacionais, ativos
ou ambos.
O levantamento de dados também permitiu a análise da periodicidade das reuniões entre
os ligantes, qualificando-as de acordo com a Figura 11. A presença do orientador nas reuniões era em 65,38% das LCPs e estes estavam presentes
em todas as reuniões realizadas.
Figura 11 - Periodicidade das reuniões realizadas pelas LCPs, em frequência absoluta e relativa.
Figura 11 - Periodicidade das reuniões realizadas pelas LCPs, em frequência absoluta e relativa.
A Pesquisa foi analisada pela produção científica, apresentações em congressos e publicações
em revistas. Como mostra a Figura 12, apenas 27 (34,61%) LCPs desenvolveram trabalhos científicos, sendo classificadas
quanto a forma de exposição do trabalho.
Figura 12 - LCPs que desenvolveram pesquisa e apresentação em congressos regionais e nacionais,
em frequência absoluta.
Figura 12 - LCPs que desenvolveram pesquisa e apresentação em congressos regionais e nacionais,
em frequência absoluta.
Observa-se a participação em campanhas e/ou ações sociais na Figura 13, sendo divididas pela realização das campanhas promovidas pela ABLCP, Junho Laranja
e Outubro Rosa, e outras atividades como campanha de doação ou com a Polícia Civil.
Figura 13 - LCPs que desenvolveram campanhas e/ou ações sociais, em frequência relativa e absoluta.
Figura 13 - LCPs que desenvolveram campanhas e/ou ações sociais, em frequência relativa e absoluta.
Por meio de resposta aberta foram avaliados os pontos positivos e negativos das LCPs,
sendo que a maioria destaca a promoção do tripé (ensino, pesquisa e extensão) como
o ponto positivo principal. Por outro lado, os pontos negativos mais citados são quanto
à dificuldade para oferecer atividades no campo da pesquisa.
DISCUSSÃO
No que se refere à motivação para o ingresso de acadêmicos nas LAs, é notável a crescente
busca por estágios extracurriculares, o que corrobora que as expectativas dos alunos
não são atendidas nos currículos formais e que há conteúdos que não são efetivamente
vistos durante a graduação1,3, 9,10.
Pressupõe-se, de acordo com o número de LCPs vinculadas à ABLCP, em consonância com
os estudos analisados, que a Cirurgia Plástica não é abordada de forma desejada no
currículo tradicional das universidades brasileiras, tornando então necessária a criação
da LA, segundo os acadêmicos e ingressos nessas associações estudantis, tendo em vista
preencher lacunas deixadas pela grade curricular das instituições quanto à especialidade.
Corroborando com isso, alguns defendem a importância da Cirurgia Plástica no ensino
médico, visto que a especialidade possui cinco grandes áreas de atuação: Estética,
Deformidades e Deformidades Congênitas, Trauma, Queimaduras e Reparação após tumores12-17.
O presente estudo revelou que, embora as LA sejam baseadas no tripé universitário,
78,2% das Ligas de Cirurgia Plástica vinculadas à ABLCP atuavam nos três eixos simultaneamente,
sendo a Região Sudeste o maior número de Ligas, apresentando também o maior índice
de ligas com atuação na EPE. Nesse sentido, segundo o estudo de Santana et al.1, acredita-se que, a partir desse tripé, as LAs podem levar a uma formação diferenciada
em saúde, tal como antecipar a participação dos membros nas áreas de atuação, ajudando
também a preencher lacunas deixadas na graduação em temas importantes para a formação
dos médicos17.
Cem por cento das LCPs possuem pelo menos um orientador, além disso, todas as ligas
possuíam orientadores vinculados à SBCP, sendo 35,89% membros associados e 64,11%
membros titulares. A presença da supervisão pedagógica nas atividades da liga aumenta
o desempenho dos ligantes, pois otimiza a aprendizagem dos alunos por ter uma referência
de especialista, tendo um melhor processo de ensino-aprendizagem1.
Quando não há supervisão docente, haveria maior possibilidade do exercício ilegal
da medicina3. É demonstrado que a presença de LCPs, a partir do desenvolvimento de atividades
com cirurgiões plásticos, aumentou o índice de alunos que se interessaram pela especialidade18, corroborando a ideia de que as LAs auxiliam no direcionamento da escolha da especialidade
médica pelos acadêmicos, uma vez que servir de teste para saber se existe afinidade
com aquela especialidade19.
No caso do eixo ensino, este é oferecido por 77 LCPs (98,31%) analisadas. Possivelmente,
isso se deve à variedade de opções como aulas teóricas, organização de simpósios e
palestras, desenvolvimento de projetos de pesquisa, discussão de casos clínicos, seminários,
minicursos e participação em serviços médicos ou atividades com a comunidade1. Quanto à frequência dos encontros, constatou-se que 41,02% das LCPs realizavam encontros
quinzenais.
As LAs geralmente não têm a extensão como uma atividade bem desenvolvida, replicando
a falha da universidade em fornecer projetos de extensão3. Dissonante do cenário nacional, constatou-se que 87,17% das LCPs possuíam atividades
extensionistas, estando nas regiões Norte e Centro-Oeste os maiores índices. Esse
tipo de atividade contribui para uma melhor compreensão do funcionamento da saúde
pública, uma vez que o acadêmico tem a oportunidade de observar diferentes realidades
vivenciadas nos diferentes espaços coletivos de condução das ações20.
Apesar do elevado número de atividades de extensão dentro das LCPs, é descrito que
boa parte das atividades das LAs são ações específicas de cunho assistencialista e,
além disso, deve haver uma reorientação do enfoque nas ações de saúde para a comunidade1. Dessa forma, a inclusão de ações continuadas de prevenção e promoção da saúde e
o reenquadramento das práticas não só como campo circunscrito de aprendizagem especializada,
mas também como ambiente de ação construtiva e solidária, dirigida aos mais vulneráveis,
percebida na integralidade do a pessoa e a rede de cuidado.
A Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP, ao avaliar suas LAs, evidenciou que o eixo
Pesquisa teve desempenho inferior ao de Ensino3. Em dissonância, constatou-se no presente estudo que 84,61% das LCPs exerciam atividades
nessa área, sendo as Ligas da Região Nordeste com os menores índices.
A pesquisa pode suscitar discussões teóricas e ser aplicada na abordagem populacional,
assim como pode servir como oportunidade de pesquisa e aprendizagem, tanto teórica
quanto prática3. Além disso, o contato com a pesquisa proporciona a oportunidade de exercer o raciocínio
pleno por meio do método científico, bem como de praticar o exercício da criatividade
científica, a satisfação da curiosidade intelectual, o aprimoramento do espírito crítico,
o aprendizado e a consolidação de outros conhecimentos necessários à complementação
da formação de graduação21.
No que se refere às atividades práticas, como acompanhamento em centro cirúrgico,
enfermaria, unidades intensivas de queimaduras, entre outras, são atividades que proporcionam
aos integrantes das LCPs vivência nas práticas de saúde, além de integrar os acadêmicos
às rotinas da equipe multidisciplinar das instituições, fortalecendo suas contato
com a população, possibilitando o desenvolvimento clínico-científico.
Por outro lado, podem se tornar espaços de “especialização prévia” quando inseridos
sem a devida orientação e supervisão dos professores21. Neste estudo, observou-se que, além das orientações existentes em todos as LCPs
associadas à ABLCP, 79,49% destes possuíam local de atividade prática, sendo o centro
cirúrgico menor o mais representativo.
As escolas médicas devem se empenhar para que os conhecimentos básicos da cirurgia
plástica sejam sedimentados em todos os estagiários, independentemente de sua futura
especialização12. Desta forma, as LCPs podem contribuir para a promoção e construção do conhecimento
nesta área, através das suas atividades teóricas e práticas supervisionadas por um
mentor formado.
Assim, as LAs têm, em parte, um papel na construção do conhecimento médico10,18,20, a partir de pesquisas e atividades teóricas, bem como na formação de médicos, devido
ao ganho em habilidades de comunicação em atividades de extensão com a comunidade,
além do desenvolvimento social, como na construção de lideranças.
Portanto, como visto no presente estudo, para que as LCPs sejam instrumentos na educação
médica, é necessário aumentar o número de mentores e, como se pôde observar, algumas
regiões oferecem menos atividade de pesquisa do que outras. A formulação de sistemas
de pesquisa remota on-line e a busca de parcerias com universidades e centros de pesquisa podem potencializar
essa área22.
Além disso, ressalta-se a importância de entidades que visam auxiliar e fiscalizar
o desenvolvimento das LCPs, como a ABLCP, a fim de contribuir para uma formação mais
sólida nas disciplinas relacionadas à Cirurgia Plástica, uma vez que a falta de regulamentação
pode levar não só a um crescimento desordenado de LA, mas também a uma falta de caracterização
deles como extensão universitária3.
CONCLUSÃO
A atuação das LCPs na formação dos alunos ocorre principalmente nas áreas de ensino,
extensão relacionada a campanhas e pesquisa por meio de apresentação em congressos
regionais. Nesse contexto, há a exigência de alinhamento, fiscalização e estímulo
à atividade das LCPs no Brasil.
Conforme demonstrado acima, a relação dos associados e de um tutor adequado é essencial
para promover uma influência positiva nos integrantes das LCPs, que podem ser a nova
geração de Cirurgiões Plásticos. A maioria das LCPs oferece os três pilares (Ensino,
Pesquisa e Extensão) e mantém diversos números de atividades práticas, aulas teóricas,
ações sociais e produções científicas.
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Practice. Plast Reconstr Surg. 2021;147(2):505-11.
Anexo 1. Questionário aplicado aos presidentes das ligas filiadas a ABLCP.
Sua Liga possui orientador? |
( ) Sim, apenas 1 |
( ) Sim, mais de 1 |
( ) Não |
( ) Outros: (Qual?___________________________) |
Seu orientador é: |
( ) Membro associado da SBCP |
( ) Não faz parte da SBCP |
( ) Membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética |
( ) Membro da Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia Plástica e Estética |
( ) Membro da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica |
( ) Outros: (Qual?___________________________) |
Qual é o número atual de membros da Liga? |
Qual é a periodicidade das reuniões da sua Liga? |
( ) Semanal |
( ) Quinzenal |
( ) Mensal |
( ) Bimestral |
( ) Semestral |
Em quantas reuniões da Liga há a presença de professores, ao mês? |
( ) 1 |
( ) 2 |
( ) 3 |
( ) 4 |
( ) 5 |
( ) Outros: (Qual?___________________________) |
Qual é o campo de atuação da Liga? (Várias possíveis) |
( ) Extensão (realização de campanhas ou ações sociais) |
( ) Ensino (aulas semanais ou mensais ou estágios) |
( ) Pesquisa (apresentação e/ou publicação de artigos científicos) |
A Liga promove quais atividades de ensino aos membros? |
( ) Estágios |
( ) Aulas semanais ou mensais |
( ) Estágios e aulas semanais ou mensais |
( ) A Liga não possui atividades de ensino |
Quantas aulas teóricas são realizadas por mês na Liga? |
Quais são os temas abordados por tais aulas? (Vários possíveis) |
Observação: caso haja a seleção de temas e, em conjunto, da opção de que "a Liga não
possui atividades de ensino em aulas", será considerada a última.
|
( ) Cirurgia Plástica Reparadora |
( ) Cirurgia Plástica Estética |
( ) Ética em Cirurgia Plástica e Abordagem do paciente |
( ) A Liga não possui atividades de ensino em aulas |
Sua Liga é vinculada a um serviço de Cirurgia Plástica? |
( ) Sim |
( ) Não |
Se sim, qual é o serviço vinculado? (Se sua Liga não possui vinculação, escreva "Ausente") |
As atividades práticas são realizadas em quais locais? (Vários possíveis) |
Observação: caso haja a seleção de temas e, em conjunto, da opção de que "a Liga não
possui atividades práticas", será considerada a última.
|
( ) Unidade de Tratamento de Queimados |
( ) Centro Cirúrgico de Pequenas Cirurgias |
( ) Centro Cirúrgico de Reconstrução Mamária |
( ) A Liga não possui atividades práticas |
Nas atividades práticas, os membros possuem quais funções? (Vários possíveis) |
Observação: caso haja a seleção de temas e, em conjunto, da opção de que "a Liga não
possui atividades práticas", será considerada a última.
|
( ) Como auxiliares e participantes ativos das cirurgias |
( ) Como apenas observadores da cirurgia |
( ) A Liga não possui atividades práticas |
No último ano, desenvolveram algum projeto de pesquisa? (2019-2020) |
( ) Sim |
( ) Não |
Qual(is)? |
Apresentaram trabalhos científicos em congressos (2019-2020)? (Vários possíveis) |
Observação: caso haja a seleção de temas e, em conjunto, da opção de que "Não, não
apresentamos trabalhos científicos (2019-2020)", será considerada a última.
|
( ) Sim (Regionais) |
( ) Sim (Nacionais) |
( ) Sim (Internacionais) |
( ) Não, não apresentamos trabalhos científicos (2019-2020) |
Publicaram artigo em revista científica (2019-2020)? (Vários possíveis) |
Observação: caso haja a seleção de temas e, em conjunto, da opção de que "Não, não
publicamos em revistas científicas (2019-2020)", será considerada a última.
|
( ) Sim (Nacional) |
( ) Sim (Internacional) |
( ) Não, não publicamos em revistas científicas (2019-2020) |
Participam de atividades de Pós-Graduação? |
( ) Sim |
( ) Não |
Participam de monitorias ou outras atividades junto a residentes? |
( ) Sim |
( ) Não |
Quanto às campanhas ou ações sociais, a Liga promove quais tipos? |
( ) Campanha de Queimados (Julho Laranja) |
( ) Campanha de Outubro Rosa |
( ) Ambas acima |
( ) A Liga não possui extensão em campanhas e ações sociais |
( ) Outros: (Qual?___________________________) |
A Liga participa das campanhas realizadas pela ABLCP? |
( ) Sim, a Liga participa das campanhas da ABLCP |
( ) Não, a Liga faz suas próprias campanhas, porém não participa das ações da ABLCP |
( ) A Liga não possui extensão em campanhas e ações sociais |
Pontos positivos da Liga? |
Pontos negativos da Liga? |
1. Universidade Federal de São Paulo, Cirurgia plástica, São Paulo, SP, Brasil
2. Universidade de Mogi das Cruzes, Medicina, Mogi das Cruzes, SP, Brasil
3. Universidade Tiradentes, Medicina, Aracaju, SE, Brasil
4. Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic, Medicina, Campinas, SP, Brasil
5. Universidade Salvador, Medicina, Salvador, BA, Brasil
Autor correspondente: Lydia Masako Ferreira Rua Botucatu, 740, 2º andar, São Paulo, SP, Brasil. CEP: 04023-900, E-mail: lydiamferreira@gmail.com
Artigo submetido: 14/10/2021.
Artigo aceito: 07/04/2022.
Conflitos de interesse: não há.