INTRODUÇÃO
Queimaduras constituem importante mecanismo de trauma, com impacto no número de internações
no Sistema Único de Saúde1. Entre os anos de 2008 e 2014, 1.291.585 pessoas foram admitidas em hospitais brasileiros
vítimas de queimaduras2. As etiologias destas lesões variam entre causas elétricas, escaldo, chama, contato
ou químicas3.
A queimadura causada por agentes químicos não costuma ocorrer com frequência, variando
entre 1,5 e 8,5% dos casos de internações por queimaduras em diversos países4,5. As lesões por substâncias ácidas causam desidratação intracelular e coagulação de
proteínas, cursando com necrose por coagulação, porém há uma menor propagação da lesão
aos tecidos; já as bases causam necrose por liquefação, através da destruição celular
da gordura e pela hidrólise de proteínas, podendo afetar com mais intensidade os tecidos
adjacentes6.
A importância de estudos epidemiológico sobre queimaduras químicas se deve a múltiplos
fatores. Os agentes etiológicos mais prevalentes variam de acordo com os países e
regiões, motivados pela alteração do parque industrial, cultura e até mesmo conflitos
armados7. Este tipo de queimadura é relatado com maior frequência em ambientes de trabalho,
assim acometendo população economicamente ativa, causando impacto econômico não só
pelo tratamento, mas também pela perda de hora trabalhada4.
OBJETIVO
Este estudo tem por objetivo realizar uma análise do perfil dos pacientes internados
devido a queimadura química em uma unidade de queimados, avaliando o impacto do agente
etiológico e do local do acidente nestas lesões.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, que busca analisar o perfil epidemiológico
de pacientes com queimaduras químicas internados na Unidade de Terapia de Queimados
do Hospital Estadual de Bauru, entre os anos de 2008 e 2018.
A Unidade de Queimados está localizada no Hospital Estadual de Bauru, em Bauru, SP.
Foi criada em 2004 e é uma das 19 unidades de tratamento de queimados em São Paulo
e referência para pacientes dos 645 municípios do estado. O Centro de Queimados é
composto por uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria com quatro e 12 leitos,
respectivamente, e tem estrutura para tratar todas as faixas etárias.
As variáveis analisadas nos prontuários foram: idade, sexo, local, comorbidades, agentes
químicos envolvidos nas queimaduras, superfície corporal queimada (SCQ), regiões anatômicas
envolvidas, local onde ocorreu a queimadura, necessidade de leito de UTI, lesão por
inalação, número de intervenções cirúrgicas, complicações e mortalidade.
Todas as variáveis foram coletadas em uma planilha do programa Excel (Microsoft©). Análises estatísticas foram realizadas utilizando o teste T-Student para variáveis
quantitativas e Qui-quadrado para as qualitativas, com valores inferiores a p<0,05 considerados com significância estatística.
Todos os procedimentos realizados neste estudo foram de acordo com a declaração de
Helsinque de 1964 e suas alterações posteriores. O Comitê de Ética local aprovou este
estudo (número do protocolo: 35971220.4.0000.5411).
RESULTADOS
No total, foram revisados 2364 prontuários e encontrados 40 (1,7%) pacientes nos quais
a etiologia da queimadura foi química. A média de idade foi de 35 anos (variando de
1 a 53 anos), com predominância do sexo masculino, com 30 (75%) indivíduos internados
(Tabela 1). O principal local do trauma foi no ambiente de trabalho, em 20 casos (50%), seguidos
de ambiente domiciliar em 10 (25%) (Figura 1). Neste último grupo estão os dois casos de agressão e um caso de tentativa de autoextermínio.
Tabela 1 - Dados gerais de todos os pacientes internados devido a queimaduras químicas.
Dados Gerais |
Idade (anos) |
35 |
Sexo |
|
Homem |
30 |
Mulher |
10 |
SCQ |
|
0-10% SCQ |
29 |
10-20% SCQ |
7 |
20-40% SCQ |
3 |
> 40% SCQ |
1 |
Lesão ocular |
11 |
Lesão via aérea |
1 |
Dias de Internação |
17 |
Necessidade de UTI |
10 |
Óbitos |
0 |
Tabela 1 - Dados gerais de todos os pacientes internados devido a queimaduras químicas.
Figura 1 - Local onde ocorreram os acidentes com as substâncias químicas.
Figura 1 - Local onde ocorreram os acidentes com as substâncias químicas.
Acidentes com base foram responsáveis por 20 (50%) internações, com soda cáustica
(27,5%) e cal (10%) como principais produtos envolvidos; já os ácidos corresponderam
a 18 (45%), e a substância mais encontrada foi o ácido sulfúrico (10%) (Figura 2) (Tabela 2).
Tabela 2 - Agentes químicos especificados.
Agente Químico |
Casos |
% |
Ácidos |
|
|
Ácido sulfúrico |
4 |
10,0 |
Ácido cítrico |
1 |
2,5 |
Ácido crômico |
1 |
2,5 |
Ácido clorídrico |
1 |
2,5 |
Ácido acético |
1 |
2,5 |
Mistura de ácidos |
3 |
7,5 |
Ácido não especificado |
8 |
20,0 |
Bases |
|
|
Soda cáustica |
11 |
27,5 |
Cal |
4 |
10,0 |
Bicarbonato de sódio |
1 |
2,5 |
Base não especificada |
4 |
10,0 |
Agente químico desconhecido |
2 |
5,0 |
Tabela 2 - Agentes químicos especificados.
Figura 2 - Relação de queimaduras químicas por substâncias ácidas ou por bases em nossa amostra.
Figura 2 - Relação de queimaduras químicas por substâncias ácidas ou por bases em nossa amostra.
A SCQ média foi de 7,5%, com apenas quatro (10%) pacientes totalizando mais de 20%
da SCQ (Tabela 1). Os locais anatômicos mais envolvido foram membros superiores em 18 vezes (23,1%),
face em 14 (17,9%), tronco em 13 (16,7%) e membros inferiores em 12 (15,4%) (Figura 3). Queimadura ocular ocorreu em 11 (27,5%) pacientes e dois deles apresentaram comprometimento
da visão. Apenas um (2,5%) indivíduo apresentou lesão de via área.
Figura 3 - Regiões anatômicas das queimaduras.
Figura 3 - Regiões anatômicas das queimaduras.
Trinta (75%) pacientes foram submetidos a procedimentos cirúrgicos, compreendendo
desbridamento, enxerto e retalho, com uma média de 1,6 procedimentos por paciente.
Leito de terapia intensiva foi necessário para 10 (25%) dos casos. Durante a internação,
cinco (12,5%) pacientes desenvolveram complicações. A média de tempo de internação
foi 17 dias (Tabela 1). Não houve óbito durante a hospitalização em nossa amostra.
Quando comparadas as lesões que ocorreram no domicílio e no trabalho não encontramos
significância estatística em relação a sexo (p=0,56), idade (p=0,24), etiologia (p=0,24), SCQ (p=0,08), número de procedimentos (p=0,56), necessidade de leito de UTI (p=0,61) e dias de internação (p=0,36) (Tabela 3). Porém, quando comparadas as mesmas variáveis entre os acidentes envolvendo substâncias
ácidas e bases, evidenciamos diferença no número de pacientes internados em UTI, com
oito pacientes em lesões envolvendo bases e dois com ácidos (p=0,04) (Tabela 4).
Tabela 3 - Comparação entre os acidentes que ocorreram no domicilio e no trabalho.
Informações |
Trabalho (n=20) |
Casa (n=10) |
p |
Idade |
34,9±11,3 |
38,4±4,5 |
0,24 |
Sexo |
|
|
0,56 |
Feminino |
4 (20) |
3 (30) |
|
Masculino |
16 (80) |
7 (70) |
|
Etiologia |
|
|
0,24 |
Base |
9 (45) |
7 (70) |
|
Ácido |
10 (50) |
3 (30) |
|
Desconhecido |
1 (5) |
0 |
|
% SCQ |
10,4±11,4 |
5,1±4,3 |
0,08 |
Procedimento |
|
|
0,56 |
Sim |
16 (80) |
7 (70) |
|
Não |
4 (20) |
3 (30) |
|
UTI |
|
|
0,61 |
Sim |
6 (30) |
3 (30) |
|
Não |
14 (70) |
7 (70) |
|
Dias Internação |
19±12,3 |
22±29,8 |
0,36 |
Tabela 3 - Comparação entre os acidentes que ocorreram no domicilio e no trabalho.
Tabela 4 - Queimaduras causadas por ácido versus base.
Variáveis |
Ácido (n=18) |
Base (n=20) |
p |
Idade |
34,0±12,8 |
36,8±12,4 |
0,49 |
Sexo |
|
|
|
Feminino |
6 (33,3) |
4 (20,0) |
0,35 |
Masculino |
12 (66,7) |
16 (80,0) |
|
% SCQ |
7,1±7,8 |
8,0±11,1 |
0,76 |
Procedimento |
|
|
|
Sim |
13 (72,2) |
15 (75,0) |
0,85 |
Não |
5 (27,8) |
5 (25,0) |
|
UTI |
|
|
|
Sim |
2 (11,1) |
8 (40,0) |
0,04 |
Não |
16 (88,9) |
12 (60,0) |
|
Dias Internação |
12,4±8,2 |
21,6±22,9 |
0,12 |
Complicações |
|
|
|
Sim |
2 (11,1) |
3 (15) |
0,47 |
Não |
16 (88,9) |
17 (85) |
|
Tabela 4 - Queimaduras causadas por ácido versus base.
DISCUSSÃO
Na literatura há apenas um trabalho brasileiro que avalia exclusivamente à epidemiologia
de queimadura química no Brasil. Cardoso et al.8 analisaram pacientes que foram atendidos em regime ambulatorial e de internação na
Unidade de Queimados de Sorocaba entre os anos de 2001 e 2011, encontrando 61 pacientes.
Apesar da amostra apresentada neste estudo ser menor, analisamos apenas indivíduos
hospitalizados e evidenciamos a porcentagem de queimaduras químicas em relação ao
total de pacientes internados por outras causas de queimadura, totalizando 1,7%. Este
número está dentro dos achados de estudos prévios sobre epidemiologia de queimaduras,
em que lesões químicas representavam 1,4 - 10,1% do total de hospitalizações5,9-11.
Na avaliação do sexo, 75% dos pacientes analisados eram do sexo masculino. A maior
parcela de homens com este tipo de queimadura também foi relatada em outros artigos
sobre o tema4,12. A maior exposição devido às atividades laborais que causam exposição a produtos
químicos é uma das possíveis explicações para este fato6. A média de idade encontrada foi 35 anos, com 87,5% dos pacientes entre 18 e 60 anos,
evidenciando o impacto deste tipo de lesão sobre a população economicamente ativa.
Apesar de alguns artigos sugerirem um aumento da queimadura no ambiente domiciliar13,14, em nossa casuística a maioria dos acidentes foi no trabalho, como evidenciado pela
maioria dos artigos sobre o tema. Este dado aponta para a necessidade e importância
do uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) em indústrias químicas, como máscaras,
luvas e botas, e dos programas de treinamento e segurança do trabalho na prevenção
destes traumas15. Apesar dessa diferença, não encontramos significância estatística entre os locais
onde os acidentes ocorreram em relação aos dados demográficos e no tratamento destes
pacientes.
As queimaduras causadas por agentes básicos representaram a maior parcela das lesões,
como apresentado por Ricketts & Kimble14 e Hardwicke et al.5. Lesões por soda cáustica ocorreram em 27,5% dos casos. Além de presente nas indústrias
químicas, faz parte da composição de produtos de limpeza, aumentando a incidência
de lesões com esta substância no ambiente doméstico. A soda cáustica tem alto poder
de penetração nos tecidos, e a destruição tecidual se mantém após a agressão inicial16.
Cal foi a segunda substância básica mais comum, em 10% dos casos. Utilizada com frequência
por profissionais e amadores em construções civis, o óxido de cálcio corresponde a
65% de seu componente, e quando reage com água forma o hidróxido de cálcio, levando
às queimaduras. A característica da apresentação destas lesões é insidiosa, podendo
demorar horas para o paciente notar a queimadura e acomete principalmente membros
inferiores16.
As queimaduras por ácidos ocorreram em 45% dos pacientes, e a substância mais comum
foi o ácido sulfúrico, em 10% dos casos. Amplamente utilizado no âmbito industrial,
em refinaria de petróleo, corantes, fundição de metais, produção de fertilizantes
entre outros, seu mecanismo de ação é por meio da desidratação dos tecidos e aumento
do calor local, o que leva a necrose por coagulação e trombose na microcirculação,
causando queimaduras dolorosas e profundas no local17.
Quando comparados os grupos de queimaduras químicas causados por ácidos e bases, encontramos
diferença estatística no número de pacientes que necessitaram de leito de UTI, maior
entre os pacientes que sofreram acidentes com substâncias básicas. Estas queimaduras
tendem a ser mais graves devido ao mecanismo de liquefação, que permite que a lesão
se aprofunde mais16.
As lesões oculares constituem característica comum neste tipo de queimadura6,12,18 e em nossa casuística ocorreram em 27,5% dos casos. Mesmo pequenos volumes podem
causar danos nos olhos, na córnea e na região límbica19. A tentativa errônea de retirar o produto através de prurido com as mãos pode aumentar
a lesão tecidual6. A lavagem exaustiva imediata dos olhos após o contato, ainda no atendimento pré-hospitalar,
pode atenuar a evolução da lesão19.
A extensão da SCQ média foi de 7,5%, com 29 (72,5%) pacientes apresentando áreas queimadas
menores que 10%. Porém, apesar de não apresentar queimaduras extensas, procedimentos
cirúrgicos foram necessários em 70% dos pacientes. Isto pode ser resultado de um atendimento
inicial ineficiente, no qual os agentes químicos não foram devidamente retirados,
levando a maior aprofundamento da lesão18.
A média de duração da internação hospitalar foi de 17 dias, dentro do que foi publicado
previamente na literatura, 10 a 46,5 dias6,7,12,18. As internações por queimaduras químicas apresentam maior tempo de hospitalização
devido às características da queimadura que levam à dificuldade de manejo da lesão.
Os anexos epiteliais das feridas químicas apresentam uma maior lentificação no processo
de replicação e na migração, podendo causar um atraso na reparação tecidual14.
Este estudo não está livre de limitações, como o seu caráter retrospectivo, baseado
em análise de prontuário, amostra limitada a apenas uma instituição e restrita a pacientes
com queimaduras químicas estão entre as limitações deste estudo. Trabalhos futuros
podem explorar queimaduras químicas de uma forma multicêntrica, dimensionando de uma
forma mais ampla o impacto destas lesões na população brasileira.
CONCLUSÃO
Este é o segundo estudo brasileiro a explorar a epidemiologia de queimaduras químicas.
Com incidência relativamente baixa, este tipo de lesão acomete indivíduos em faixa
etárias economicamente ativas e ocorre com frequência no local de trabalho. Lesões
com substância básicas tiveram diferença estatística em relação à necessidade de leito
de UTI. Apesar de a maioria das queimaduras serem menores do que 10%, houve acometimento
ocular em 27,5% dos casos e necessidade de um período longo de internação para o tratamento
destes pacientes.
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1. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina de Botucatu, Departamento
de Cirurgia e Ortopedia, Divisão de Cirurgia Plástica, Botucatu, São Paulo, Brasil
2. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina de Botucatu, Botucatu, São
Paulo, Brasil
3. Hospital Estadual de Bauru, Bauru, São Paulo, Brasil
Autor correspondente: Murilo Sgarbi Secanho Av. Professor Mário Rubens Guimarães Montenegro, Unesp - Campus de Botucatu, Botucatu,
SP, Brasil. CEP: 18618-687, E-mail: murilo_sgs@hotmail.com
Artigo submetido: 25/10/2021.
Artigo aceito: 07/04/2022.
Conflitos de interesse: não há.