INTRODUÇÃO
Gangrena de Fournier (Figura 1) é um termo que foi descrito pela primeira vez em 1883 por Alfred Fournier para designar
fasciites necrosantes que acometem o escroto e o períneo. Possui etiologia polibacteriana,
geralmente causada por bactérias anaeróbias e aeróbias1. Trata-se de infecção de rápida progressão, com alto potencial de gravidade (altas
taxas de morbimortalidade), sendo mais comum no sexo masculino2. Tem como fatores de risco: diabetes mellitus, alcoolismo, obesidade, trauma local,
infecções perianais e perineais, e procedimentos cirúrgicos na região1. O tratamento é embasado em intervenção cirúrgica com excisão da área necrótica e
antibioticoterapia precoces, podendo ser necessárias reabordagens com ampliação da
área desbridada2.
Figura 1 - Aspecto de bolsa escrotal acometida por gangrena de Fournier. São comuns áreas de
enduramento, hiperemia e ferida com drenagem de secreção purulenta fétida.
Figura 1 - Aspecto de bolsa escrotal acometida por gangrena de Fournier. São comuns áreas de
enduramento, hiperemia e ferida com drenagem de secreção purulenta fétida.
Diversas são as estratégias para reconstrução da área cruenta resultante do desbridamento.
De um modo geral, feridas pequenas, com perdas teciduais de até 50% do escroto, podem
ser tratadas com cicatrização por segunda intenção, síntese primária e enxerto de
pele. Perdas maiores costumam ser tratadas utilizando retalhos cutâneos, fasciocutâneos
ou miocutâneos2.
Neste artigo serão analisadas as estratégias reconstrutivas dos autores após desbridamento
de oito pacientes com gangrena de Fournier, tendo como primeira opção o retalho fasciocutâneo
de coxa.
OBJETIVO
Avaliar o desfecho das reconstruções escrotais realizadas pelos autores após desbridamento
de gangrena de Fournier e se há algum fator complicador como comorbidades e/ou alteração
de exames laboratoriais.
MÉTODOS
Análise retrospectiva da série de casos de reconstrução escrotal após gangrena de
Fournier procedidos pelos autores ao longo do ano de 2020 (Tabela 1). Em todos os casos havia exposição de um ou de ambos os testículos. Foram acessados
prontuários, arquivos de fotos e exames de albumina e de hemograma completo imediatamente
anteriores à etapa cirúrgica reconstrutiva.
Tabela 1 - Tabela com os dados de cada paciente reconstruído após desbridamento de gangrena de
Fournier, incluindo idade, exames pré-operatórios, comorbidades, a técnica operatória
utilizada, suas complicações e se foi necessária alguma revisão ou procedimento secundário.
Paciente |
Idade |
GL |
Hb |
PCR |
Comorbidades |
Técnica |
Complicações |
Revisão |
W.R.G. |
46 |
10100 |
9,3 |
129,82 |
HAS |
Retalhos fasciocutâneos bilaterais de coxas |
Deiscência |
Duas zetaplastias, ressecção do excesso de pele |
S.H.M.F. |
47 |
2786 |
7,46 |
35,8 |
DM |
Retalho fasciocutâneo unilateral de coxa |
Sem complicacções
|
Nenhuma |
G.M.A. |
60 |
11540 |
10,65 |
42,5 |
HAS, DM, DAC |
Retalho miocutâneo de grácil |
Necrose parcial da ilha de pele |
Desbridamento |
R.A.P. |
46 |
4312 |
10,03 |
2,6 |
Etilismo |
Retalho fasciocutâneo unilateral de coxa |
Epidermólise |
Nenhum |
R.L.A. |
74 |
12800 |
9,28 |
149,8 |
HAS, DM |
Fechamento primário |
Deiscência |
Nenhum |
J.B.L. |
48 |
6100 |
10,6 |
122 |
DM |
Retalho fasciocutâneo unilateral de coxa |
Necrose parcial |
Desbridamento e reaproximação de bordas |
A.F.S. |
51 |
6940 |
9,8 |
30,7 |
HAS, DM |
Retalho fasciocutâneo unilateral de coxa |
Epidermólise |
Desbridamento e reaproximação de bordas |
R.D.G.F. |
48 |
6140 |
11,9 |
6,3 |
HAS, DM, asma |
Retalho fasciocutâneo unilateral de coxa |
Deiscência |
Nenhuma |
Tabela 1 - Tabela com os dados de cada paciente reconstruído após desbridamento de gangrena de
Fournier, incluindo idade, exames pré-operatórios, comorbidades, a técnica operatória
utilizada, suas complicações e se foi necessária alguma revisão ou procedimento secundário.
O número total de pacientes foi de oito e a opção cirúrgica primária foi o retalho
fasciocutâneo de coxa, que foi utilizado em seis oportunidades. As duas exceções foram
devido a uma lesão uretral ou a condições clínicas inadequadas para uma reconstrução
de maior porte.
RESULTADOS
A primeira opção dos autores para confecção de neoescroto após desbridamento de gangrena
de Fournier foi o retalho fasciocutâneo unilateral de coxa (Figuras 2 a 5). A utilização de dois retalhos, provenientes de ambas as coxas, foi reservada para
um paciente que apresentava ferida cruenta mais extensa (Figuras 6 a 10). Não houve caso de necrose total. Um dos sete retalhos realizados evoluiu com necrose
parcial, o que equivale a uma taxa de sofrimento vascular de 14,29%.
Figura 2 - Retalho fasciocutâneo unilateral de coxa.
Figura 2 - Retalho fasciocutâneo unilateral de coxa.
Figura 3 - Marcação de retalho fasciocutâneo unilateral de coxa. Observar que a coxa deste paciente
apresenta uma circunferência reduzida.
Figura 3 - Marcação de retalho fasciocutâneo unilateral de coxa. Observar que a coxa deste paciente
apresenta uma circunferência reduzida.
Figura 4 - Foto evidenciando o pedículo superomedial do retalho marcado na
Figura 3. É possível identificar os seguintes músculos na dissecção (da região posterior para
anterior): adutor magno, grácil, vasto medial, adutor longo e sartório.
Figura 4 - Foto evidenciando o pedículo superomedial do retalho marcado na
Figura 3. É possível identificar os seguintes músculos na dissecção (da região posterior para
anterior): adutor magno, grácil, vasto medial, adutor longo e sartório.
Figura 5 - Em função da reduzida espessura da coxa deste paciente, como observado na
Figura 4, optou-se pela realização de enxertia de pele em coxa para diminuição da tensão no
fechamento. A área doadora foi a pele já removida do escroto no mesmo ato cirúrgico.
Figura 5 - Em função da reduzida espessura da coxa deste paciente, como observado na
Figura 4, optou-se pela realização de enxertia de pele em coxa para diminuição da tensão no
fechamento. A área doadora foi a pele já removida do escroto no mesmo ato cirúrgico.
Figura 6 - Marcação de retalhos fasciocutâneos de coxas para cobertura de ferida escrotal extensa
após desbridamento de gangrena de Fournier.
Figura 6 - Marcação de retalhos fasciocutâneos de coxas para cobertura de ferida escrotal extensa
após desbridamento de gangrena de Fournier.
Figura 7 - Dissecção de retalhos fasciocutâneos de coxas cujas marcações foram apresentadas na
Figura 6.
Figura 7 - Dissecção de retalhos fasciocutâneos de coxas cujas marcações foram apresentadas na
Figura 6.
Figura 8 - Transposição das regiões distais dos retalhos apresentados nas
Figuras 6 e
7 para o períneo. Quando retalhos fasciocutâneos bilaterais são empregados, eles são
suturados na linha mediana, mimetizando a rafe escrotal.
Figura 8 - Transposição das regiões distais dos retalhos apresentados nas
Figuras 6 e
7 para o períneo. Quando retalhos fasciocutâneos bilaterais são empregados, eles são
suturados na linha mediana, mimetizando a rafe escrotal.
Figura 9 - Aspecto em pós-operatório imediato de região perineal após reconstrução escrotal com
retalhos fasciocutâneos de coxas, cujos passos cirúrgicos foram apresentados nas
Figuras 6,
7 e
8. Notar que também foi procedida enxertia de pele parcial em pênis.
Figura 9 - Aspecto em pós-operatório imediato de região perineal após reconstrução escrotal com
retalhos fasciocutâneos de coxas, cujos passos cirúrgicos foram apresentados nas
Figuras 6,
7 e
8. Notar que também foi procedida enxertia de pele parcial em pênis.
Figura 10 - Aspecto de região perineal do paciente das
Figuras 6,
7,
8 e
9 após um ano de sua reconstrução. Com pouco mais de seis meses, foi realizada pequena
intervenção para ressecção de excesso de pele próximo à glande e duas zetaplastias
na base do pênis, de modo a melhorar a estética.
Figura 10 - Aspecto de região perineal do paciente das
Figuras 6,
7,
8 e
9 após um ano de sua reconstrução. Com pouco mais de seis meses, foi realizada pequena
intervenção para ressecção de excesso de pele próximo à glande e duas zetaplastias
na base do pênis, de modo a melhorar a estética.
Outro retalho utilizado na casuística foi o miocutâneo de grácil, em função de uma
lesão de uretra (Figuras 11 a 14). Houve evolução para sofrimento parcial da ilha de pele, mas o tecido muscular permaneceu
viável, sendo possível a retirada da sonda vesical de demora uretral e a obtenção
de bom jato urinário.
Figura 11 - Paciente com grande defeito anterior de uretra após desbridamento de gangrena de Fournier.
Programada reconstrução uretral e de área cruenta escrotal em conjunto com a Urologia,
sendo possível observar marcação de retalho miocutâneo de grácil em coxa esquerda.
Figura 11 - Paciente com grande defeito anterior de uretra após desbridamento de gangrena de Fournier.
Programada reconstrução uretral e de área cruenta escrotal em conjunto com a Urologia,
sendo possível observar marcação de retalho miocutâneo de grácil em coxa esquerda.
Figura 12 - Fechamento de defeito de uretra esponjosa com enxerto de mucosa jugal em parede posterior,
incisões de relaxamento laterais e síntese primária anterior. Esta etapa cirúrgica
foi procedida pela equipe de Urologia.
Figura 12 - Fechamento de defeito de uretra esponjosa com enxerto de mucosa jugal em parede posterior,
incisões de relaxamento laterais e síntese primária anterior. Esta etapa cirúrgica
foi procedida pela equipe de Urologia.
Figura 13 - Foto evidenciando pedículo dominante do músculo grácil, proveniente de ramo da artéria
femoral profunda. Notar que o músculo já está cobrindo a uretra reconstruída, de modo
a aumentar o aporte sanguíneo e diminuir a chance de fístula urinária.
Figura 13 - Foto evidenciando pedículo dominante do músculo grácil, proveniente de ramo da artéria
femoral profunda. Notar que o músculo já está cobrindo a uretra reconstruída, de modo
a aumentar o aporte sanguíneo e diminuir a chance de fístula urinária.
Figura 14 - Aspecto em pós-operatório imediato de região perineal após reconstrução com retalho
miocutâneo de grácil. Este paciente evoluiu com necrose parcial da ilha de pele, sendo
submetido a desbridamento sequencial. Após retirada de sonda vesical de demora, houve
diurese espontânea, sem evidência de fístula urinária após um ano da cirurgia.
Figura 14 - Aspecto em pós-operatório imediato de região perineal após reconstrução com retalho
miocutâneo de grácil. Este paciente evoluiu com necrose parcial da ilha de pele, sendo
submetido a desbridamento sequencial. Após retirada de sonda vesical de demora, houve
diurese espontânea, sem evidência de fístula urinária após um ano da cirurgia.
E em um dos pacientes optou-se por síntese primária das bordas de ferida pós-Fournier
por se tratar de um idoso hipertenso, diabético, desnutrido e com importante anemia,
o que inviabilizava a reconstrução por meio de retalhos.
Além das duas necroses parciais já mencionadas, cinco casos intercorreram com complicações
menores: três deiscências e duas epidermólises. Resultante disto, quatro dos oito
pacientes foram submetidos a procedimentos revisionais simples: três desbridamentos,
sendo que em dois destes houve também reaproximação de bordas, e um caso de melhora
do aspecto estético por meio de ressecção do excesso de pele e duas zetaplastias.
Salienta-se que o tempo médio entre o desbridamento inicial e a etapa reconstrutiva
foi de 29 dias. Já a idade média dos oito pacientes foi de 52 anos e seis meses.
Quanto às comorbidades, as mais frequentes foram diabetes mellitus e hipertensão arterial,
com respectivas prevalências de 75% e 62,50%. Também foram referidos asma, doença
arterial coronariana e etilismo em 1/8 dos casos, o que corresponde a uma prevalência
de 12,50% para cada um destes distúrbios. Em relação às revisões pré-operatórias das
reconstruções, as médias de global de leucócitos, hemoglobina e proteína C-reativa
foram, respectivamente: 7590 leucócitos/microL, 9,88g/dL e 64,94mg/L.
DISCUSSÃO
O retalho fasciocutâneo de coxa foi nossa principal escolha reconstrutiva por possuir
suprimento vascular confiável com bom arco de rotação, pele fina, não deixar cicatrizes
expostas, ser de fácil execução técnica e porque preserva a musculatura. Por outro
lado, é descrita incompatibilidade de coloração, baixa sensibilidade cutânea1, e espessura possivelmente inadequada nos pacientes muito obesos.
O passo inicial de sua marcação é traçar uma linha que vai do tubérculo púbico ao
côndilo medial da tíbia, que é o local de inserção da “pars anserina”. O pedículo
vascular é então preservado na região superomedial e o comprimento do retalho é determinado
de acordo com a quantidade de tecido requerido para realizar a transposição.
Na maioria das vezes foi preferida a utilização de apenas um retalho devido aos defeitos
escrotais terem sido menores e para abreviação do tempo cirúrgico. Cita-se como desvantagens
do retalho unilateral: a ausência de mimetização da rafe mediana e a maior chance
de sofrimento da ponta com o aumento da relação comprimento X largura. De fato, dois
dos cinco casos de retalho fasciocutâneo unilateral de coxa apresentaram epidermólise
distal, enquanto um caso evoluiu com necrose parcial. Provavelmente algo que contribuiu
para esta necrose foi o desrespeito do paciente ao repouso no pós-operatório.
Um possível refinamento técnico do retalho fasciocutâneo de coxa é a utilização de
apenas uma perfurante da artéria circunflexa femoral medial1,2. Outros retalhos que reparam um defeito escrotal são: retalho perfurante de artéria
ilíaca circunflexa superficial3, retalho livre ou pediculado de omento maior4,5, retalho bilateral de músculo grácil6,7, retalho anterolateral da coxa8, retalho inguinal (de McGregor)9 e retalhos associados ao uso de expansor10.
As principais desvantagens de algumas dessas técnicas, e que as impediram de ser nossas
escolhas, são: grande morbidade de laparotomia ou laparoscopia e possibilidade de
hérnia inguinal com o uso de retalho de grande epiplon; necessidade de enxerto de
pele para as técnicas de omento e para o retalho bilateral de músculo grácil; possibilidade
de extrusão de expansor tecidual quando esse é posicionado nas proximidades de uma
ferida contaminada.
Raramente, há acometimento uretral devido à gangrena de Fournier, dado que o suprimento
vascular da uretra em comparação à pele, ao tecido subcutâneo e à fáscia é distinto1. Como os retalhos musculares elevam a tensão de oxigênio e, consequentemente, diminuem
a chance de fistulização urinária, preferimos o retalho miocutâneo de grácil no caso
em que era necessária a reconstrução uretral. Este músculo é do tipo II de Mathes
e Nahai, sendo a principal contribuição vascular a artéria circunflexa femoral medial,
que está localizada cerca de 6-10cm do tubérculo púbico1.
Também foi utilizado enxerto de mucosa jugal na parede posterior da uretra esponjosa
lesada. Já a ilha de pele do retalho miocutâneo foi empregada para fechamento da ferida
escrotal, porém evoluiu com necrose parcial e posterior necessidade de desbridamento.
Talvez opção com menos probabilidade de intercorrências seria o retalho muscular de
grácil associado a enxerto de pele parcial, em vez do retalho miocutâneo de grácil.
De todo modo, o saldo foi extremamente positivo, uma vez que não eram pequenas as
chances de uretrostomia definitiva.
Já o caso em que reparamos primariamente a ferida escrotal, a escolha inicial era
pela desospitalização precoce e adiamento da reconstrução em melhores condições clínicas.
Contudo, o contexto social do paciente não permitiu essa estratégia. Isso evidencia
a dificuldade e complexidade no manejo das reconstruções cirúrgicas no âmbito da saúde
pública, em que uma população vulnerável é mais frequente que nos serviços particulares.
Acreditamos que isto seja um fator determinante para os desfechos cirúrgicos.
Outros fatores que podem ter impactado desfavoravelmente na evolução dos pacientes
são: 1) Alta prevalência de comorbidades, sobretudo diabetes mellitus; 2) Manutenção
de um estado inflamatório no momento da reconstrução, o que foi evidenciado pelo valor
de proteína C-reativa; 3) Presença de anemia.
Ressalta-se que, em relação a opções reconstrutivas mais simples, a cicatrização por
segunda intenção leva tempo e resulta em um aspecto estético ruim6, enquanto a enxertia de pele promove uma cobertura fina desejável, mas sua fixação
em região perineal é difícil. Além disso, o enxerto pode aderir aos testículos e causar
contraturas que dificultam o reflexo cremastérico necessário para que os testículos
não sejam afetados por condições externas10. Então, apesar de não haver um consenso sobre qual a melhor opção cirúrgica, o emprego
de retalhos acelera o processo de cicatrização e mantém o aspecto de bolsa escrotal
necessário para termorregulação do testículo2.
CONCLUSÃO
A reconstrução escrotal com retalhos é importante para acelerar a cicatrização da
ferida proveniente do desbridamento de gangrena de Fournier e para manter o aspecto
de bolsa necessário para a termorregulação do testículo. Nossa opção primária foi
o retalho fasciocutâneo de coxa, que se mostrou seguro, com taxa de necrose parcial
de 14,29%, e sem ocorrência de necrose total. Também foi possível reconstruir uma
uretra esponjosa com músculo grácil sem fistulização, evitando que o paciente fosse
submetido a uma uretrostomia definitiva. Quanto às complicações, é comum a ocorrência
de intercorrências menores que requerem procedimentos revisionais simples. Isto pode
ser consequência das importantes comorbidades associadas e das condições clínicas
dos pacientes no momento da plástica reconstrutiva.
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2. Hospital Metropolitano Odilon Behrens, Cirurgia Geral, Belo Horizonte, MG, Brasil
3. Hospital Metropolitano Odilon Behrens, Urologia, Belo Horizonte, MG, Brasil
Autor correspondente: Leandro Ricardo de Aquino Santos Av. Professor Alfredo Balena, 189, 10º andar, Santa Efigênia, Belo Horizonte, MG,
Brasil. CEP: 30130-103, E-mail: leandroras@yahoo.com.br
Artigo submetido: 25/11/2021.
Artigo aceito: 11/07/2022.
Conflitos de interesse: não há.