RESUMO
INTRODUÇÃO O tratamento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida vem sofrendo importantes avanços desde a introdução da terapia antirretroviral altamente ativa, conhecida como HAART (high active antirretroviral therapy). Este tratamento levou à eliminação do vírus na corrente sanguínea e ao aumento na sobrevida, entretanto alterações metabólicas e estruturais tornaram-se evidentes. Uma dessas alterações é a redistribuição de gordura corpórea, também denominada lipodistrofia. Com uma das maiores casuísticas mundiais, o objetivo deste trabalho é demonstrar algumas das alternativas cirúrgicas, bem como os resultados obtidos na tentativa de minimizar o impacto da lipodistrofia.
MÉTODO: No período de julho de 2005 a julho de 2013, 510 pacientes portadores de lipodistrofia secundária ao uso de HAART foram operados pela Clínica de Cirurgia Plástica do Hospital Heliópolis. Todos esses pacientes foram submetidos à prévia avaliação clínica e imunológica, sob auxílio da equipe de Infectologia. O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação do ABC.
RESULTADO: Dentre os 510 pacientes, 335 eram do sexo feminino e 175 do sexo masculino, com idades variando entre 16 e 74 anos. Quanto aos procedimentos, destacou-se lipoaspiração da giba e dorso, com 199 casos. Quanto à resposta estimulada através de questionário subjetivo, observou-se elevado grau de satisfação, aumento significativo da autoestima e maior adesão ao tratamento antirretroviral.
CONCLUSÃO: A correção cirúrgica da lipodistrofia corporal comprovadamente melhora o aspecto estético do paciente que faz uso da HAART; porém, o efeito psicológico e social é ainda mais importante, elevando a autoestima, com diminuição dos estigmas, e proporcionando uma maior adesão ao tratamento antirretroviral.
Palavras-chave: Lipodistrofia; Infecções por HIV; Sorodiagnóstico da AIDS; Lipectomia; Composição corporal.