INTRODUÇÃO
Os linfomas dos anexos oculares constituem cerca de 5 a 15% de todos os linfomas
extraganglionares1. O linfoma não-Hodgkin
é a neoplasia maligna orbitária mais frequente, sendo responsável por cerca de
metade dos casos2. É, igualmente, o elemento
mais frequente (67 - 90%) e mais grave do grupo das lesões linfoproliferativas,
que
inclui a hiperplasia linfoide reativa e a hiperplasia linfoide atípica, formas
benignas e intermédia, respectivamente3. Os
linfomas de pálpebra têm um prognóstico mais agressivo do que os de órbita ou
de
conjuntiva4-6.
O subtipo mais frequente é o linfoma extranodal da zona marginal do tecido linfoide
associado a mucosa (MALT). O linfoma MALT que se origina das células B representa,
aproximadamente, 75% dos linfomas oculares anexais primários7-9. Os lugares
mais comuns de linfomas MALT oculares anexais (POML) são a órbita, conjuntiva
e
aparelho lacrimal.
A maioria dos pacientes (79.6%) com POML são diagnosticados com o estágio I de
Ann Arbor, que é comumente tratado com radioterapia,
respondendo muito bem o tratamento10. O
sistema de estadiamento de Ann Arbor foi desenvolvido em 1971 para
o linfoma de Hodgkin (LH). Este sistema identifica os locais de envolvimento
anatômico por linfoma e divide os pacientes em quatro categorias, baseado na
extensão de disseminação da doença11 (Figura 1). Apesar do linfoma não-Hodgkin (LNH)
ter características de disseminação diferentes do LH, com envolvimento frequente
de
sítios extranodais e crescimento linfático sem contiguidade, o sistema de
Ann Arbour modificado por Costwold permanece como método de
escolha também no estadiamento do LNH12,13. Ele tem
praticamente a mesma função que o estadiamento TNM (Classificação de Tumores
Malignos) para tumores sólidos. (tabela 1)
Figura 1 - Pós-operatório - paciente após o tratamento.
Figura 1 - Pós-operatório - paciente após o tratamento.
Tabela 1 - Sistema de estadiamento de Ann Arbor para linfoma não-hodgkin
Estágio |
Descrição |
I |
Envolvimento de uma única região de linfonodos ou de um
único sítio ou local extranodal (IE)
|
II |
Envolvimento de duas ou mais regiões linfonodais no
mesmo lado do diafragma, ou envolvimento localizado de um sítio ou
órgão linfonodal (IIE) e uma ou mais regiões linfonodais
no mesmo lado do diafragma.
|
III |
Envolvimento de regiões linfonodais em ambos os lados
do diafragma, que pode também estar acompanhado de envolvimento
localizado de um órgão ou sítio extranodal (IIIE) do baço
(III8) ou ambos (III8E)
|
IV |
Envolvimento difuso ou disseminado de um ou mais
sítios extranodais distantes.
|
Tabela 1 - Sistema de estadiamento de Ann Arbor para linfoma não-hodgkin
O estadiamento depende do local aonde o tecido maligno está localizado (com biópsia,
tomografia computadorizada, varredura de gálio e PET-Scan) e
sintomas sistêmicos ocasionados pelo linfoma (“Sintomas B”: suor noturno, perda
de
peso > 10 % ou febre).
Com radioterapia isolada em doses de 34 Gy, é feito um excelente controle local, como
também uma boa sobrevida em paciente com estagio I EA (Ann Arbor).
Apesar disso, mesmo após doses baixas recomendadas de radiação, em alguns artigos
há
controvérsias sobre qual é a dose de radiação ótima14,15,16. Radiações acima de 35 Gy levam a
complicações tardias, como a formação de catarata ou dermatite17.
O prognóstico destes pacientes com tais linfomas geralmente é bom18, e esta doença é tratada usualmente só com
radioterapia. Apesar disso, muitos estudos revelaram uma incidência bastante alta
da
progressão da doença sistêmica após tratamento bem-sucedido com radioterapia19,20. Jenkins relatou que 47% de 192 pacientes com linfoma orbital MALT
desenvolveram recidiva extraorbital após 5 anos21.
É relatado um portador de linfoma da zona marginal extranodal do tecido linfoide
associado a mucosa (MALT), descoberto a partir de queixas oftalmológicas, como
a
proptose, dor e “bolsões” nas pálpebras inferiores.
OBJETIVO
Relatar a dificuldade de diagnóstico num caso de linfoma não-Hodgkin e a importância
do tratamento precoce para um prognóstico melhor.
MÉTODO
Paciente de 53 anos, feminina, branca, compareceu ao consultório da Clínica Santa
Rita no ano de 2017, com queixa de proptose local e de bolsa de gordura proeminente
em pálpebra inferior esquerda.
Sem antecedentes oculares e nega queixas sistêmicas associadas.
Ao exame físico, notava-se proptose leve, bolsas de gordura bastante pronunciadas
e
hiperemia conjuntival (Figura 2). À palpação,
as bolsas de gordura tinham consistência fibroelástica e eram indolores.
Figura 2 - Pré-operatório - paciente com massa visível em pálpebra inferior
esquerda
Figura 2 - Pré-operatório - paciente com massa visível em pálpebra inferior
esquerda
O hemograma era normal, assim como os hormônios tireoidianos sem alterações.
RESULTADOS
Realizado blefaroplastia superior e na blefaroplastia inferior foi encontrado
tumoração em pálpebra esquerda de consistência enrijecida diferente as bolsas
de
gordura. Retirado tecido para biopsia.
A biópsia de gordura orbitária à esquerda revelou se tratar de linfoma da zona
marginal extranodal do tecido linfoide associado a mucosa (MALT), estudo
imunohistoquímico: BCL-2+; CD3+; CD20+; CD5+ (Figura 3).
Figura 3 - Imunohistoquímica - importante para o tratamento.
Figura 3 - Imunohistoquímica - importante para o tratamento.
Foi feito PET-CT na qual foi encontrado hipermetabolismo glicolítico em lesão
intraconal esquerda com extensão extraconal, compatível com a hipótese
diagnóstica.
Pelo acometimento de órbita, sem que houvesse febre, perda de peso e/ou suores
noturnos o estadiamento foi estágio I de Ann Arbor.
Realizado radioterapia com dose de 24 Gy (16 x 150 cGy) em órbita esquerda e 30 Gy
(+4 x 150 cGy) na lesão com margens com boa evolução do quadro. A paciente teve
melhora da proptose, sem xeroftalmia e dermite grau I na área tratada.
Atualmente a paciente encontra-se bem, tendo ocorrido melhora considerável dos
sintomas e acompanhamento com o oncologista. Último PET-Scan sem
alterações.
DISCUSSÃO
O linfoma primário de órbita é uma doença dos idosos. No caso da paciente é incomum
se apresentar nessa faixa etária, porém os sintomas como ptoses, dor, massa palpável
e edema orbital são comuns22. A massa orbital
na paciente em questão, era evidenciada como “bolsões” de gordura nas pálpebras
inferiores, dos quais diferia pela consistência apresentada, sendo muito mais
endurecida, embora tenha sido confundido com bolsas e, inclusive, operada.
Quando são tumores primários, ocorrem com maior frequência na órbita, seguindo-se
de
conjuntiva, pálpebras, glândula lacrimal e carúncula23.
A inexistência de sintomas sistêmicos no momento do exame (febre, perda de peso e/ou
suores noturnos) é frequente nos tumores orbitários. A avaliação de 145 casos
de
linfoma com envolvimento intraocular e de anexos, mostrou que a maioria dos casos
corresponde a linfoma MALT ou linfoplasmocítico (36 e 22%, respectivamente)24.
Vários são os parâmetros que influenciam no curso clínico dos portadores de linfoma
de anexos, tais como a localização anatômica, o estágio no diagnóstico, o subtipo
histológico e a associação com doença sistêmica, havendo outros para os quais
estas
considerações não foram significativas para determinar o prognóstico do
paciente25.
Devido ao pequeno volume da órbita, um crescimento anormal resulta em sintomas que
levam a diagnósticos e tratamentos precoces.
Os linfomas da órbita podem ter origem na proliferação monoclonal de linfócitos B
ou
seus precursores (80%), células T (14%) ou células NK (6%)26, apresentando, frequentemente, malignidade de baixo
grau.
Relativamente ao risco de desenvolvimento de linfoma sistêmico após diagnóstico de
linfoma primário da orbita, o estudo de Jenkins, et al.
25, objetivou uma taxa de 25% de
desenvolvimento de linfoma sistêmico aos 5 anos. Como fatores preditivos de
desenvolvimento de doença sistêmica, Jenkins, et al.
25, estabeleceu o acometimento da glândula
lacrimal e da pálpebra e o envolvimento orbitário bilateral, conferindo este último
um aumento de risco de 2.6x.
Juntamente com o quadro clínico e os dados do hemograma, a imunofenotipagem é a
principal avaliação diagnóstica e permite o diagnóstico diferencial com as outras
síndromes linfoproliferativas6,27.
A abordagem terapêutica do linfoma da órbita inclui várias opções que dependem de
vários fatores relacionados com características do paciente e da neoplasia, tais
como o estágio e a localização. A biópsia da lesão é essencial para a confirmação
histopatológica do diagnóstico. Se o tumor for de grandes dimensões, pode ser
retirada maior porção da lesão, mas a biópsia excisional não é o tratamento de
eleição, estando esta reservada para casos de tumores bem delimitados, localizados
na órbita anterior e sem outros focos sistêmicos da doença. Nos casos de doença
confinada à órbita, a radioterapia é, normalmente a opção tomada, estando relatadas
taxas de controle local de 95 a 97%, mesmo com doses baixas (cerca de 26 Gy) como
realizado na paciente3. Linfoma extranodal da
zona marginal de célula B é um bom candidato para tratamento único com
radioterapia1.
Cirurgia não deve ser considerada como tratamento único, porque há obviamente uma
alta probabilidade de recidiva local após a cirurgia de acordo com alguns
artigos28. A dificuldade da completa
ressecção com preservação da função da órbita pode explicar a grande taxa de
recidiva29.
CONCLUSÃO
Os linfomas MALT constituem a maioria dos linfomas não-Hodgkin da órbita e dos
anexos. Os sintomas são inespecíficos, porém dor, edema e ptoses podem estar
presentes na maioria dos pacientes. Diagnóstico precoce com biópsia do local pode
resultar em um prognóstico excelente. É importante o cirurgião plástico saber
fazer
um diagnóstico diferencial de flacidez e excesso de bolsas palpebrais comuns no
consultório.
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1. Serviço de Cirurgia Plástica Dr. Ewaldo Bolivar
de Souza Pinto, Vila Mathias, Santos, SP, Brasil.
2. Hospital Santo Amaro Guarujá, Vila Maia,
Guarujá, SP, Brasil.
3. Clinica Santa Rita Guarujá, Vila Maia, Guarujá,
SP, Brasil.
4. Hospital Municipal de São Vicente, Centro, São
Vicente, SP, Brasil.
Endereço Autor: Linda Mar Parada Roberts Muniz, R.
Montenegro, 41, Vila Maia, Guarujá, SP, Brasil. CEP: 11410-040. E-mail:
lmparadaroberts@gmail.com